Atração de investimentos e vantagem competitiva
As soluções de saneamento contribuem para um Brasil mais justo e podem estar no centro das eleições 2024
Saneamento básico, como conhecemos, é o um conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas – de acordo com o que está prescrito na Lei nº 11.445/20. Estes serviços básicos, cuja titularidade reside nos municípios, são responsáveis pela promoção de saúde pública, segurança de vida e do patrimônio e pela proteção do meio ambiente.
Diante do cenário de eleições municipais, se torna essencial evidenciar as questões relacionadas ao saneamento básico, uma vez que a qualidade de vida e o desenvolvimento socioeconômico dessas localidades estão diretamente associados ao acesso digno de água potável e à coleta e tratamento de esgoto.
Em 2020, a partir da aprovação da Lei Federal nº 14.026, o Novo Marco Legal do Saneamento Básico, o país estabeleceu como meta alcançar a universalização deste serviço até 2033, razão pela qual todas as cidades brasileiras deverão atender 99% da população com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgoto.
De acordo com informações do Sistema Nacional de Saneamento Básico (SNIS), ano-base 2022, o panorama nacional aponta que quase de 33 milhões de habitantes vivem sem água potável e cerca de 90 milhões não têm coleta de esgoto. A situação configura-se ainda mais preocupante quando observamos a precariedade no serviço de tratamento de esgoto, do qual somente 52,2% é tratado – o que representa o volume de 5,2 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento despejadas na natureza todos os dias. Outro problema são as perdas de água, pois hoje, 37,8% do recurso hídrico é perdido nos sistemas de distribuição e não chega de forma oficial as residências do país, o que se explica por meio de vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados.
A falta de saneamento impede o desenvolvimento municipal
Ademais, cerca de 46,3% das moradias brasileiras possuem algum tipo de privação de saneamento básico, isto é, cerca de uma a cada duas residências convivem diariamente com algum tipo de restrição do serviço – conforme aponta o estudo “A vida sem saneamento: para quem falta e onde mora essa população?”, produzido pelo Trata Brasil em parceria com a Ex Ante Consultoria Econômica e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Essa situação de vulnerabilidade vivenciada pelas famílias que moram nessas casas pode gerar uma série de problemas. A falta de acesso à rede de distribuição de água, a privação de infraestrutura de banheiro e a falta de acesso à rede coletora de esgoto elevam a exposição a infecções gastrointestinais agudas e a doenças causadas por insetos como vetor, como a dengue, por exemplo. Isto é, a população que mora em residências com alguma restrição de saneamento tem uma probabilidade significativamente maior de afastamento de suas atividades por doenças de veiculação hídrica. Ou seja, as crianças faltam à escola e os adultos faltam ao trabalho.
Essa realidade desafiadora e precária tem implicações severas na sociedade em esferas sociais, econômicas e ambientais. São milhões de habitantes, desde crianças até idosos, com a saúde comprometida por decorrência de doenças associadas à ausência de saneamento. Algo que afeta as atividades corriqueiras de estudo, trabalho e lazer, impactando o desenvolvimento escolar e a renda de muitas famílias. Além de demandar maiores despesas públicas com internações por essas enfermidades de veiculação hídrica. De acordo com informações do Datasus, ano-base 2021, houve cerca de 130 mil internações por doenças associadas a falta de saneamento no país, resultando em despesas com essas hospitalizações de aproximadamente R$ 55 milhões.
Para que o saneamento seja ofertado de maneira digna aos habitantes é imprescindível atender os habitantes com água em quantidade, regularidade e qualidade suficientes. Sendo assim, ações que promovam a conservação dos corpos hídricos, que são fonte de abastecimento para a população, devem ser fomentadas por políticas públicas. Para além disso, a eficiência no controle das perdas de água resultaria em mais disponibilidade hídrica para a população sem a necessidade de captação em novos mananciais. Esse panorama só será alcançado através da execução de programas estruturados.
Entre os maiores gargalos a serem superados pelo país, os serviços adequados de coleta e tratamento de esgoto deve ser prioridade no planejamento de cada prefeitura. A exposição ambiental causada pelo despejo irregular do esgoto contamina os mananciais que são fontes de água e provoca doenças que prejudicam a qualidade de vida. A economia local, por sua vez, também é afetada, já que a atividade turística é um pilar significativo no sistema econômico e geração de empregos.
Outro problema intensificado pela ausência de saneamento é a desigualdade de gênero ainda vivenciada no país. Na vida da mulher, a falta dos serviços básicos tem consequências severas na sua atividade profissional, na saúde, no desenvolvimento escolar e em seu bem-estar. Uma pesquisa produzida pelo Trata Brasil aponta que o acesso universal ao abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto poderia tirar mais de 18 milhões de mulheres da condição de pobreza.
O saneamento é hoje o segmento mais atrativo para investimentos
Na medida em que haja o acesso pleno de saneamento aos habitantes, os ganhos em saúde, educação, economia, valorização ambiental e imobiliária, como também do aumento produtividade do trabalhador vão trazer um futuro extremamente positivo para toda população brasileira. Segundo um estudo do Instituto Trata Brasil “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento Brasileiro 2022”, espera-se que, entre 2021 a 2040, os benefícios com a universalização do saneamento alcancem R$ 1,455 trilhão em todo o país, indicando um balanço social bastante promissor para o país.
Com as movimentações recentes que cercam o setor de saneamento, a infraestrutura aparece como um dos principais potenciais de investimento social e ambiental. Com o objetivo de incentivar Estados e Municípios a buscarem alternativas para ampliar a cobertura dos serviços básicos, como a formação de blocos para concessão da prestação regionalizada, soluções por meio de concessões ou PPPs, ou até mesmo a desestatização dos serviços, o Novo Marco Legal do Saneamento é importante para atrair e impulsionar os investimentos no setor. A promulgação do Marco busca contribuir para a constituição de um arcabouço legal que incentive os investimentos no setor, melhorando as condições para as prestações de serviços.
De acordo com o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), para que o Brasil alcance a universalização do saneamento será necessário um investimento por habitante de R$ 231,09, valor ainda dos atuais R$ 111,44 investidos no país, de acordo com o SNIS (ano-base 2022). Quando analisado o panorama dos investimentos nas regiões, o Norte e o Nordeste apresentam uma situação ainda mais preocupantes, no qual, cerca de R$ 57,67 e R$ 79,93 são investidos por habitante, respectivamente. A maior média de investimento em saneamento per capita é na região Centro-Oeste que investe R$ 142,28. Em seguida, o Sudeste investe R$130,01 e o Sul cerca de R$ 129,16.
Dessa forma, é preciso que os municípios estejam atentos a essa necessidade e oportunidade. Como iniciativa para se aumentar os investimentos, o Novo Marco Legal do buscou incentivar a regionalização do atendimento dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, em especial para regiões metropolitanas e agrupamentos municipais. Foram consideradas três possibilidades de estruturações de projetos conjuntos: via região metropolitana, por unidade regional de saneamento básico ou bloco de referência. Outro objetivo foi o de atrair investimentos, por meio de diferentes modelagens contratuais, seja através de concessões plenas/parciais dos serviços de água e esgoto ou da celebração de parcerias público-privadas com os prestadores privados.
Nos últimos três anos, é possível perceber que ocorreram diversos processos licitatórios significativos no setor de saneamento, incluindo a licitação de blocos regionais para a prestação dos serviços. A partir da participação do BNDES como agente estruturador das novas concessões, destacam-se os projetos de concessão dos serviços de saneamento nos estados do Amapá, Rio de Janeiro, Ceará e Alagoas. Somados, os projetos já em curso preveem investimentos de quase R$ 68 bilhões, impactando mais de 31 milhões de pessoas.
Em ano eleitoral, saneamento é vantagem competitiva
Será fundamental para os próximos anos que haja fomento de mais investimentos neste setor que é básico para o desenvolvimento da população. Compete aos municípios organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local. Como visto, restam nove anos para que os municípios brasileiros cumpram o que foi estabelecido pela Lei Federal nº 14.026, a fim de universalizar o saneamento básico. Isso não deverá ocorrer sem o maior engajamento dos prestadores em elaborar propostas e um plano estruturado de saneamento que inclua áreas urbanas e rurais do município.
Em meio às eleições municipais que se avizinham, o saneamento básico surge como plataforma robusta de oferta de desenvolvimento e competitividade municipal. Por meio da entrega de soluções de saneamento, pelo lado econômico, é possível ampliar investimentos, aumentar produtividade no trabalho, movimentar o setor imobiliário, gerar empregos e aumentar a renda da população. Em âmbito social, diminui-se a incidência de doenças e de internações evitáveis, melhora-se o desempenho escolar de crianças e adolescentes, a pobreza diminui e um novo ciclo de desenvolvimento das pessoas e do município é permitido.
Para mensurar o impacto da falta do básico na educação, informações presentes no Painel Saneamento Brasil, retiradas do IBGE (2021), indicam que a escolaridade média dos estudantes com acesso a saneamento é de 9,18 anos, ou seja, o indicador considera o tempo que um aluno(a) que mora em uma residência com os serviços de água e esgotamento sanitário frequenta o ambiente escolar. Por outro lado, aqueles estudantes sem acesso aos serviços básicos em casa passam, em média, 5,31 anos na escola.
Ademais, a renda futura desses jovens também será impactada. Informações ainda do IBGE (2021) revelam que a renda das pessoas com acesso ao saneamento é de R$ 2.859,78, enquanto das pessoas sem atendimento dos serviços básicos é de R$ 486,37 – uma diferença de R$ 2.373,41.
“O saneamento é raiz para a melhoria em indicadores que estão no seio das principais preocupações da população. Certamente estará em vantagem competitiva na corrida eleitoral, os candidatos que souberem aproveitar este potencial em soluções para a população. A promoção do saneamento básico é sim um ativo político”.
ENTREVISTA COM A PRESIDENTE DO FNDE
Desvendando o Caminho da Educação
Fernanda Pacobahyba, presidente do FNDE, compartilha detalhes sobre os desafios, impactos na Educação básica e inovações implementadas
Em uma conversa franca e esclarecedora, Fernanda Pacobahyba, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), revela os bastidores e conquistas do Programa Caminho da Escola em uma entrevista exclusiva para a Revista Prefeitos&Gestões. Desde sua criação em 2007, o programa tem sido um aliado crucial para garantir o acesso dos estudantes brasileiros à Educação pública, especialmente nas áreas rurais e ribeirinhas. Nesta entrevista, Pacobahyba aborda os desafios enfrentados, os benefícios ambientais e econômicos, além das inovações implementadas pelo governo atual. Confira o bate-papo na íntegra.
Prefeitos&Gestões: Como o programa funciona e quem pode aderir?
Fernanda Pacobahyba: O Caminho da Escola existe desde 2007 e tem como objetivo garantir o acesso dos nossos estudantes às escolas públicas e, ao ofertar transporte, buscamos contribuir para a redução da evasão escolar. O Programa Caminho da Escola consiste no “apoio técnico e financeiro da União aos sistemas públicos de Educação básica de estados, municípios e Distrito Federal para a aquisição de veículos para transporte dos estudantes, prioritariamente, da zona rural.” Assim, nosso objetivo é renovar, padronizar e ampliar a frota de veículos escolares, de forma a melhorar a segurança e a qualidade do transporte desses estudantes da rede pública de ensino. Qual o foco disso tudo? Garantir que eles tenham acesso à Educação. Que participem das aulas, das atividades esportivas, culturais e de lazer, que se desenvolvam e cresçam com a educação como base estruturante.
Existem três formas para entes federativos adquirirem veículos do Caminho da Escola: Assistência financeira do FNDE no âmbito do Plano de Ações Articuladas (PAR), conforme disponibilidade orçamentária consignada na Lei Orçamentária Anual (LOA); Recursos próprios; Linha de crédito junto a instituições financeiras (exceto para bicicletas).
Independentemente da origem dos recursos, é obrigatória a adesão à ata de registro de preços disponível no Sistema de Gerenciamento de Atas de Registros de Preços do FNDE. O que, neste sentido, gera um outro impacto que tem relação com o mercado. Ao padronizarmos toda a frota, fazendo avaliação, validação e homologação, buscamos reduzir os preços dos veículos e ampliar a transparência nas aquisições.
Prefeitos&Gestões: Como as empresas (montadoras, fornecedoras de veículos rurais, por exemplo) podem contribuir com o programa?
Fernanda Pacobahyba: Estudo, pesquisa, monitoramento, avaliação e inovação são sempre pontos importantes ao pensarmos no aprimoramento de políticas públicas. Neste sentido, entendo que as empresas podem ajudar buscando sempre melhorar naquilo que já fazem. Fornecer veículos que sejam capazes de enfrentar os obstáculos que são transitar em uma estrada de carroçal de uma área rural, por exemplo, ou chegar nos lugares de mais difícil acesso de uma comunidade ribeirinha. E, principalmente, realizar isso com segurança, garantindo conforto para os estudantes e qualidade nesse transporte escolar. Com certeza esse é o desafio que todos podemos compartilhar, juntos.
Prefeitos&Gestões: Atualmente, qual a verba movimentada pelo projeto?
Fernanda Pacobahyba: Iniciamos 2023 com um orçamento previsto para o Caminho da Escola no valor de R$120.875.268,00. Mesmo com os desafios e entendendo que a demanda pela renovação da frota era pulsante e existente, investimos além do previsto, tendo sido repassado para a aquisição de transporte escolar o montante de R$187.521.707,12.
Prefeitos&Gestões: Quantos municípios são atendidos atualmente? Existe previsão de expandir o programa?
