Publicado em 03/04/2024 15h23 Atualizado em 04/04/2024 09h28
Fotos: Ângelo Miguel/MEC
OMinistro de Estado da Educação, Camilo Santana, lançou nesta quarta-feira, 3 de abril, o programa Pé-de-Meia no estado de São Paulo. A agenda formaliza a adesão do estado à poupança do ensino médio, que pode beneficiar mais de 318 mil estudantes paulistas. A cerimônia foi realizada na Secretaria de Estado de Educação de São Paulo, no Teatro Fernando de Azevedo, em São Paulo (SP).
Em seu discurso, o Ministro ressaltou que o governo federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), está investindo quase R$ 1 bilhão no estado, a fim de garantir a poupança aos estudantes paulistas. Também lembrou que o aluno, para recebê-la, não precisa fazer qualquer cadastro. Basta estar matriculado no ensino médio público, ter de 14 a 24 anos e ser integrante de família beneficiária do Programa Bolsa Família.
“Hoje viemos até a capital paulista para trazer o recado do Presidente Lula à população de São Paulo: nós queremos que todo jovem tenha a chance de concluir o ensino médio! A educação está acima de qualquer divergência de ideias, de opiniões. A educação é o caminho para transformar a vida das pessoas”, afirmou Camilo Santana.
Cerimônia – A abertura da cerimônia contou com a apresentação do coral de alunos da Escola Estadual José Chaluppe. Em seguida, o secretário-executivo de Educação de São Paulo, Vinicius Neiva, falou que o Pé-de-Meia complementa ações do estado que beneficiam os estudantes, bem como parabenizou a iniciativa do MEC. “O programa vem se adicionar às ações que estão em curso no estado de São Paulo, para que a educação do País seja, de fato, uma educação de qualidade. É para isso que a gente está brigando e trabalhando”, comentou.
A secretária de Educação Básica do Ministério, Kátia Schweickardt, afirmou que o MEC e o governo estão emprenhados em cuidar das pessoas. “Há muitos anos, eu lido com a educação, e o melhor jeito de cuidar das pessoas é garantindo a elas educação de qualidade. Nós não estamos olhando o Pé-de-Meia apenas como uma rede de redistribuição de renda. Esse desenho é um desenho de sucesso no Brasil, feito pelo Bolsa Família. Nós estamos emprestando esse desenho para fazer educação. É isso que a gente está querendo fazer, colocar uma lupa em cima dos estudantes que mais precisam, fazer com que as escolas enxerguem esses estudantes e fazer com que vocês acreditem que esse lugar é de vocês”, falou.
Segundo o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, a criação de 90% das contas está sendo feita por meio digital. “As pessoas não estão precisando se deslocar até a Caixa Econômica Federal. Apenas 10% desse público tem ido às agências da Caixa, por uma série de circunstâncias, questões cadastrais, questões de outras formas de acesso não permitidas”, informou.
A aluna do 2º ano da Escola Estadual Padre Anchieta, Sabrina dos Santos Caldas, representou todos os estudantes das escolas públicas e municipais de São Paulo. Ela contou que tem compartilhado com os colegas da escola como poderiam participar do Pé-de-Meia: “Estou muito agradecida pelo projeto. Passei de sala em sala explicando como funciona o programa, como abrir conta e como se retira o valor do benefício”.
Participantes – Também participaram da cerimônia representantes do Conselho Estadual de Educação e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), além de parlamentares, autoridades locais, estudantes, professores e reitores.
MEC apresentou, nesta segunda (7), os resultados da consulta pública elaborada nos últimos quatro meses. Proposta sugere ampliação da carga horária das disciplinas obrigatórias e redução do número de itinerários formativos ofertados pelas redes.