Fernanda Pacobahyba: Em 2023, foram atendidos 391 municípios e 9 estados brasileiros com a entrega de 1.994 ônibus para transporte escolar. No final de 2023, entretanto, homologamos as atas de registro de preço para aquisição de novas unidades. Com validade de 12 meses, agora temos um edital que possibilitará a eventual aquisição de 15.220 novos veículos escolares. Essa aquisição, evidentemente, depende de disponibilidade orçamentária e financeira, entretanto, o cenário é promissor, pois ainda em 2023, o governo federal, por meio do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, lançou a primeira etapa do Novo PAC seleções, que irá, nesse primeiro momento, destinar R$ 750 milhões em recursos para aquisição de 1.500 novos ônibus.
Prefeitos&Gestões: Quais são os tipos de veículos disponíveis e quais são as especificações técnicas e de segurança exigidas?
Fernanda Pacobahyba: São sete modelos de veículos escolares disponíveis, sendo cinco tipos de Ônibus Escolar Rural (ORE) e dois tipos de Ônibus Urbano Escolar Acessível (ONUREA); ORE Zero 4×4 Mecânico; ORE 1 (Mecânico e Automático); ORE 1 4×4 (Mecânico e Automático); ORE 2; ORE 3; ONUREA Piso Baixo (Mecânico e Automático) ONUREA Piso Alto Mecânico
Garantir a segurança no transporte dos nossos estudantes é um ponto fundamental quando falamos na aquisição de novos veículos para transporte escolar. Por isso, as especificações técnicas precisam ser tão cuidadosamente avaliadas. Dessas especificações, podemos destacar a mudança estrutural do chassi dos ônibus estabelecida pelo Proconve P8. Isso quer dizer que realizamos a mudança do sistema Euro 5 para o Euro 6 (norma que estabelece os padrões máximos de poluentes emitidos pelos veículos automotores). Essa mudança atende às novas exigências para Fase P8 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos
Automotores (PROCONVE), no controle das emissões de gases poluentes e de ruído para veículos automotores pesados novos de uso rodoviário. Essas mudanças foram estabelecidas pela Resolução CONAMA Nº 490 de 16/11/2018, obrigatórias para comercialização de veículos movidos a diesel. Outro ponto de destaque foi a instalação de sistemas de transmissão automática e de climatização (ar-condicionado) em todos os tipos de ônibus escolares do Programa.
Prefeitos&Gestões: Qual é o impacto do programa na qualidade da Educação básica e na redução da evasão escolar nas áreas rurais e ribeirinhas?
Fernanda Pacobahyba: O programa Caminho da Escola trouxe para o país veículos especialmente adaptados às diversas realidades existentes nas diferentes regiões do Brasil, tanto para a área rural, como para a área urbana. Proporcionar melhores condições no transporte escolar garante, além de segurança e conforto no trajeto entre a casa e a escola, melhores condições de aprendizado. Além disso, é importante destacar, que no mesmo estudo, em uma pesquisa realizada com os gestores municipais do Brasil, onde mais de 2.300 gestores participaram respondendo um questionário, verificou-se que 95% deles avaliam o Caminho da Escola como ótimo ou bom, o que mostra a relevância e assertividade do programa.
Prefeitos&Gestões: Quais são os desafios e as perspectivas para a implementação e a gestão do programa?
Fernanda Pacobahyba: Ainda sobre o estudo realizado pelo FNDE e o CECATE-UFG, os desafios a serem enfrentados dizem respeito ao número de veículos ofertado pelo Programa, considerado pouco pelos gestores municipais, diante da grande demanda existente. Estima-se que o Programa já tenha atendido 25% do total da demanda no Brasil, o que demonstra a grande necessidade de ampliar os recursos alocados e viabilizar números maiores de veículos a serem distribuídos para os municípios. Buscar meios para viabilizar essa ampliação é algo que já está na nossa pauta de trabalho e é uma prioridade para o governo federal.
Outro ponto abordado é a questão da manutenção dos veículos, pois as concessionárias autorizadas, em alguns casos, ficam longe dos grandes centros dos municípios, trazendo dificuldades nesse processo. Esse é um problema que esperamos resolver com tempo, diálogo e parceria com essas empresas.
Prefeitos&Gestões: – Quais são os benefícios ambientais e econômicos do programa?
Fernanda Pacobahyba: Ao garantir opções seguras e confiáveis de transporte aos estudantes, o Programa ajuda a reduzir as disparidades educacionais, permitindo que estudantes de áreas remotas ou carentes tenham condições de acesso equivalentes aos de áreas urbanas, ou economicamente mais desenvolvidas. Isso ajuda a preencher a lacuna nos resultados educacionais e oferece chances mais igualitárias. O programa também contribui para a inclusão social ao possibilitar que estudantes com deficiência ou necessidades especiais frequentem a escola, disponibilizando veículos acessíveis e garantindo que eles possam acessar a educação como qualquer outro estudante. Além disso, o programa impacta positivamente a economia local, criando oportunidades de trabalho para condutores, mecânicos e outros profissionais de apoio. Isto não só ajuda a estimular o crescimento econômico, mas também aborda questões sociais, como o desemprego e a pobreza.
Prefeitos&Gestões: Quais são as dificuldades e os riscos envolvidos no transporte escolar rural e ribeirinho?
Fernanda Pacobahyba: O Transporte escolar rural e de ribeirinhos tem, por suas particularidades, uma série de situações críticas. Os longos trajetos, onde foram identificadas rotas em que os estudantes ficam até 4h dentro dos veículos no trajeto casa/escola e mais 4h no retorno para casa. Além disso, tem as condições do sistema viário, seja terrestre ou fluvial, que nem sempre estão apropriados para o bom funcionamento e operação desse serviço. Outro fator importante é a deficiência dos veículos utilizados.
Quando falamos do transporte fluvial, por exemplo, há um impasse naqueles equipamentos que podem ser adquiridos por meio do Programa, pois temos trechos onde lanchas não chegam, mas não podemos, como governo federal, adquirir qualquer que seja o veículo que não garanta a plena segurança para o transporte desses estudantes.
De outro lado, a realidade é que ainda existem veículos inapropriados sendo utilizados nessa operação, veículos muito velhos e em más condições de uso, que colocam em risco crianças e jovens. Tudo isso só corrobora a necessidade do constante fortalecimento dessa importante política pública que é o Caminho da Escola.
Prefeitos&Gestões: Como o programa se articula com outras políticas públicas de educação, saúde e desenvolvimento regional?
Fernanda Pacobahyba: De modo geral, ao enfrentar as barreiras de transporte escolar, o Programa Caminho da Escola contribui para o desenvolvimento e o progresso de longo prazo do Brasil, garantindo que os estudantes tenham acesso à educação de qualidade, independentemente de sua localização ou origem socioeconômica.
O Programa se articula dentro da educação como uma forma de diminuir a evasão escolar, equiparar a frequência escolar entre alunos de áreas reais e urbanas, tornando viável e segura sua ida até a escola. Com relação a saúde, entendemos que com os transportes adequados para cada localidade, o aluno se expõe menos a perigos naturais e situações que podem acometer essa criança. No desenvolvimento regional, percebemos que aumentando a frequência escolar desse aluno, aumentamos também o índice de qualidade educacional daquele município.
Prefeitos&Gestões: Nas áreas rurais os veículos têm que ter especificações técnicas diferentes por conta das dificuldades do trajeto, das estradas?
Fernanda Pacobahyba: Sim. Os veículos são fabricados com especificações adequadas ao tráfego em áreas rurais e ribeirinhas para que a gente possa entregar conforto e acessibilidade para os estudantes das partes mais remotas do país. Comparado com governo anterior, quais as inovações que o novo governo está implementando:
Foram implementadas 29 melhorias nos veículos escolares, todas amplamente discutidas e acordadas com os fornecedores em reuniões técnicas e na audiência pública realizadas em 2023. São elas: Alteração do Protetor de Cárter;; Alteração nos parâmetros de pintura;; Melhoria e padronização das adesivagens; Alteração na altura do lacre da porta de emergência;; Alteração e estabelecimento de procedimentos para impedir movimentação do veículo com portas abertas; Estabelecimento de teste de segurança para verificação de pressão antiesmagamento da porta; Exclusão de Pega-mão;; Melhoria das condições de iluminação interna e externa do veículo; Alteração do assoalho do veículo para material antiderrapante; Alteração de sistemática de proteção de fiação do Dispositivo de Poltrona Móvel (DPM); Necessidade de inclusão de novos perfis de transposição de fronteiras no DPM; Alteração na disposição da ventilação de teto; Adequações de regulagem de cinto do motorista;; Alteração nas poltronas acessíveis;; Revisão de itens de segurança, como o apoio de braço em bancos sobre a caixa de rodas; Alteração para cintos retráteis nas poltronas dos estudantes;; Novo compartimento para guarda de colete torácico;; Nova sistemática para fixação da cadeira de rodas; Inclusão da segunda cadeira de rodas; Adequação do atenuador sonoro noturno; Melhoria com inclusão de entradas USB nas poltronas dos estudantes;
Alteração na sistemática de operação de saída de emergência; Adequação dos martelos das janelas de emergência; Inclusão de Ar-condicionado; Inclusão de Wi-fi; Inclusão de componentes de rastreamentos dos veículos; Inclusão de Pneu trativo; Alteração do sistema limitador de velocidade de 70km/h na descida e Alteração do sistema para transmissão automática.
Tecnologia pode melhorar a gestão das prefeituras
Tasy: tecnologia voltada para gestão de prontuário para hospitais
A Philips é uma empresa líder em tecnologia da saúde, que oferece soluções inovadoras para melhorar a qualidade de vida das pessoas e a eficiência dos sistemas de saúde. Uma dessas soluções é o Tasy, uma plataforma digital integrada que permite gerenciar todas as etapas do cuidado do paciente, desde o agendamento até o faturamento, passando pelo prontuário eletrônico, a prescrição médica, a gestão de estoque e o controle de infecção. Para falar sobre o Tasy e outros avanços tecnológicos que a Philips está oferecendo para o setor de saúde no Brasil, conversamos com Leonardo Sasso, líder de Informatics da Philips Brasil. Confira a entrevista a seguir.
Prefeitos&Gestões – Como o Tasy se diferencia de outros sistemas de prontuário eletrônico disponíveis no mercado?
Leonardo Sasso – O Tasy EMR é um sistema de gestão em saúde da Philips que foi desenvolvido pela primeira vez no Brasil há mais de 20 anos por uma pequena equipe de especialistas clínicos e operacionais que reconheceram a necessidade de consolidação de dados. Desde então, evoluiu para uma poderosa solução, destacando-se pelo seu escopo abrangente que vai muito além de apenas prontuários que englobam a administração do paciente, o gerenciamento do ciclo de receitas, operações clínicas e financeiras e relatórios corporativos.
A solução é um produto totalmente brasileiro e utilizado em mais de 14 países, como Austrália, Japão, Coréia do Sul e em nações do Oriente Médio. Hoje, o Tasy está em uso em mais de 990 instituições públicas e privadas, incluindo clínicas, centros de diagnóstico e hospitais generalistas e especializados, incluindo treze instituições HIMSS EMRAM de níveis 6 e 7.
Com vasta especialização e fortes relações com o cliente em muitos domínios, em todo o contínuo do atendimento – diagnóstico por imagem, terapia guiada por imagem, monitoramento do paciente, informática em saúde, assim como atendimento domiciliar e saúde do consumidor – a Philips está em uma posição única para ligar os pontos do atendimento ao paciente. Assim, o Tasy é parte integrante da visão da Philips de focar na melhoria da saúde das pessoas e possibilitar melhores resultados.
Ele também complementa outras soluções da Philips, desde monitoramento do paciente até a informática em saúde, como o Advanced Visualization Workspace (AVW), Vue PACS, Philips Pathology Workspace ou soluções de interoperabilidade. A solução Tasy evolui dentro do ecossistema Philips por meio da colaboração com a Philips Research e do compartilhamento de percepções com os grupos de informática em saúde e conectividade da Philips.
Seu extenso conjunto de recursos é oferecido em uma única plataforma integrada baseada na web, apoiando verdadeiramente a necessidade de continuidade e integridade dos dados clínicos e operacionais.
Os projetos do Tasy são facilitados por suas experientes equipes de projeto, sua extensa configurabilidade e seu design intuitivo. Em conjunto, permitem que o mesmo sistema apoie com sucesso uma variedade de processos e instituições, de pequenas clínicas a grandes hospitais e redes. E, após o go-live (momento da ativação do sistema), as instituições de saúde têm uma conexão direta com a Philips para manutenção e suporte por meio da funcionalidade de ordem de serviço própria do Tasy.
Neste ano, o Philips EMR Tasy ganhou o prêmio “2023 Best in KLAS for Acute Care EMR (Latin America)“, da KLAS Research. Isso marca o segundo ano que o sistema de gestão em saúde da Philips foi reconhecido no programa de prêmios baseado em avaliações de clientes da KLAS Research.
O relatório Best in KLAS reconhece as empresas de software e serviços que se destacam por sua excelência ao ajudar os profissionais de saúde a aprimorarem o atendimento ao paciente. Todas as classificações são um resultado direto do feedback de milhares de provedores de atendimento no ano anterior. No setor de TI em saúde, um prêmio Best in KLAS representa o compromisso e a parceria que os melhores fornecedores devem proporcionar.
Prefeitos&Gestões – Quais são os principais benefícios e funcionalidades do Tasy para hospitais e profissionais de saúde?
Leonardo Sasso – Desenvolvido pela Philips em 2012, o Tasy é uma solução de informática clínica, com mais de 72 módulos que concentram desde informações administrativas, até dados clínicos das instituições de saúde. Tudo em uma única plataforma.
A solução integra todas as áreas do ambiente de saúde, conectando os pontos em domínios clínicos e não clínicos ao longo do continuum de saúde. O Tasy EMR ajuda os profissionais de saúde a acompanhar as mudanças e enfrentar os desafios no atendimento e segurança do paciente, gerenciamento hospitalar, suprimentos e finanças. A ferramenta permite o compartilhamento do histórico do paciente entre a atenção primária, secundária e terciária, reduzindo exames e contribuindo para que os profissionais de saúde dediquem mais tempo ao cuidado das pessoas.
Entre os principais benefícios, estão: prontuário eletrônico único, integrado e de fácil acesso; maior controle dos processos de ponta à ponta (da entrada do paciente à apuração de custos); eliminação de processos manuais e falta de informações; maior gestão da qualidade assistencial, por meio de protocolos clínicos; maior rastreabilidade em todos os pontos de cuidado; melhor visão e gestão das unidades de atendimento; informação em tempo real com possibilidade de análise de cenários futuros; e facilidade na extração de dados, com dashboards e indicadores em tempo real.
Prefeitos&Gestões – Como o Tasy contribui para a melhoria da eficiência operacional e da qualidade do atendimento nos hospitais?
Leonardo Sasso – O Tasy EMR reduz exames, procedimentos e a procura pelo pronto-atendimento desnecessários. Além disso, a ferramenta ajuda o time assistencial a tomar decisões eficientes com base nos dados sempre disponíveis, considerando o acesso seguro com controle de confidencialidade das informações, conforme as leis de privacidade.
A solução também está disponível em nuvem no modelo Software as a Service, que traz importantes benefícios para as instituições de saúde, já que toda a instalação, configuração e gestão do ambiente passa a ser responsabilidade da Philips, que disponibiliza o sistema de maneira remota, a partir de um datacenter específico, alocado localmente, com ampla rede de segurança e de recursos. Além de assegurar benefícios clínicos, permitindo que a instituição tenha sempre a versão mais atualizada do sistema, o Tasy em Cloud colabora com aspectos financeiros da operação, oferecendo previsibilidade de investimentos, maior controle sobre o fluxo de caixa e escalabilidade, com impactos positivos no retorno sobre investimento.
Prefeitos&Gestões – Quais são os módulos e recursos oferecidos pelo Tasy que auxiliam na gestão de informações clínicas e administrativas?
Leonardo Sasso – Aderente às mais variadas realidades de negócios, o Tasy atende a prestadores de serviços – hospitais, clínicas, bancos de sangue, home care entre outros. O Tasy possibilita gerenciamento eficiente das atividades administrativas, financeiras, assistenciais e operacionais. Isso ajuda no acompanhamento das mudanças e enfrentamento dos desafios da instituição, dos profissionais e do paciente.
Principais pontos do Tasy EMR:
- Colaboração entre as equipes: visão integrada para os diferentes profissionais que utilizam o software;
- Relevância da informação: dados em tempo real, destaque para informações relevantes, resumos e visões gerais;
- Fluxo simples: reconhecimento imediato de ícones ou legendas, formulários enxutos com campos relevantes;
- Navegação eficiente: diminuição da carga cognitiva sobre o usuário;
- Hierarquia consistente: informações bem estruturadas que deixam claro a hierarquia da informação evidenciada por títulos, cores, ícones e legendas.
- Atenção primária: a atenção primária vive o grande desafio de organizar, correlacionar e disponibilizar a informação originada de várias fontes e contextos diferentes. Nesse sentido, o Tasy contribui desde o acolhimento do paciente, disponibilizando um processo direcionado, simplificado e sequencial para o registro das informações. Permite também a utilização da CIAP 2 (Classificação Internacional de Atenção Primária – segunda edição) para registro das queixas do paciente e integrada com a lista de problemas que ele relata. Na consulta realizada na atenção primária, é possível utilizar o modelo de notas clínicas SOAP (subjetivo, objetivo, avaliação e plano) e a lista de problemas.
- Medicina Preventiva: a ferramenta conta com soluções para o gerenciamento de programas de medicina preventiva e para o cuidado de pacientes que apresentam doenças crônicas. O software possibilita que, por meio do gerenciamento da carteira de pacientes, se encontre potenciais participantes para diversos programas de saúde, conforme o sexo, idade, programas de cuidados específicos em que os pacientes estão inseridos (como hipertensão arterial ou diabetes).
- Privacidade de dados: com o Tasy, as instituições podem simplificar a implementação de políticas de privacidade e segurança, protegendo informações críticas, sensíveis e pessoais dos seus pacientes. O mascaramento de dados sensíveis possibilita o acesso correto às informações clínicas, as regras de acesso restringem quem pode visualizar as informações e a confidencialidade de log e registro permite visualizar todo o caminho que uma pessoa usuária percorreu dentro do sistema, desde a entrada até o momento do fechamento do sistema. Técnicas e protocolos internacionais de segurança protegem a identidade do paciente no Tasy.
- Portal do Paciente (My Companion): ferramenta do Tasy que contribui para o engajamento das pessoas nos cuidados com a saúde. Nele, o hospital compartilha, em uma única plataforma, informações com os pacientes de maneira mais fácil, otimizando o acesso a resultados e detalhes de consultas, além de agendamento e pedido de agendamento. A ferramenta é acessível por diferentes plataformas, como notebooks, smartphones ou desktops.
Prefeitos&Gestões – Como o Tasy facilita a integração e a troca de dados entre diferentes setores e departamentos dentro de um hospital?
Leonardo Sasso – O Philips Tasy vai além do cuidado do paciente e dos registros médicos para fornecer suporte administrativo e organizacional em toda a instituição. Proporciona menos esforço duplicado, pois os dados em tempo real são acessíveis em toda a organização, hospital ou vários sites; funções e perfis de usuário flexíveis e rastreáveis; agilidade para atualizações de versão.
Vale reforçar que seu extenso conjunto de recursos é oferecido em uma única plataforma integrada baseada na web, como já mencionado anteriormente, apoiando verdadeiramente a necessidade de continuidade e integridade dos dados clínicos e operacionais da instituição.
Prefeitos&Gestões – Quais são as medidas de segurança e privacidade implementadas pelo Tasy para proteger as informações dos pacientes?
Leonardo Sasso – O sistema Tasy possui recursos que suportam a privacidade e segurança de dados de saúde, com processos e ferramentas que auxiliam as instituições no tratamento das mesmas. Em resposta às crescentes demandas de melhorias trazidas pelas normas mais recentes e em conjunto com o escritório global de privacidade da Philips, a solução Tasy HTML5 foi extensamente avaliada e evoluída, para suportar a implementação de políticas de privacidade e segurança internacionais (OHKIS/ Alemanha (1) e GDPR/União Europeia) nas instituições de saúde. Este processo nos dá a confiança necessária para dar suporte aos nossos clientes na implementação de medidas adequadas às mais recentes normas de privacidade e segurança na área de saúde.
Como resultado deste trabalho, foram realizadas melhorias na arquitetura do sistema, em funções já existentes (ex.: controle logs e acessos ao sistema), e foram acrescentadas novas funcionalidades ao produto, com o intuito de facilitar a adoção das regras de segurança e privacidade.
Dentre alguns exemplos, podemos citar: a implementação de rotinas para identificação de campos considerados dados sensíveis, possibilitando à instituição de saúde gerenciar o acesso e a autorização de usuários de forma específica; o mascaramento de dados em telas, incluindo um exclusivo modo de suporte em que um profissional externo poderá, por exemplo, acessar remotamente a tela de trabalho de um médico, sem ter acesso aos dados definidos como sensíveis; a autenticação dupla de usuários para usar, além dos dados de login e senha, um token de autenticação para dar mais segurança no acesso ao sistema.
Outras implementações:
- Autenticação e autorização: autenticação de dois fatores para o login do sistema. Benefícios: torna possível solicitar um código adicional juntamente com o nome de usuário e a senha durante o processo de login do sistema. Funciona com base no protocolo OTP (one-time password). O recurso pode ser ativado ou desativado pelos próprios usuários. Se um usuário esquecer o código, apenas a TI poderá desativar o recurso. Nenhuma configuração adicional do lado do servidor é necessária para usar o recurso.
- Classificação de dados pessoais: controle de dados pessoais e dados pessoais sensíveis. Benefícios: provê a opção de definir qualquer elemento das telas Tasy como dados pessoais ou dados pessoais confidenciais por meio de controles. Possibilita mascarar informações, em telas com um contexto pessoal ou contendo dados pessoais confidenciais, para usuários que não precisam ter acesso a essas informações.
- Tasy em modo de suporte: um novo modo de suportar os usuários, com foco em garantir a privacidade dos dados. Benefícios: mascara dados pessoais e/ou sensíveis. Ativa todos os logs durante a sessão de suporte.
- Ferramenta de mascaramento de dados para exportação: benefícios: garante a confidencialidade e a privacidade do paciente quando o banco de dados do Tasy for usado para propósitos diferentes de seu uso na produção (treinamento, teste, pesquisa); remoção
do link entre os dados e o indivíduo e mascara os dados substituindo, embaralhando ou removendo valores.
Os princípios da LGPD são extensos e é importante entender suas implicações, para implementá-los no contexto adequado e sem exageros, de forma a não prejudicar a eficiência operacional e a interoperabilidade entre sistemas e instituições.
A Philips, como provedora de soluções em saúde, tem um compromisso de longa data de respeitar a privacidade de consumidores, clientes e pacientes, investindo prontamente em tecnologia, processos e profissionais no desenvolvimento de seus produtos.
A empresa tem investido nos últimos 20 anos no desenvolvimento de aplicações seguras em todas as suas plataformas: Delphi, Java, Portais, PDAs, entre outros. Dessa maneira essas plataformas já entregam aos clientes a maior parte dos requisitos exigidos pela LGPD.
A versão HTML5 do Tasy já entrega todos os requisitos mandatórios da nova legislação, ajudando o cliente a estar em conformidade com a LGPD. Para as demais plataformas, nosso time de desenvolvimento tem trabalhado para entregar os requisitos novos mandatórios em tempo hábil para a implementação dos nossos clientes que utilizam plataformas diferentes do HTML5.
Prefeitos&Gestões – Como a interface do produto Tasy é projetada para facilitar o uso pelos profissionais de saúde e melhorar a experiência do usuário?
Leonardo Sasso – No núcleo do Tasy está uma base de dados central onde todos os dados relevantes podem interagir e são acessados com base nos perfis e funções do usuário claramente definidos. A solução ganhou uma prestigiada premiação internacional, o iF Design Award, por sua interface de usuário, que é consistente em todo o sistema, permitindo que o usuário entenda facilmente os fluxos de navegação.
Isso facilita aprender e alternar entre os módulos. A junção de tudo isso permite que uma grande quantidade de dados seja transformada em informação relevante e acionável para o usuário e sua situação.
A base de dados única do Tasy é multifacetada e ágil – sua ampla gama de recursos é altamente configurável por meio de 34.000 parâmetros, todos projetados e desenvolvidos com base nas melhores práticas e nos requisitos de nossos clientes. Essa estrutura exclusiva do Tasy cria uma considerável flexibilidade, permitindo que você parametrize as soluções de acordo com os seus próprios fluxos de trabalho e regras clínicas e não-clínicas, assim como possibilitando que instituições generalistas e especializadas adotem o mesmo sistema.
Exemplos de itens configuráveis: permissões de usuário e configurações de privacidade; customização de visualizações para diferentes usuários e especialidades; formulários e modelos, eventualmente com texto-padrão e importação automática de dados; campos obrigatórios; regras de negócio; alertas clínicos e não-clínicos; escalas clínicas; padronizações (por exemplo, protocolos, níveis de reabastecimento de estoque); preferências (por exemplo, equipamento preferido por cirurgião ou cirurgia); acionadores de ações/fluxos de trabalho orientados a resultados; relatórios e KPIs.
Prefeitos&Gestões – Quais são os planos futuros de desenvolvimento e aprimoramento do Tasy, visando atender às necessidades em constante evolução dos hospitais?
Leonardo Sasso – O mercado brasileiro tem evoluído bastante nos últimos anos no Open Health e a Philips está desenvolvendo a sua primeira parceria nesse sentido, a partir do EMR Tasy.
A Philips conta com mais de 1.300 colaboradores dedicados à área de Informática (Informatics) da Philips – e do Tasy – com a tarefa de desenvolver aplicações que o usuário deseja, sempre focando no desenvolvimento de tecnologias que aprimorem a experiência de seus clientes.
No entanto, a grande quantidade de demandas e a dificuldade em atender todas as necessidades de customizações, integrações e adaptações pontuais de seus clientes, fez com que a Philips avaliasse todo este cenário e reconhecesse que a sua capacidade de entrega – para atender a velocidade que o cliente ou o mercado exige -, pedia a criação de um programa regulamentado para que outras empresas que tivessem o know-how necessário, pudessem se comunicar com a marca de forma estruturada, apoiando a Philips em suas entregas.
Dessa forma, a companhia desenvolveu mecanismos seguros para que outras grandes, médias e pequenas empresas pudessem se comunicar com a multinacional holandesa de forma coordenada.
É neste momento, que a Philips decide deixar de investir em plataformas que fogem do seu core business principal, como plataformas de prescrição eletrônica, para habilitar empresas com esse know-how a fazerem parte de um sistema gerido pela companhia, com total garantia de integridade das informações, respeitando a LGPD, por exemplo, e com o objetivo de desenvolver um trabalho em parceria. Assim, surge em fevereiro de 2023 o Programa de Ecossistema de API Tasy, Open Health e Open Platform, ou seja, em plataforma aberta, que já é um movimento que está mais maduro globalmente, mas que tem ganhado cada vez mais força no mercado brasileiro.