Por g1
Por enquanto, nada muda no Novo Ensino Médio — Foto: Prefeitura de Uberaba/Divulgação
O Ministério da Educação (MEC) anunciou na segunda-feira (7) os resultados da consulta pública sobre o Novo Ensino Médio, com propostas elaboradas a partir do diálogo com a comunidade escolar, especialistas e entidades da área. Por enquanto, nada mudará nas salas de aula. É apenas uma primeira (e importante) etapa para ajustar o modeloque foi tão criticado por:
e reduzir a carga horária das disciplinas tradicionais (como história e geografia), ao introduzir os chamados itinerários formativos (conteúdos escolhidos pelo aluno, a partir das opções fornecidas pela escola).
ampliação do tempo mínimo destinado ao currículo obrigatório (matemática, português, espanhol, arte, educação física, literatura, história, sociologia, filosofia, geografia, química, física, biologia e educação digital);
redução do número de itinerários formativos ofertados pelas redes (veja mais abaixo).
Para que essas alterações entrem em vigor, é necessário mudar a lei nº 13.415, de 2017, que estabeleceu o Novo Ensino Médio. Ou seja: qualquer mudança prática só acontecerá após uma decisão do Congresso Nacional.
encaminhar a proposta do MEC para o setor educacional e para órgãos normativos, para que, até 21 de agosto, sejam enviadas novas considerações;
apresentar as ideias para as Comissões de Educação da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que também podem enviar ideias e sugerir alterações;
elaborar, com base nesses comentários, uma versão final do relatório;
enviar a proposta para a apreciação doCongresso Nacional.
Só após todas essas etapas que será possível, na prática, haver alguma mudança nas salas de aula.
Pela proposta do MEC, quais seriam as mudanças?
Como é: O Novo Ensino Médio prevê um total de 3.000 horas-aula, sendo 1.800 para disciplinas obrigatórias (ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática) e 1.200 para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno). Português e matemática precisam estar presentes em todos os anos do ciclo.
Mudança sugerida pelo MEC: A carga destinada às disciplinas básicas obrigatórias subiria de 1.800 horas para 2.400 horas, podendo haver exceção no caso dos cursos técnicos (mínimo de 2.200 horas, nesses casos). As disciplinas obrigatórias em todos os anos passariam a incluir também: espanhol, arte, educação física, literatura, história, sociologia, filosofia, geografia, química, física, biologia e educação digital.
Os itinerários formativos, que atualmente são apresentados sob diferentes nomes pelo país, virariam apenas três percursos de aprofundamento e integração de estudos:
Linguagens, Matemática e Ciências da Natureza.
Linguagens, Matemática e Ciências Humanas e Sociais.
Formação Técnica e Profissional.
Outras ideias introduzidas
Um dos pontos de destaque na consulta pública diz respeito à evasão escolar.
O governo quer evitar que os estudantes, principalmente os mais pobres, desistam dos estudos antes da conclusão do ensino médio.
Uma das sugestões feitas na consulta pública seria a criação de uma bolsa ou poupança para estudantes vulneráveis matriculados no ensino médio.
Em resposta, o Ministério da Educação (MEC) afirmou que vai elaborar uma proposta para promover a permanência dos estudantes. Isso deve envolver:
fomento de educação profissional técnica;
ampliação das matrículas em tempo integral.
Fonte G1
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Novo ensino médio: o que é e quais são as críticas feitas a ele?
Direito a educação básica constitui direito fundamental, protegido por normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direita e imediata.
Da Redação
quinta-feira, 22 de setembro de 2022
Atualizado às 16:39
Nesta quinta-feira, 2, o STF concluiu ser dever do Estado assegurar o atendimento em creche e pré-escola a crianças até cinco anos de idade. Segundo o plenário, o direito a educação básica constitui direito fundamental, protegido por normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direita e imediata.