Hoje o programa possui 5 contratos assinados, com as empresas Mevo (plataforma de saúde com soluções que vão desde a receita digital, até a entrega dos medicamentos na casa dos pacientes); Memed (prescrição digital), Certisign (soluções de identificação digital), Soluti (soluções inovadoras em identidade digital e assinaturas eletrônicas) e ForSign (assinatura eletrônica). Todas são homologadas pela Philips para realizar integrações.
Prefeitos&Gestões – Quais são os critérios e processos para implementação do Tasy em um hospital e como a empresa oferece suporte durante e após a implantação?
Leonardo Sasso – Critérios para implantação:
- As unidades de saúde devem se preparar bem para a implantação e operação com a nova ferramenta. É preciso ter clareza de quais são as necessidades internas e processos bem desenhados e padronizados.
- Importante envolver os especialistas-chave das instituições de saúde, além de planejar a implantação de maneira faseada; e avançar para outros módulos, conforme obter a estabilidade desejada nos atuais. Lembre-se que a chave para uma boa operação é uma boa implantação.
- Treinamento das equipes: para garantir o sucesso na implantação do sistema, é fundamental o engajamento das pessoas envolvidas no manejo dessa ferramenta. Portanto, é indispensável disponibilizar um treinamento completo para todos que terão contato com o sistema, visto que alguns colaboradores podem sentir dificuldades na sua utilização.
- Ferramentas tecnológicas: também é necessário definir que as unidades precisam, em termos de tecnologia, para a implantação.
Suporte à implantação
- O Tasy foi projetado junto com quem se beneficia dele – nossos clientes –, mantendo contato com as necessidades do mundo real. Por isso, ouvimos quais são as necessidades e respondemos com atualizações regulares em um cronograma de liberação ágil. Nossos clientes têm acesso direto à Philips com o módulo de ordem de serviço próprio do Tasy, em que monitoramos para cumprir nossos SLAs.
- Nossa abordagem dinâmica e customizável mantém o Tasy responsivo às necessidades dos clientes e os mantêm na vanguarda do atendimento clínico e do gerenciamento corporativo.
Revista Prefeitos&Gestões
Você já deve ter ouvido falar de Maria Inês Fini, idealizadora do Enem e ex-presidente do Inep. Agora, ela está à frente da ANEBHI, Associação Nacional de Educação Básica Híbrida, e tem muito a dizer sobre os novos rumos da educação brasileira. Nesta entrevista exclusiva para a revista Prefeitos&Gestões, a professora doutora Maria Inês compartilha sua visão sobre as principais transformações que estão ocorrendo na educação no Brasil e como a tecnologia tem um papel fundamental nesse processo. Ela também aborda questões como inclusão, acessibilidade e equidade, bem como o papel da educação na formação de cidadãos críticos e conscientes.
Prefeitos&Gestões: Qual a avaliação da senhora sobre a gestão do ENEM nos últimos anos?
Maria Inês: O ENEM tem uma estrutura acadêmica bem consolidada desde sua criação. Possui um arcabouço logístico de aplicação de provas muito aprimorado ao longo dos seus 25 anos de existência. Os servidores do INEP que cuidam do exame são profissionais muito bem formados capazes de realizar o ENEM com sucesso cuidando de todas as suas dimensões. E foram esses servidores que resistiram e até mesmo enfrentaram a direção do INEP e do MEC dos últimos anos para que não acontecesse os abusos anunciados de interferências indevidas o que certamente levaria o exame ao descrédito de toda a sociedade.
Prefeitos&Gestões: Na opinião da senhora, no atual modelo, a avaliação do ENEM permite a universalização do ensino superior?
Maria Inês: Não é um exame o responsável pela universalização do ensino superior, aliás essa meta não é ambicionada em nenhum sistema educacional do mundo. Se fosse esse o caso, a oferta de vagas e uma boa educação básica seriam fatores preponderantes para a universalização. Mas é muito questionável objetivar essa meta.
Prefeitos&Gestões: Quais os desafios para que a prova possa ser mais acessível e igualitária, considerando o nível médio de conhecimento dos estudantes do Brasil?
Maria Inês : As provas são muito bem estruturadas com itens pré-testados que permitem calibrá-las com itens fáceis, de dificuldade média e difíceis para que todos os participantes consigam demonstrar tudo o que sabem. As grandes desigualdades socioeconômicas presentes em nossa sociedade aumentam o abismo entre aqueles que podem se preparar melhor e aqueles sujeitos às condições precárias seja na escola, na família e na sociedade em que vivem e isso se reflete no desempenho das provas. A pobreza impede, por exemplo, o acesso a bens culturais como teatro, literatura, esportes que impactam na consolidação da leitura compreensiva, tão importante para se sair bem no exame. Além disso, as escolas de nossas periferias não têm conseguido oferecer o suporte pedagógico e emocional necessários ao sucesso no exame.
Prefeitos&Gestões: Como o atual governo federal pode atuar no sentido de melhorar a qualidade do ensino e ampliar o acesso ao ensino superior?
Maria Inês: O Governo federal pode articular bons projetos com estados e municípios responsáveis pela educação básica para melhorar as condições de oferta nas escolas. Pode apoiar a formação de professores que estão na ativa; articular políticas de formação inicial de professores e gestores, robustecer o FUNDEB, entre outras e fortalecer os programas de apoio estudantil como o PROUNI e o FIES. Para além de ampliar as vagas no ensino superior público, é preciso que a universidade seja impulsionada a buscar a modernidade na oferta de seus cursos tendo em vista os desafios desse mundo globalizado.
Prefeitos&Gestões: A senhora poderia esclarecer qual foi a inspiração, ou seja, quais foram os insights que contribuíram para a criação do Enem?
Maria Inês : Sem dúvida alguma o grande inspirador para que criássemos o ENEM, foi Paulo Renato Souza, Ministro da Educação na época de sua criação. Ele queria um exame diferente que pudesse se tornar uma referência de qualidade para um vestibular nacional. Na ocasião o mundo discutia em Conferências Mundiais, novos parâmetros para educação de qualidade com um conceito mais abrangente de aprendizagem, amplamente apoiados pela literatura educacional. O Brasil foi signatário dos compromissos dessas conferências e um grupo de pesquisadores das universidades brasileiras, recrutados por mim e reunidos no INEP apresentou e implantou a proposta revolucionaria do ENEM.
Prefeitos&Gestões: Qual a opinião da senhora sobre os vestibulares (as provas seletivas criadas por algumas universidades, principalmente as privadas)?
Maria Inês: Quando se trata de vestibulares a premissa básica é a de que você tem mais candidatos e menos vagas. Então, um processo precisa ser desencadeado para você selecionar e classificar. O que a universidade deseja que seus ingressantes apresentam como condições de ingresso é que deve moldar o processo de seleção, porque é a universidade que terá que trabalhar para bem qualificar seus ingressantes. Qual seria a prova ideal? Atualmente a área de avaliação está passando por grandes processos de modernização com novos instrumentos para avaliar muitas competências além das tradicionais provas que avaliam conteúdos na memória. Muitas universidades estão dando prioridade a verificar o desenvolvimento sócio emocional, empatia, resiliência, capacidade de trabalho em grupo, de resolver problemas por meio de entrevistas, rodas de conversas em grupo e dando um valor menor às provas padronizadas de conhecimentos, embora ninguém consiga abrir mão de candidatos com bom domínio da escrita, leitura e oralidade além das estruturas lógico-matemáticas. Enfim, o mundo do trabalho está mudando muito rapidamente e a universidade precisa rever os perfis profissionais de seus cursos e os critérios que utiliza para recrutar seus estudantes.
Fonte: revista Prefeitos&Gestões ed. 81 março-abril 23
O lugar das mulheres na política
Em meio ao contexto de polarização, onde ficam as mulheres? Segundo um estudo da União Interparlamentar, organização internacional responsável pela análise dos parlamentos mundiais, o Brasil está em 142º lugar quando o assunto é a participação das mulheres na política nacional. Os dados têm como base as eleições federais de 1997 a 2018.
Frente a este cenário, a cientista política Juliana Fratini criou o encontro “Mulheres na Política”. O objetivo é reunir lideranças de diferentes partidos para incentivar o diálogo sobre a importância da figura feminina na gestão pública brasileira.
Confira a entrevista com a cientista, na íntegra:
Revista Prefeitos & Gestões: Como você avalia a participação das mulheres na política no Brasil?
Juliana Fratini: A participação feminina na política é absolutamente significativa, desde o período da abolição da escravatura, passando pelo período do Estado Novo à Ditadura, quando as mulheres exiladas se encontravam para tratar do tema (conforme apontam os estudos das cientistas sociais Carla Garcia, Celi Pinto, Clarice Otto, Flavia Biroli, entre outras). Em geral, existem estudos que apontam que as mulheres sempre estiverem buscando espaço político, mas pouco foram escutadas e recompensadas pelo seu esforço, embora tenham feito a diferença na atuação.
Desde o período da redemocratização (1988), as mulheres têm atuado de maneira mais sustentada na política, com a participação profissional e permanente, seja por meio das organizações da sociedade civil, universidades, ou núcleos partidários. Contudo, apesar de todas as iniciativas, a participação é ainda pífia em seu resultado. Nós possuímos uma Câmara Federal com 15% de mulheres eleitas e este número é ainda menor em algumas Assembleias Legislativas e Câmaras municipais, o que indica que precisa haver uma mudança significativa na dinâmica política institucional, bem como em nossa cultura que é predominantemente patrimonialista, privatista e patriarcal.
Revista Prefeitos & Gestões: Como esta participação se dá nas prefeituras brasileiras?
Juliana Fratini: O aumento da participação das mulheres na política depende do aumento do engajamento partidário (institucional, no sentido de respeitar a participação das mulheres e respeitar, judicialmente, os 30% de vagas para as candidaturas femininas, bem como o destino de 30% de recursos eleitorais e partidários para essas campanhas.) Mas isso não é tudo. É necessário modificar a percepção cultural e pessoal dos (as) brasileiros (as) que as mulheres não podem não podem ocupar postos de poder público. A mudança cultural de percepção é realidade é a mãos importante, já que as mulheres estão preparadas para ocupar estes espaços.
Revista Prefeitos & Gestões: Como seria possível aumentar esta participação?
Juliana Fratini: A participação pode ser aumentada por meio de mudanças culturais, estas que levam tempo para acontecer, mas que estão “no jogo” faz mais de um século. Atualmente existem organizações da sociedade civil que desempenham este papel de colocação da mulher na política institucional (são exemplos os grupos Vamos Juntas, Elas no Poder, Vote Nelas, Grupo Mulheres do Brasil, A Ponte, Delibera Brasil, entre outros). Não menos importante é o trabalho dentro dos partidos, com núcleos de apoio às pautas femininas. Além disso, a imprensa, que contribui para a formação da opinião pública, precisa melhor expor quais são as demandas e dificuldades das mulheres. O poder judiciário também tem contribuído a fim de haver uma democracia mais plena na qual as mulheres estejam inseridas em posições de mando e poder de decisão.
Revista Prefeitos & Gestões: Quais são os principais desafios para que isso ocorra?
Juliana Fratini: Os principais desafios são culturais. Nós estamos “acostumados(as)” com uma política patriarcal, patrimonialista e privatista. Nós precisamos assimilar aspectos mais liberais da democracia, quando todos são vistos como iguais; e mais progressistas, em relação à justiça social pela posição do gênero.
Revista Prefeitos & Gestões: Qual é o papel do Mulheres na Política e quais foram os principais frutos do movimento?
Juliana Fratini: “Mulheres na Política”, não deveria ser, exatamente, um tema contemporâneo, se nosso país e as instituições interpretassem e atendessem de maneira equânime as demandas atuais do gênero feminino (e que não são nem atuais: sempre existiram, mas a diferença é que agora as mulheres possuem voz). As mulheres demandam por equidade no tratamento privado, social e político em relação às suas capacidades e poder. Isso é o que precisa ficar claro. As mulheres são competentes para exercer qualquer função.
Revista Prefeitos & Gestões: De que maneira a polarização política atual reflete na participação feminina nos cargos públicos?
Juliana Fratini: Atualmente se discute nos meios de comunicação apenas o desempenho das candidaturas de Lula (PT) e Bolsonaro (PL) que são os líderes das pesquisas. Quando muito generosos os meios de comunicação discutem, ainda, a candidatura de Ciro Gomes (PDT). Mas não discutem, na mesma proporção, a candidatura de Senadora Simone Tebet (MDB) que, apesar de não ser líder nas pesquisas, desempenha papel importante na conjuntura. A campanha do PT não apresenta devidamente a deputada Gleise Hoffman que é presidente de um dos maiores partidos brasileiros e, por si mesma, possui uma história incrível, digna e leal. Além destas, existem outras Presidentes Partidárias que são Luciana Santos (PCdoB) e Retana Abreu (Podemos) que encabeçam partidos grandes e pouco aparecem em relação à sua importância institucional. Isso, definitivamente, precisa mudar. Da direita à esquerda, essas mulheres que lutam por ideais não possuem visibilidade compatível com o seu trabalho e obrigações.
Fonte: Entrevista Revista Prefeitos&Gestões
O desenvolvimento do setor de PPPs vem procurando atender da melhor forma possível a necessidade das concessionárias de Iluminação Pública
Atuando há 50 anos no mercado, a Tecnowatt Iluminação ocupa posição de destaque no segmento de iluminação e controles
Já consolidada no Brasil, a atuação internacional da Tecnowatt Iluminação foi consolidada em 1999 ao integrar a Simon Holding, um dos mais sólidos grupos mundiais, fundado em 1916, em Olot, Catalunha, Espanha. Atualmente a Simon Holding possui presença ativa com fábricas e filiais em 16 países, além de representação em quatro continentes.
Com constantes investimentos em inovação e desenvolvimento de produtos, conta com equipe de P&D no Brasil para desenvolvimento de produtos que podem ser exportados e atendem todas as necessidades regulatórias e de mercado no país. Recentemente o grupo SIMON adquiriu parte da empresa Protopixel, que se destaca pelos sistemas de controle e iluminação dinâmica.
Para oferecer mais detalhes sobre a atuação da empresa no mercado brasileiro, entrevistamos Luciano Haas Rosito, diretor-comercial da Tecnowatt Iluminação. Engenheiro Eletricista graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS (1999) e atual coordenador do Comitê de Telegestão da ABCIP – Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Iluminação Pública.
P&G: Quais produtos a Tecnowatt oferece hoje para o segmento de Iluminação pública?
Luciano Rosito: A Tecnowatt oferece o que existe de mais moderno em termos e eficiência energética, durabilidade e distribuição correta da iluminação para as vias públicas no Brasil. A empresa atua nesse segmento, tendo em vista a evolução dos conceitos, chegando no que chamamos de uma cidade inteligente, com equipamentos e sistemas que garantem alta eficácia luminotécnica; não somente com um lm/W alto, como também com uma distribuição luminosa adequada, que cumpre os requisitos normativos, com o menor consumo possível.
Com a menor depreciação do fluxo luminoso, ao longo do tempo, a Tecnowatt garante longa e correta manutenção até o final da sua vida útil, com reduzida taxa de falhas. Pensando em um melhor aproveitamento e garantia de seus produtos e sistemas, dispõe de equipe de pós-venda, a fim de orientar corretamente a aplicação do produto e dar toda a assistência aos usuários, sejam eles instaladores ou empresas especializadas, que prestam serviços ao município ou diretamente para os municípios.
P&G: Hoje, a função da instituição ABCIP é apoiar as Parcerias-Público Privada (PPPs) para promover projetos de iluminação pública com infraestrutura necessária para a oferta de tecnologias e inovações. Descreva como está se desenvolvendo as PPPs no Brasil, basicamente neste e qual a participação da Tecnowatt.
Luciano Rosito: A Tecnowatt, como uma das associadas da ABCIP, acompanha o desenvolvimento do setor de PPPs, procurando atender da melhor forma possível a necessidade das concessionárias de Iluminação Pública, desenvolvendo produtos adequados para a aplicação nas concessões. Além de atender os requisitos mínimos estabelecidos pelo INMETRO, se destaca por obter o selo PROCEL, procurando ir além de desenvolver fotometrias adequadas para as mais diferentes configurações das vias. A participação tem sido bastante relevante, colocando a empresa como destaque entre os principais fornecedores para esse segmento, garantindo a durabilidade e características durante todo período estabelecido para atendimento dos contratos. Além de promover a correta iluminação e auxiliar o desenvolvimento do segmento, a empresa procura colocar informações técnicas disponíveis aos estruturadores de PPPs para que novos conceitos, métricas e aplicações sejam utilizadas para melhoria do nível dos contratos e a possibilidade de utilizar melhor a tecnologia a serviço de uma melhor iluminação em todas as áreas do município, sejam elas vias, praças, parques, calçadas ou faixas de pedestres. Sempre lembrando a importância da diminuição e combate a poluição luminosa.
P&G: O mercado público-privado de iluminação pública tem um grande potencial de crescimento. Hoje, estão sendo estruturados quase 300 projetos, com potencial de tornar a vida de 64 milhões de brasileiros mais segura e confortável, por meio de concessões de (PPP), que vem se consolidando e já tem contratado para os próximos anos investimentos de R$ 18 bilhões em apenas 51 municípios brasileiros, sendo nove capitais.
Luciano Rosito: As PPPs de iluminação pública se consolidaram como uma das alternativas de gestão de IP e, sempre que bem aplicadas, trazem excelentes resultados para a qualificação da iluminação das cidades e redução dos gastos públicos neste segmento. O potencial de aplicação deste modelo de gestão nos próximos anos é enorme e a melhoria do nível dos projetos vem ocorrendo e podem evoluir ainda mais. Até o final de 2022 a expectativa é que o número de cidades se aproxime de 80 municípios e, em 2023 e 2024, esse número passe de 100 cidades.
Mesmo as cidades que não se utilizam do contrato de PPP, utilizam muitas das experiências e conhecimento gerados pelas PPPs para suas contratações de obras e gestão de IP. Isso acaba por qualificar o mercado como um todo e estimula todas as cidades buscarem a melhoria da iluminação pública, não somente substituindo a tecnologia, como também fazendo a correta manutenção e gestão do sistema.
P&G: A ABCIP acaba de lançar o primeiro Guia de Telegestão em Iluminação Pública, organizado pelo Comitê de Telegestão da entidade, que reuniu 11 empresas associadas, com relevantes projetos no Brasil e no exterior.
Luciano Rosito: A ABCIP, atualmente, através do comitê de telegestão, está em fase de revisão e ampliação do Guia de Telegestão, que foi lançado em novembro de 2021. O comitê vem sendo ampliado e novas empresas tem se juntado ao grupo para a realização das atividades. A Tecnowatt também apoia e busca todo tipo de oportunidade de aplicação desta tecnologia em seus projetos. Inicialmente, buscando difundir os conhecimentos ao mercado e também aplicando esses conhecimentos internamente com seu time comercial, buscando negócios onde seja possível utilizar a tecnologia.
P&G: Leia o texto abaixo e explique como a Tecnowatt se inclui neste contexto da Iluminação Pública no Brasil.
“ Você sabia que a iluminação pública é a porta de entrada para tornar as cidades mais seguras e inteligentes? A partir da modernização do setor, como a troca de lâmpadas convencionais por LED, combinadas com sistemas de gestão e controle integrados, é possível gerar uma economia significativa no consumo de energia dos sistemas de iluminação pública dos municípios. No Brasil, os leilões de PPPs são o caminho para essa modernização, com contratos de longo prazo”
Luciano Rosito: A Tecnowatt apoia todas as formas possíveis de modernização das cidades através do uso de tecnologia, de forma consciente e sustentável para que os municípios de tornem cada vez mais inteligentes e consigam obter vantagens na redução dos custos de gestão dos sistemas de IP. A infraestrutura de IP está em praticamente todas as áreas da cidade e pode ser integrada com outros sistemas e ser base para ampliar a utilização da tecnologia em benefício do cidadão.
Chegada do 5G no Brasil prepara o país para se tornar uma potência econômica digital
O 5G ficará como legado para os próximos dez anos. Entrevista com Fábio Faria, Ministro das Comunicações (MCom)
Aos olhos e ouvidos do leigo, muito se fala, mas pouco se sabe sobre o que é, como funciona e quando será definitivamente instalada a Tecnologia G no Brasil. Antes de entrar nos detalhes, vamos entender melhor o conceito, o funcionamento da internet 5G e qual a tecnologia utilizada no Brasil. as cidades que ainda não atualizaram suas normas poderão, eventualmente, podem se respaldar no Projeto de Lei 8518/2017, aprovado na Câmara dos Deputados no dia 10 de maio e que trata do “Silêncio Positivo”. O texto prevê autorização para instalação de infraestrutura de telecomunicações em caso de não manifestação do órgão competente no prazo de 60 dias. A matéria foi remetida para o Senado Federal.
Conceito
É importante entender que há uma diferença entre o 5G DSS (com Compartilhamento Dinâmico de Espectro, da sigla em inglês) – avalizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em meados de 2020, quando as operadoras começaram a comercializar a tecnologia com o nome genérico de 5G – e a tecnologia 5G SA (Standalone), conhecida como 5G puro, comtemplada no leilão de radiofrequências realizado no final do ano passado.
O 5G DSS ainda utiliza estruturas do 4G e compartilha frequências com outras tecnologias (4G, 3G) para transmissão do sinal, perdendo, portanto, as características e potencialidades da 5ª geração de redes móveis. Já o 5G puro é até 100 vezes mais rápido que o atual (4G), mas o novo padrão não é apenas mais veloz. A quinta geração de redes móveis promete baixa latência — esse é mais um indicador de qualidade da conexão do que de velocidade. Em resumo, de uma máquina à outra, os dados tanto seguem quanto retornam com imensa velocidade, sem perda de informação.
Edital
Na implantação das redes 5G, as operadoras devem observar requisitos técnicos mínimos. De acordo com o edital do leilão, elas devem instalar redes que permitam a oferta de Serviço Móvel Pessoal (SMP) por meio de padrão tecnológico igual ou superior àquele estabelecido pela 3GPP, organização internacional responsável por criar os parâmetros do setor. Conforme a Anatel, o padrão tecnológico que será implantado no Brasil é, atualmente, o mais avançado.
Sobre cobertura 5G, o edital de licitação estabelece metas de densidade mínima de Estações Rádio Base (ERB), definida como a quantidade de estações por habitante do município. Quanto maior a densidade de ERB, melhor tende a ser a qualidade do serviço prestado e da velocidade. As metas aumentam gradualmente, conforme previsto no edital. Para as capitais e para o DF, a densidade mínima começa em uma ERB para cada 100 mil habitantes (ano 2022) e chega a uma ERB para cada 10 mil habitantes (ano 2025). Por esse motivo existe a necessidade dos municípios alinharem as suas legislações à Lei Geral de Antenas (Lei nº 13.116/2015) e ao Decreto 10.480/2020.
Para dar mais detalhes do processo de implantação 5G no Brasil, a revista Prefeitos&Gestões entrevistou Fábio Faria, Ministro das Comunicações do Brasil (MCom).
P&G: Quais são as vantagens da tecnologia 5G?
Fábio Faria: O usuário final viverá uma experiência única já que poderá acompanhar um filme pelos serviços de streaming, por exemplo, tão simultâneo quanto assiste pela TV. As videochamadas, transmissões de jogos, filmes e lives não terão mais aquelas indesejadas interrupções, pois que o tempo de transferência de dados será mínimo, entre 1 e 2 milissegundos (contra 32-52 milissegundos do 4G).
No entanto, os benefícios do 5G vão muito além do aumento de velocidade. A tecnologia vai ajudar a salvar vidas pois, com mais qualidade de som e imagem, a telemedicina avançará e os profissionais de saúde poderão avaliar, com rapidez, um paciente em outra cidade e até fazer um diagnóstico ou uma videoconferência com outros médicos em uma emergência.
Por outro lado, os grandes contratantes da tecnologia serão o agronegócio e as indústrias, em função do novo modelo de negócio que ela possibilita. A comercialização de redes privativas irá revolucionar toda cadeia de produção, englobando tanto os setores da agropecuária, transporte, segurança e logística, quanto os campos do e-commerce, do metaverso ou do ambiente de consumo.
A chegada de novas operadoras também promete maior concorrência e, consequentemente, melhor qualidade e preço. O leilão ampliou da concorrência no setor de telecomunicações incluindo no mercado brasileiro de prestadoras de serviço de telefonia móvel a Brisanet, o Consórcio 5G Sul, a Cloud2U, a Sercomtel e Winity II.
P&G: Quais os impactos da internet 5G nos 5.570 municípios do Brasil?
Fábio Faria: A nossa maior preocupação com o processo do leilão foi garantir internet para quem não tem. Ainda existem 40 milhões brasileiros que vivem sem qualquer opção de acesso à internet e queríamos abolir esse deserto digital.
A Anatel estipulou 9,8 mil localidades em todo o país sem acesso à internet. São comunidades com 30, 100 pessoas, que receberão, no mínimo, um padrão mínimo de internet 4G como contrapartida para as operadoras que arremataram os lotes de radiofrequência. No final, nenhum lugar do Brasil ficará sem internet.
P&G: Quantos e quais municípios já tem 5G no Brasil?
Fábio Faria: Ainda não há municípios conectados oficialmente com o 5G. O que existem são experiências que estão sendo realizadas em diversas cidades e também no campo. Vistamos algumas dessas iniciativas, como a fazenda Ipê, no Piauí, que é um exemplo de empreendimento inteligente.
Nas cidades de Uberaba, Uberlândia (MG) e Franca (SP), a Algar (uma das operadoras que arremataram lotes nacionais) instalou a tecnologia de quinta geração para redes móveis em dezembro do ano passado. Já a Brisanet também realizou demonstrações com o 5G em Natal (RN) para exibir as diferenças em relação à geração anterior.
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) se comprometeu com a instalação, em caráter experimental, de luminárias munidas com antenas 5G e câmeras de vídeo nas cidades de Ceará Mirim (RN), Petrolina (PE), Araguaína (TO), Jaraguá do Sul (SC) e Curitiba (PR).
Com essas iniciativas, todas as outras operadoras terão que implementar ações para não perder espaço no setor de telecomunicações. Essa é a beleza do mercado livre.
P&G: A tecnologia 5g vai impulsionar o uso de IoT e IA? Explique.
Fábio Faria: A Internet das Coisas (ou IoT, da sigla em inglês Internet of Things) é a capacidade de equipamentos interagirem diretamente, gerando respostas independente da intervenção humana. A baixa latência é uma das principais características do 5G, que oferece uma profunda precisão viabilizando aos carros autônomos (sem motorista) trafegar se comunicando em tempo real com outros veículos, sem atraso na transmissão. Outras aplicações são a realização de cirurgias a distância, operação de diversas máquinas e drones simultaneamente, expansão de aplicações em realidade aumentada e operações
P&G: A tecnologia 5G vai trazer mais velocidade e estabilidade para as conexões?
Fábio Faria: Como dito anteriormente, a velocidade será de 10 a 100 vezes maior do que a do 4G. Em testes foi possível verificar velocidade de até 20 Gb/s. A baixa latência, tempo de resposta entre a emissão e recepção do sinal, é mais uma das principais características da tecnologia, além da possibilidade de conectar um número maior de aparelhos.
P&G: Se tiver algum outro aspecto que deseja destacar sobre a tecnologia 5G, fique à vontade.
Fábio Faria: Nós iremos passar por uma revolução tecnológica nos próximos anos. Serão afetados diversos setores econômicos, levando a um aumento de empregos, de renda e, consequentemente do PIB brasileiro.
Mas o principal fator que irá mexer, definitivamente, com as bases sociais do Brasil será a promoção de conexão para milhões de alunos de escolas públicas. O estudo técnico preparado pelo Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas (Gape), criado conforme previsto no edital do leilão do 5G, consolidou o diagnóstico da conectividade nas escolas públicas a partir da atualização de dados em 2022 e apontou que ainda restam cerca de 15 mil escolas sem internet no país.
Em abril, o Ministério das Comunicações (MCom) anunciou a instalação de novos 12 mil pontos de Wi-Fi Brasil em escolas da rede pública no país. O objetivo da pasta é finalizar o ano com 100% das escolas conectadas. As outras 3 mil escolas serão atendidas quando conseguirmos resolver o fornecimento de energia elétrica para elas. Para esses casos, contamos com o apoio do Ministério das Minas e Energia para atendimento por meio dos programas Mais Luz para a Amazônia e Luz para Todos.
Essas crianças e adolescentes poderão acessar conteúdos on-line, buscando fontes diversas de aprendizagem e capacitação. Isso é inclusão digital, valor que recentemente foi incluído no rol dos direitos fundamentais previstos na Constituição Federal. Essa é a verdadeira revolução: promover educação para todos!
BOX
Cronograma completo da instalação do 5G nos municípios brasileiros
1.174 mun. – Cronograma de atendimento a municípios com pop. igual (ou superior) a 30 mil hab.:
Até set/22: atender capitais e o DF (mínimo: 1 antena por 100 mil hab.);
Até jul/23: ampliar qtde de antenas nas capitais e no DF (mínimo: 1 por 50 mil hab.);
Até jul/24: ampliar qtde de antenas nas capitais e no DF (mínimo: 1 por 30 mil hab.);
Até jul/25: ampliar qtde de antenas nas capitais e DF + atender municípios com pop. igual (ou superior) a 500 mil hab. (mínimo: 1 por 10 mil hab.);
Até jul/26: atender municípios com pop. igual (ou superior) a 200 mil hab. (mínimo: 1 por 15 mil hab.);
Até jul/27: atender municípios com pop. igual (ou superior) a 100 mil hab. (mínimo 1 por 15 mil hab.);
Até jul/28: atender 50% dos municípios com pop. igual (ou superior) a 30 mil hab. (mínimo: 1 por 15 mil hab.);
Até jul/29: atender 100% dos municípios com pop. igual (ou superior) a 30 mil hab. (mínimo: 1 por 15 mil hab.);
4.396 mun. – Cronograma de atendimento a municípios com pop. inferior a 30 mil hab.:
Até dez/26: atender pelo menos 30% dos municípios com pop. inferior a 30 mil hab.;
Até dez/27: atender pelo menos 60% dos municípios com pop. inferior a 30 mil hab.;
Até dez/28: atender pelo menos 90% dos municípios com pop. inferior a 30 mil hab.;
Até dez/29: atender 100% dos municípios com população inferior a 30 mil hab.;
Atender 1.700 localidades não sede com 5G até dez/2030
Ressalta-se que não há um escalonamento para esse atendimento, todas as 1.700 localidades deverão ser atendidas até 31/12/2030.
Recursos digitais devem ser usados para proteger as parcelas mais vulneráveis da população”
Essa é a visão de Dilador Borges Damasceno, prefeito em segundo mandato da cidade paulista de Araçatuba, sobre a maior prioridade que deve nortear a construção de uma cidade inteligente
Nesta entrevista exclusiva para a Prefeitos & Gestões, o prefeito fala das providências que a administração tom para oferecer serviços públicos de qualidade para munícipes, em especial, os relativos à saúde, educação e segurança pública.
P&G: Tornar Araçatuba uma cidade inteligente está nos seus planos?
Dilador: Está sim, porque a transformação digital pela qual o mundo passa é inevitável e vai impactar as cidades decisivamente nas próximas décadas. Por isso é fundamental que elas se preparem para articular políticas públicas, formular programas e fazer os investimentos necessários para que a população urbana, em especial as parcelas mais vulneráveis dela, possam desfrutar dos benefícios trazidos pelas novas tecnologias. Entendo, no entanto, que as soluções e dispositivos tecnológicos associados à cidade inteligente devem ter como objetivo principal a melhoria da qualidade de vida dos seus moradores. Uma cidade agradável de se viver, diversa e aberta, participativa e inclusiva, eficiente, neutra em carbono, competitiva e próspera, aberta e inovadora, responsiva e sensitiva, segura e com liberdade. Essa é a nossa missão: tornar Araçatuba uma cidade para todos os cidadãos, de maneira responsável e sustentável.
P&G: Qual a lição de casa que a maioria das cidades brasileiras ainda não fizeram?
Dilador: O grande desafio para tornar as cidades brasileiras inteligentes é ter claro que se trata de um projeto que não pode ser construído em apenas um mandato na gestão municipal. Por essa razão o projeto deve ter um horizonte de longo prazo. Dado orçamento limitado dos municípios, o planejamento dos gastos do dinheiro público para implantação de sistemas que permitam que a cidade tenha iluminação pública de qualidade, controle do tráfego urbano, monitoramento de vias e avenidas por câmeras de vigilância, sensores na coleta de lixo, aplicativos para o cidadão consultar diversos serviços públicos deve ser realista e eficiente. A questão do tempo é importante uma vez que os prazos das etapas do processo de caminhar para a ser uma smart city são distintos e tortuosos: da articulação dos interesses de todos os segmentos da sociedade à estruturação das licitações, aprovações, projetos etc. leva-se muito tempo. Outro grande desafio está relacionado à integração tecnológica de todos os sistemas adotados. Mesmo que o município decida investir em recursos digitais, eles precisam ser integrados e interligados para levar melhor benefício para a população no que diz respeito, por exemplo, a mobilidade urbana, segurança pública etc.
P&G: Como a tecnologia pode ajudar o administrador público a oferecer serviços de qualidade para a população? O que Araçatuba tem feito nesse sentido?
Dilador: Os gestores públicos devem buscar meios de garantir que os serviços de saúde, educação e segurança, por exemplo, atendam de maneira ampla e satisfatória todos os munícipes. Neste primeiro semestre, vamos abrir um processo licitatório para montar barreiras inteligentes em pontos estratégicos por meio da instalação de câmeras de vídeo monitoramento na cidade, interligadas a órgãos policiais para melhorar a segurança pública em Araçatuba. Estamos implantando prontuário médico eletrônico em todas as unidade de saúde para facilitar a vida do cidadão e um sistema de teleconsultas para agilizar o atendimento e não deixar as pessoas esperando horas.
Atualmente temos 24 pontos wi-fi públicos e gratuitos com capacidade para atender todos os cidadãos. Estamos em processo de licitação para instalar redes de wi-fi em todas escolas da rede municipal, mas já implantamos uma plataforma para gestão dos dados da Educação Municipal, que inclui a parte pedagógica, para acesso dos alunos a atividades, cuja tabulação dos resultados é imediata, além de disponibilizarmos tablets para utilização dos alunos.
Desde 2021, implantamos um balcão eletrônico de empregos, no qual o candidato a vagas disponíveis no município pode cadastrar seu currículo (no site da prefeitura ou por meio de QR-Code). Dessa maneira, o currículo do candidato por acessado diretamente pelas empresas parceiras. Mais de 4.500 currículos foram cadastrados nos últimos 12 meses. É bom ressaltar que em todos os setores da administração municipal, a tecnologia soma-se ao trabalho da nossa equipe, gerando mais segurança nos processos, agilidade e economia. É nesse sentido que o gestor público tem de trabalhar, melhorar a qualidade dos serviços e zelar pelo dinheiro público.
P&G: O município Araçatuba está entre as cidades mais bem saneadas do Brasil segundo a ABES? Como o senhor conseguiu esse resultado?
Dilador: O saneamento básico em Araçatuba está universalizado graças a parceria de 10 anos com a concessionária GS Inima Samar. Ou seja 100% dos moradores têm acesso a água potável de qualidade e 99% têm de esgoto coletado, volume esse totalmente tratado. Por isso, pelo terceiro ano consecutivo a cidade figura no ranking da ABES entre as mais bem saneadas do Brasil do porte dela. Em dezembro inauguramos o primeiro secador solar do Brasil (vide box), um dos maiores avanços na destinação final do lodo produzido pelo esgoto com uma tecnologia inédita na América Latina, que exigiu investimento da concessionária de mais de R$ 16 milhões. Para reduzir as perdas de água tratada no sistema de abastecimento, a cidade foi dividida em 42 micro setores pela GS Inima Samar melhorando assim a eficiência na gestão da água. A fim de garantir mais segurança hídrica, a concessionário está implantando uma nova estação de tratamento de água, com capacidade para abastecer 100 mil habitantes. Ou seja, assim como em outros setores, a novas soluções sempre devem estar a serviço da população.
Secador solar de lodo é tecnologia inédita no Brasil
A luz do sol pode ser o grande parceiro dos operadores de serviços de água e esgoto para enfrentar o problema da disposição final do lodo produzido nas estações de tratamento de esgoto. Foi o que descobriu Araçatuba depois da implantação do primeiro secador solar de lodo de esgoto pela concessionária GS Inima Samar, uma solução até então inédita na América Latina.
Construído em uma área de 7 mil m2, o secador solar do lodo resultante do tratamento do esgoto doméstico gerado pelos quase 200 mil moradores de Araçatuba, teve investimento da ordem de R$ 16 milhões e entrou em operação em 2021. Totalmente automatizado, o equipamento instalado em uma enorme estufa de vidro conta com três revolvedores de resíduos que trabalham 24 horas por dia para, ao final do processo, remover o material seco para ser enviado ao aterro sanitário. O transporte do resíduo, que era feito diariamente, só ocorre uma vez por semana, visto que o volume do lodo diminuiu de 450 para 90 toneladas mensalmente. Com essa inovação, além de reduzir a despesa com a disposição final do lodo, o município deixa de sobrecarregar o aterro sanitário com matéria orgânica, beneficiando o meio ambiente. Atualmente a concessionária está estudando uma forma de fornecer o resíduo seco, livre de microorganismos prejudiciais à saúde, para a agricultura, uma vez que ele é um macro nutriente rico em nitrogênio, fósforo e potássio.
Simon-Tecnowatt: Promotora da cultura da luz
Tecnowatt vem investindo constantemente em tecnologia e aplicação das mais modernas técnicas construtivas que contribuam para a sustentabilidade e meio-ambiente
A Tecnowatt Iluminação é uma empresa com mais de 50 anos de mercado e ocupa posição de destaque no segmento de iluminação e controles.
Sua atuação internacional foi consolidada, em 1999, ao integrar o Grupo Simon, um dos mais sólidos grupos mundiais fundado em 1916, em Olot, Catalunha, Espanha. líder de mercado na Espanha, o Grupo Simon possuí um portfólio variado que vai desde soluções tecnológicas de iluminação, controle de luz, conectividade, até material elétrico. A companhia consolidou sua presença em mais de 90 países e tem implantação em 15 deles, sendo 9 com fábricas próprias.
Aquisição
Com constantes investimentos em inovação e desenvolvimento de produtos, conta com equipe de P&D no Brasil para desenvolvimento de produtos que podem ser exportados e atendem todas as necessidades regulatórias e de mercado no país.
Além do importante posicionamento do Grupo Simon nas áreas de iluminação exterior e interior, recentemente realizou um investimento estratégico na aquisição da empresa Protopixel, focada em iluminação dinâmica e experiencial, que permite o Grupo Simon completar e agregar mais valor aos produtos e soluções que oferece.
Como promotora da cultura da luz, a empresa vem há anos fomentando a criação de vínculos com o mundo da arte e da criatividade para impulsionar a criação de diferentes intervenções de iluminação, com a colaboração dos mais importantes lighting designers da cena espanhola e internacional. O Grupo Simon acredita com muita convicção no poder da luz para transformar e reinventar os espaços com o objetivo simplificar a tecnologia e proporcionar maior bem-estar na vida das pessoas.
Para dar maiores detalhes da atuação da empresa, entrevistamos Luciano Haas,
Luciano Haas Rosito – Diretor Comercial da Tecnowatt Iluminação. Engenheiro Eletricista graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS (1999). Pós-graduado em Gestão Empresarial pela PUCRS. Coordenador de Luciano Haas Rosito – Diretor Comercial da Tecnowatt Iluminação. Engenheiro Eletricista graduado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS (1999). Pós-graduado em Gestão Empresarial pela PUCRS. Coordenador de comissão de Estudos ABNT – COBEI – CE03 – Luminárias e acessórios e participante das demais comissões. Cursos de iluminação no Brasil e exterior, incluindo: Iluminação, fotometria e especificação de luminárias (Bélgica 2007), Professor de Curso de Iluminação Pública – CEIP. Palestrante em eventos de iluminação (COBEE, ILUMEXPO, etc) e professor de cursos de iluminação – Exper / ISITEC. Membro Abilux – Associação Brasileira da Indústria da Iluminação. Coordenador do Comitê de Telegestão da ABCIP – Associação Brasileira das Concessionárias de Iluminação Pública. Professor no IPOG. Mais de vinte e cinco anos de experiência na área de iluminação, adquirida na PMPA, PUCRS – LABELO e empresas de iluminação.
P&G: A parceria da Tecnowatt/Simo contribuiu para a evolução da empresa?
Luciano: A Tecnowatt Iluminação é uma empresa com mais de 50 anos de mercado e ocupa posição de destaque no segmento de iluminação e controles.
Sua atuação internacional foi consolidada em 1999 ao integrar o Grupo Simon, um dos mais sólidos grupos mundiais fundado em 1916, em Olot, Catalunha, Espanha. Líder de mercado na Espanha, o Grupo Simon possuí um portfólio variado que vai desde soluções tecnológicas de iluminação, controle de luz, conectividade, até material elétrico. A companhia consolidou sua presença em mais de 90 países e tem implantação em 15 deles, sendo 9 com fábricas próprias.
Com constantes investimentos em inovação e desenvolvimento de produtos, conta com equipe de P&D no Brasil para desenvolvimento de produtos que podem ser exportados e atendem todas as necessidades regulatórias e de mercado no país.
Além do importante posicionamento do Grupo Simon nas áreas de iluminação exterior e interior, recentemente realizou um investimento estratégico na aquisição da empresa Protopixel, focada em iluminação dinâmica e experiencial, que permite o Grupo Simon completar e agregar mais valor aos produtos e soluções que oferece.
Como promotora da cultura da luz, a empresa vem há anos fomentando a criação de vínculos com o mundo da arte e da criatividade para impulsionar a criação de diferentes intervenções de iluminação, com a colaboração dos mais importantes lighting designers da cena Espanhola e internacional.
O Grupo Simon acredita com muita convicção no poder da luz para transformar e reinventar os espaços com o objetivo simplificar a tecnologia e proporcionar maior bem-estar na vida das pessoas.
P&G: Fale da importância do Led no contexto da iluminação pública para a construção das cidades inteligentes?
Luciano: O LED propicia uma significativa economia de energia quando comparado com as tecnologias de lâmpadas de descarga (vapor de mercúrio, vapor de sódio e vapor metálico). Além da economia de energia, garante uma melhor reprodução das cores e pode gerar luz em diferentes tonalidades (temperaturas de cor) de acordo com a necessidade de cada ambiente externo de uma cidade. Então, esta tecnologia flexível, eficiente e mais durável, permite que outros recursos sejam investidos e potencializem seus benefícios, incluindo os controles de iluminação, que, no caso da iluminação pública são os sistemas de telegestão. Estes sistemas que por sua vez, controlam facilmente a emissão correta do fluxo luminoso, e podem ser integrados em um sistema de gestão de uma cidade inteligente, sendo uma das verticais que estará integrada em um sistema mais amplo. Muitas vezes a Iluminação Pública conectada e controlada por sistemas de telegestão é a porta de entrada de outros sistemas de uma cidade inteligente. Visto que, quando é feita a substituição, é possível ter um retorno de investimento, devido a economia de energia e de manutenção pelo uso da tecnologia LED e sistemas de controle, quando comparado com o sistema antigo que consome mais energia, dura menos e não é possível controlar/dimerizar.
Investir em Iluminação Pública e aplicação de tecnologia neste segmento, é aumentar a qualidade de vida das pessoas, garantir a circulação segura de pedestres e veículos e dar retorno ao cidadão dos recursos que são obtidos através da arrecadação da CIP/COSIP ou outras receitas do município que são destinadas para a gestão da Iluminação Pública. Logo, é uma prestação de serviço municipal que deve ser cada vez mais qualificada em função da necessidade de uma maior eficiência operacional por parte do gestor público. Diante disto, dos recursos limitados e da aplicação de modelos de gestão de IP, muitas cidades optaram pelo modelo de PPPs e outras por outros modelos para que sejam realizadas as intervenções necessárias para a eficientização da Iluminação Pública e aplicação de tecnologias de controle.
O LED vem evoluindo nos últimos anos e já vemos que além do aumento da eficácia (lm/W) das luminárias LED, proporciona também redução do custo dos produtos e o aumento da vida útil dos equipamentos.
P&G: De que forma a tecnologia da Simon/Tecnowatt colabora para construir uma cidade inteligente?
Luciano: A Tecnowatt colabora dentro deste ecossistema de uma cidade inteligente com equipamentos e sistemas que garantem uma alta eficácia luminotécnica, não somente com um lm/W alto, mas também, com uma distribuição luminosa adequada que cumpra os requisitos normativos com o menor consumo possível. Além disto, com a menor depreciação lumínica ao longo do tempo, garante uma longa manutenção do fluxo luminoso até o final da sua vida útil, com reduzida taxa de falhas. Pensando em um melhor aproveitamento e garantia de seus produtos e sistemas, a Tecnowatt dispões de equipe de pós-venda a fim de orientar corretamente a aplicação do produto e dar toda a assistência aos usuários, sejam eles instaladores ou empresas especializadas que prestam serviços direta ou indiretamente aos municípios.
P&G: -A ABCIP, lançou, em 202 o Guia de Telegestão da IP e qual a colaboração da Tecnowatt para o projeto.?
Luciano: A Tecnowatt como uma das associadas à ABCIP, em 2021 contribuiu para a elaboração do Guia de Telegestão com questões técnicas e de harmonização de conteúdo para que ficasse o mais didático e isento possível, sendo uma guia de avaliação por requisitos e não por tecnologias específicas. Este foi o consenso do comitê de Telegestão liderado brilhantemente nos últimos dois anos pelo Eng. Claudio Monteiro da empresa Modulus One, associada da ABCIP. Este comitê tomou grandes proporções pela participação e qualidade técnica de todos seus associados que buscaram, da mesma forma, contribuir para a qualidade do material elaborado com as informações mais relevantes para o mercado. O comitê de Telegestão da ABCIP procurou nestes últimos dois anos ter uma interlocução técnica e proativa com diversos setores e órgãos como INMETRO, ANEEL, e outros, a fim de contribuir com a construção dos regulamentos e documentos técnicos que estão compondo o ambiente regulatório dos sistemas de controle de Iluminação Pública. Em 2022, a intenção é seguir ampliando a atuação do comitê por meio de reuniões técnicas com a participação de convidados para discussões com os associados, ampliar o guia de Telegestão e seguir com sua divulgação no Brasil e exterior participando de feiras e eventos que ocorrerão durante o ano.
P&G: Se tiver alguma outra informação para acrescentar à matéria, fique à vontade.
Importante destacar o crescimento da Tecnowatt nos últimos 4 anos, investindo constantemente em tecnologia e aplicação das mais modernas técnicas construtivas que contribuam para a sustentabilidade e meio-ambiente. Cada vez mais a Tecnowatt está empenhada na diversificação do portfólio de iluminação LED, desenvolvendo luminárias públicas cada vez mais eficientes, projetores para túneis, luminárias decorativas de topo de poste para aplicação em parques e entre outras. O setor de projetos luminotécnicos tem papel fundamental neste crescimento da empresa, a atuação e apoio muito próximo aos clientes e parceiros garante o dimensionamento correto do fluxo luminoso, minimizando os efeitos de poluição luminosa e para isso, o desenvolve fotometrias limitadas ou totalmente limitadas que não direcionam luz para o céu, além das temperaturas de cor de 3000K podendo ser até menores para o uso em locais que exigem tonalidades quentes.
Destaque
‘O Grupo Simon acredita com muita convicção no poder da luz para transformar e reinventar os espaços com o objetivo simplificar a tecnologia e proporcionar maior bem-estar na vida das pessoas”
TRACE UM BREVE CURRICULUM DA CARREIRA POLÍTICA DO SR. QUAIS OS MÉRITOS PARA CHEGAR A PREFEITO DA CIDADE?
Sou José Willian Siqueira da Fonseca, tenho 35 anos, nasci em Salvador/BA, sou casado e pai de um menino. Sou formado em Direito pela Universidade Federal do Amazonas e Delegado de Polícia Civil licenciado. Em minha trajetória, já fui militar paraquedista do Exército Brasileiro, fuzileiro naval da Marinha do Brasil e, ainda, atuei na função de inspetor do setor de inteligência da Petrobras. Atualmente, estou como Prefeito Municipal de Oriximiná/PA, eleito com 13.277 votos, em uma eleição disputada com sete candidatos.
Sou conhecido como “Delegado Fonseca” e tento deixar minha marca por onde passo. Minha primeira designação como Delegado foi junto à Delegacia de Polícia Civil no Município de Oriximiná, onde estive por 2 anos e 4 meses, atuando com comprometimento e seriedade no trato das ações policiais.
Minhas ações como delegado fizeram ecoar meu nome como um possível candidato à prefeito, fato que me levou à política, não por desejo pessoal, mas sim ante o clamor da população de Oriximiná, o que contribuiu para que eu tomasse a decisão de me candidatar, pois para mim a política possui como objetivo a luta pelo justo.
Como em toda transformação, a luta é árdua, e tenho lutado e enfrentado uma oposição ferrenha do Governo do Estado do Pará, de Deputados, de Vereadores e dos coronéis da velha política oriximinaense, mas jamais me furtei do bom combate, e coragem sempre foi uma característica marcante de minha personalidade, pois sempre busquei ganhar respeito ao invés de atenção.
CONTE SOBRE A SUA CIDADE, POPULAÇÃO. LOCALIZAÇÃO NO PA, ORIGEM DO NOME E OUTRAS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS QUE O SR. PODERIA DAR.
O Município de Oriximiná, tem a segunda maior extensão territorial do Estado do Pará, com 107.603 km2, e população estimada pelo IBGE, em 2021, na faixa de 74.921 habitantes, onde a dinâmica de sua economia é impulsionada especialmente pelos setores de mineração (extração de minério de bauxita), comércio, serviços e agropecuária, com uma receita orçamentária estimada para 2021 em R$ 256.764.809,08 (duzentos e cinquenta e seis milhões, setecentos e sessenta e quatro mil, oitocentos e nove reais e oito centavos) A cidade de Oriximiná, também conhecida como a “Princesa do Trombetas”, está situada no coração da floresta amazônica. O nome “Oriximiná” é de origem indígena, de procedência tupi. O município é privilegiado pela diversidade de recursos naturais, com a bacia hidrográfica do Trombetas composta pelos rios Trombetas e seus afluentes (Erepecuru, Cachorro, Mapuera e Cuminã), Nhamundá e o paraná Cachoeri; pelos
lagos Sapucuá, Caipuru, Iripixi, Paru, Abuí, Maria-Pixi, Salgado, Ururiá, Moura e Batata; e por cachoeiras (Porteira, Ventilado, Chuvisco, Pancada, Vira-Mundo, São Pedro e Jatuarana), tendo características que lhe confere uma forte propensão para o ecoturismo e o turismo em áreas naturais.
As belezas naturais do lugar, como, as praias de rios, revoadas de pássaros raros, vegetação exuberante, santuários ecológicos, cachoeiras em profusão, lagos, igarapés, aventura de pesca, lugares paradisíacos, e também as áreas de conservação, dentre as quais se destaca a Reserva Biológica do Trombetas, onde podemos encontrar os povoados remanescentes de antigos quilombos e de etnias indígenas, que atraem turistas do mundo inteiro.
QUANDO O SR. ASSUMIU O CARGO NO INÍCIO DE 2021, QUAL O LEGADO DEIXADO PELO PREFEITO ANTERIOR: EDUCAÇÃO, ECONOMIA, SAÚDE, TURISMO E SANEAMENTO. CONSEGUIU SUPERAR OS OBSTÁCULOS?
Ao assumi no início de 2021, recebi um município estagnado, marcado por décadas de gestões flagelantes, com projetos esquecidos, inacabados ou abandonados por mais de 10 anos. Com setores administrativos com sérios problemas, herdamos um passivo de mais de 100 milhões em dívida com a Receita Federal, situação extremamente delicada.
O desafio é grande, e estamos batalhando dia e noite para colocar a casa em ordem. Não podemos ficar olhando para trás, vamos resolver os problemas e avançar.
Por ocasião do meu Plano de Governo, desenvolvi dois eixos, focados principalmente no desenvolvimento do município e em tornar Oriximiná em uma cidade que empreende de forma criativa, conectada com o mundo contemporâneo, em que seja possível trabalhar e ter saúde, viver e ter conforto, estudar e ter futuro, através de uma gestão transparente e eficiente.
Diante disso, venho trabalhando diuturnamente para colocar em prática ações que visam melhorar o desempenho do município através da implantação de ações de grande relevância e que tragam resultado positivo de forma urgente, pois a demanda e os desafios são grandes. Entretanto, em que pesem as perseguições que sofro e os imbróglios pertinentes ao cargo, me mantenho leal aos propósitos e designações de Deus.
DEPOIS DE ASSUMIR O CARGO DE ADMINISTRADOR DA CIDADE DE ORIXIMINA, QUAIS AS CONQUISTAS FORAM EFETIVADAS ATÉ O PRESENTE MOMENTO (9 MESES)?
Elaboramos um plano de economia de recursos para implantar um modelo diferenciado de administração na Prefeitura, focado em metas e resultados, com
planejamento, e os investimentos em vários setores, como melhorias na infraestrutura urbana e rural, aquisição de equipamentos, entre outros. Lutamos por um governo mais transparente, onde prestamos contas do trabalho que está sendo executado em tempo real, afim de deixar as informações mais acessíveis e didáticas para a população.
Em 9 meses de uma boa gestão, de uma gestão comprometida com a coisa pública, foram realizadas mais ações do que em 20 anos de gestões anteriores.
Em resumo as principais ações: 1. Compra e instalação de uma Usina de Oxigênio; 2. Construção do sistema de canalização do gás medicinal do Hospital Municipal; 3. Abertura da UPA (abandonada desde 2009), que possibilitou ampliar o número de leitos, onde passaram de 8 leitos de combate ao COVID-19 para 45 leitos; 4. Criação do auxílio emergencial “Tamojunto Orixi”, que iria beneficiar 2.800 pessoas com duas parcelas de R$ 250,00, porém foi inviabilizado pelos vereadores de oposição; 5. Inauguração da Ponte do Tabocal; 6. Início da 1º turma de alunos no estágio remunerado, sendo disponibilizado de 100 vagas; 7. Reforma da Escola Ângelo Augusto; 8. Construção do Shopping Popular, com inauguração prevista para o mês de novembro/2021; 9. Conclusão e inauguração da obra do Complexo Esportivo Vicente Filizola (parada desde 2017); 10. Operação tapa buraco de forma eficiente; 11. Retirada dos catadores de material reciclável do lixão da cidade, com a capacitação dos mesmos em Agentes de Transformação Social, dando condições deles viverem do lixo reciclável de forma eficiente; 12. Reforma do prédio onde funcionava o Centro Digital para a instalação da SEMDURB; 13. Remoção da Secretaria de Cultura e Turismo para o prédio da prefeitura velha com a proposta de instalação em breve do Museu Municipal; 14. Locação de uma casa de apoio em Belém (bem localizada e mais confortável);
15. Compra da Usina de Asfalto, com capacidade de 40 toneladas/hora, já em operação; 16. Reorganização da coleta diária do lixo doméstico de forma eficiente; 17. Pagamento dos 40% de insalubridade para os profissionais da saúde linha de frente no combate a COVID-19; 18. Reforma e revitalização de 52 motores geradores de energia das comunidades; 19. Socorro humanitário aos municípios vizinhos com envio de oxigênio durante a segunda onda da COVID-19; 20. Envio para a Câmara Municipal do Projeto de Lei que criava o Fundo Municipal de Desenvolvimento Sustentável, com objetivo de auxiliar empreendedores e a agricultura familiar (projeto rejeitado pelos vereadores de oposição); 21. Construção da Ponte do Ananinzal; 22. Manutenção de ramais e vicinais com a disponibilização de patrulha mecanizada no planalto; 23. Realização da Feira do Peixe Vivo, com sucesso de vendas; 24. Envio para a Câmara Municipal dos Projetos de Leis que criavam a Ouvidoria Geral do Município e a Controladoria Geral do Município (projetos rejeitados pelos vereadores de oposição); 25. Criação da Escola de Governo com objetivo de capacitar e aperfeiçoar os servidores municipais; 26. Reconhecimento em fevereiro da Controladoria Geral da União – CGU, como o município mais transparente do Estado do Pará; 27. Demolição do prédio do antigo mercado de carne, condenado pela defesa civil desde 2009; 28. Construção da Praça de Alimentação junto a Feira Municipal, beneficiando 16 famílias que foram removidas de locais insalubre e irregulares; 29. Manutenção e conserto do aparelho de raio X; 30. Demolição do prédio do antigo mercado de peixe e do antigo galpão, condenados pela defesa civil desde 2009; 31. Remoção das barracas irregulares da área conhecida como “curral das búfalas” da frente da cidade, local de prostituição, venda de drogas e até homicídios; 32. Construção do primeiro estacionamento municipal;
33. Auxílio às 14.020 pessoas diretamente afetadas pelas cheias do rio Trombetas (disponibilizando madeira para maromba e kit COVID pela Prefeitura, distribuição, 2.804 cestas básicas enviadas pelo Governo do Estado e 1.402 cestas básicas, kit de limpeza, kit dormitório, pelo Governo Federal através de envio de recurso); 34. Obras de drenagem da Travessa Jonatas Atias com a Rua Vigésima; 35. Envio para a Câmara Municipal do Projeto de Lei para a compra de um terreno objetivando a construção de um novo cemitério (pendente de votação desde maio); 36. Locação de uma nova Casa de Apoio em Santarém (ampla e confortável); 37. Criação do abrigo Bom Samaritano em parceria com a Igreja Católica, objetivando amparar as pessoas em situação de vulnerabilidade que se encontram perambulando pelas ruas; 38. Inauguração da Ponte do ramal Bibi Judeu; 39. Aquisição do equipamento Vibroacabadora (suporte para a usina de asfalto); 40. Construção e inauguração da quadra de tênis pública, sendo o 3º município a disponibilizar esse tipo de estrutura para a população de forma gratuita; 41. Construção da quadra poliesportiva, na segunda etapa do Complexo Esportivo; 42. Compra do equipamento rolo compactador de 4 ton (suporte para a usina de asfalto); 43. Reforma e climatização da Escola Pedro Carlos de Oliveira no ramal do carapanã; 44. Inauguração da Ponte do ramal do Uirapuru; 45. Inauguração da Ponte do km 15 do Copaíba; 46. Assinatura do Termo de Fomento com a Associação dos Músicos, para o desenvolvimento de atividades culturais através de livres; 47. Assinatura do Termo de Fomento com Associação dos Ciclistas para a realização de 5 eventos esportivos no município; 48. Aquisição de um caminhão IVECO e de espargidor para a usina de asfalto; 49. Recuperação em pavimento rígido (calçadas, sarjeta e meio-fio), disponibilizando diversas equipes para a atuação por toda a cidade; 50. Início das obras para a construção do microssistema de abastecimento de água do Bairro São Lázaro com objetivo de levar água nas torneiras para os moradores; 51. Aquisição de cinco veículos tipo caçambas trucada e traçada;
52. Realização da Feira do Artesanato; 53. Construção da Feira do Planalto, obras em andamento e adiantadas; 54. Construção do Centro de Triagem Animal CTA, obras em andamento e avançadas; 55. Construção da infraestrutura para abrigar a Usina de Asfalto e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, com objetivo de transformar em Complexo de Desenvolvimento Urbano; 56. Investimentos no Matadouro Municipal com a aquisição de equipamentos e reforma das instalações; 57. Operacionalização da UBS Fluvial, que está atuando de forma efetiva nas comunidades ribeirinhas; 58. Contratação de médicos pediatras para acabar com as filas de espera para o atendimento das crianças nas Unidades Básicas de Saúde; 59. Avanço na campanha de vacinação com a contratação de equipe extra de servidores para atender a demanda de vacinação da COVID-19 e outras; 60. Aprovação para o início da licitação para a Construção da Praça da Bíblia; 61. Aquisição através de investimento de R$ 407.000,00 (quatrocentos e sete mil reais) na compra de duas caminhonetes novas para dar suporte as ações da Secretaria Municipal de Assistência Social; 62. Reordenação dos locais de atracação com a intervenção do poder público municipal para a liberação da rampa do terminal hidroviário que estava bloqueada a 4 anos; 63. Obras de drenagem e sinalização (faixa elevada) nas imediações do Complexo Esportivo; 64. Reforma da Praça Santo Antônio; 65. Aquisição de coletes balísticos para os servidores da SEMMA (investimento em segurança); 66. Aquisição de 100 (cem) conchas para coleta de entulhos e galhadas; 67. Aquisição de um veículo tipo caminhão poliguintaste; 68. Envio para a Câmara Municipal de Projetos de Leis importantes: Criação do Distrito Industrial, Regulamentação da destinação e recebimento de patrocínio pelo Poder Público, Criação do Fundo Municipal de Trabalho e Renda, Criação do Programa Municipal Bolsa Atleta e Criação da Politica Municipal de Igualdade Racial (pendentes de votação desde agosto);
69. Realização de mutirão para consultas e cirurgias de catarata; 70. Criação da Escolinha de futebol da Secretaria Municipal de Esportes; 71. Promoção do torneio de futebol de campo, Peladão 2021; 72. Entrega da Ponte no KM 16, ramal do Copaíba; 73. Renovação do Termo de Fomento para a realização do Projeto Pé-de-pincha no valor de R$ 152.587,00 (cento e cinquenta e dois mil quinhentos e oitenta e sete reais); 74. Início das atividades na Escola de Governo (treinamento para os operadores da usina de asfalto) 75. Entrega da Ponte no ramal do Alambique, KM 20; 76. Primeira venda realizada pelo Projeto Agentes de Transformação Social (antigos catadores de lixo) sendo 20 toneladas de papelão e 3 toneladas de plástico, gerando renda para mais de 20 famílias; 77. Intervenção no Residencial Estevão Bentes, com reconstrução de calçadas, sarjetas, construção de vias, parquinho e revitalização da iluminação pública (obras em andamento); 78. Pagamento de pendências de diárias de TFD; 79. Pagamento regular das obrigações previdenciárias dos servidores municipais que não vinha sendo pagas em gestões anteriores; 80. Envio para a Câmara Municipal de Projetos de Leis: Criação de condecorações honoríficos e doação de imóvel para a disponibilidade da Casa do Índio (pendentes de votação).
COMO O SR. ESTÁ CONTROLANDO A PANDEMIA DA COVID 19 NA CIDADE. TEM RECEBIDO DOSES FREQUENTES PARA VACINAR A POPULAÇÃO? OS JOVENS JÁ FORAM VACINADOS, QUAL A FAIXA ETÁRIA QUE ATÉ AGORA FOI CONQUISTADA PELA VACINA?
Logo no início da gestão enfrentados a segunda onda da pandemia, onde tivemos sérios problemas relacionados com o desabastecimento de cilindros de oxigênio por falta de disponibilidade no mercado. Tal fato nos levou a adquirir de forma emergencial uma Usina de Oxigênio, demandando uma verdadeira tática de guerra para trazê-la em um avião cargueiro da FAB do Estado do Paraná para o município de Oriximiná, operação que ocorreu em tempo recorde. Com a usina, realizamos a canalização do gás medicinal no Hospital Municipal que, até então, não existia, disponibilizando o oxigênio diretamente nos leitos dos
pacientes, melhorando o atendimento na demanda da COVID-19. Colocamos para funcionar o prédio da UPA, que se encontrava abandonado desde 2009, possibilitando a ampliação do número de leitos em geral, sendo que para o combate ao COVID-19 passamos de de 8 leitos disponíveis para 45. O desabastecimento de oxigênio na região foi grande, vários municípios ficaram sem oxigênio e o fato de termos adquirido a usina nos possibilitou de socorrermos os municípios vizinhos com a doação de oxigênio durante a segunda onda. Iniciamos nosso programa de vacinação contra o COVID-19 em 19/01/2021, e, desde então, não temos poupado esforços para imunizar a totalidade de nossa população. Ocorre que, o município possui grande dimensão, sendo que tal território é composto por mais de 200 comunidades, divididas em zona rural, comunidades ribeirinhas, comunidades quilombolas, povos indígenas, dentre outros. Assim, as ações de imunização exigem logística diferenciada, além da permanência das equipes nas áreas mais distantes por, em média, 10 dias (dez), eis que, além das atividades serem realizadas em pontos fixos nas comunidades (barracão comunitário, escola, etc.), parte da equipe precisa se deslocar para a realização da vacinação de forma domiciliar, para aqueles munícipes que possuem dificuldade de acesso. Atualmente já recebemos 96.307 doses de vacina, atingindo 60% da população vacinável com a 1ª dose e 28% com a 2ª dose, porém o trabalho não para, eis que nossa meta é atingir em dezembro 100% da população vacinável com a 1ª dose e no mínimo 70% com a 2ª dose. Já iniciamos em setembro a vacinação dos nossos jovens de 12 em diante com a 1ª dose e também a 3ª dose de reforço para os profissionais da saúde e dos idosos com 70 anos e mais.
SE O SR. TIVER ALGUMA OUTRA INFORMAÇÃO OU CASE QUE POSSA ACRESCENTAR À ESTA ENTREVISTA, FIQUE À VONTADE.
Tenho me dedicado 100% ao exercício do cargo que a população me outorgou, pois aceitei a missão de cuidar do município, cuidar dos oriximinaenses e fazer com que a esperança do nosso povo se transforme em obras, serviços e qualidade de vida. Trabalhamos com entusiasmo e com ânimo e, assim como toda pessoa que trabalha com entusiasmo e ânimo não encontramos dificuldade para realizar aquilo que se intenciona, tudo que tenho feito é com muita luta e com a certeza de que é em benefício do Município de Oriximiná e da coletividade. Oriximiná é uma cidade muito alegre, boa de se viver. Com uma cultura espetacular e uma história fascinante, Oriximiná há 144 anos de fundação história, desponta em diversas áreas, na literatura, na educação, na dança, na música, no esporte, no teatro, na diversidade, etc. Oriximiná é uma cidade espetacular e tenho orgulho em fazer parte dessa transformação que trará de volta o brilho no olhar dos oriximinaenses. Portanto, estou preparado para fazer o melhor governo que a população oriximinaense merece e podem esperar de mim e da minha equipe muito trabalho, força de vontade e resultados, onde hoje conto com 88% de aprovação com a população. “Tamo Junto e vamos pra cima!” Obrigado.
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Fonte: Revista Prefeitos&Gestões