Sobre o tema, o Supremo fixou a seguinte tese:
“1. A educação básica em todas as suas fases (educação infantil, ensino fundamental e ensino médico) constitui direito fundamental de todas as crianças e jovens, assegurado por normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direita e imediata. 2. A educação infantil compreende creche de zero a três anos e a pré-escola de quatro a cinco anos, sua oferta pelo Poder Público pode ser exigida individualmente como no caso examinado neste processo. 3. O Poder Público tem o dever jurídico de dar efetividade integral às normas constitucionais sobre acesso à educação básica.”
Entenda
Na primeira sessão, somente o relator, ministro Luiz Fux, votou e considerou que há sim obrigação em garantir educação infantil e que por determinação constitucional os municípios não podem deixar de cumprir. Após o voto do relator, o julgamento foi interrompido por pedido de vista do ministro André Mendonça.
Na segunda sessão, o relator pontuou algumas ressalvas em seu voto e outros seis ministros votaram no sentido de ser dever do Estado assegurar acesso universal à educação infantil, todavia, ministros divergiam sobre a tese que será fixada. Nesta tarde, cinco ministros votaram e o plenário fixou, por unanimidade, tese proposta pelo ministro Luís Roberto Barroso.
STF: Estado tem o dever de assegurar o atendimento a crianças até cinco anos.(Imagem: Freepik)
O caso
O município de Criciúma/SC questiona decisão do TJ/SC que manteve a obrigação, fixada em mandado de segurança, de a administração local assegurar reserva de vaga em creche para uma criança.
No recurso, a prefeitura argumentou que não cabe ao Poder Judiciário se intrometer nas questões orçamentárias da municipalidade, porque não é possível impor aos órgãos públicos obrigações que importem gastos, sem que estejam destinados valores no orçamento para atender à determinação.
Dever estatal
O ministro Luís Roberto Barroso ao acompanhar o entendimento do relator na conclusão do caso concreto, concluiu que “a deficiência na educação faz vidas menos iluminadas, trabalhadores menos produtivos e elites menos preparadas para enfrentar os problemas do país”.
Segundo S. Exa., educação básica em todas as suas fases (educação infantil, ensino fundamental e ensino médico) constitui direito fundamental de todas as crianças e jovens, assegurado por normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direita e imediata. No mais, o ministro afirmou que a decisão de hoje impactará os quase 6 mil municípios da Federação brasileira.
No mesmo sentido, o ministro Ricardo Lewandowski asseverou que educação não é um dever apenas no que diz respeito à transmissão de um direito técnico, mas sim um dever que promove a inclusão social.
A ministra Rosa Weber compartilhou do entendimento ao afirmar que não ser tolerável que se estabeleçam obstáculos à construção de um ambiente de amplitude da educação, sob pena de fragilizar a proteção da dignidade humana. “Não é permitido ao Poder Público permanecer inerte e nem reduzir a proteção do direito fundamental em análise”, pontuou.
A ministra Cármen Lúcia e o ministro Gilmar Mendes acompanharam a vertente.
O Todos pela Educação acredita que um país só é verdadeiramente independente quando existe educação de qualidade para toda a população. A entidade apoia o Prêmio Congresso em Foco 2022 e destaca a importância dessa pauta na atuação dos parlamentares.
“Nestes anos de desmontes e retrocessos promovidos pelo atual governo federal, muitas vozes atuantes sobressaíram na defesa pelo direito pleno a uma Educação inclusiva, diversa e de qualidade no Brasil”, afirma a presidente da organização, Priscila Cruz.
Pelo quarto ano seguido, a entidade apoia a categoria especial que premia os parlamentares que mais se destacaram na Defesa da Educação durante sua atividade no Legislativo. “Não é só justo, como também imperativo, lembrar e celebrar o trabalho de tantos parlamentares que se mantiveram firmes nesse propósito e que têm empregado tanto esforço em tornar o tema uma prioridade nacional”, afirma.
As cores estão longe de serem neutras. Em vez disso, os humanos atribuem significado a elas, principalmente por causa de histórias subjetivas, e assim criam razões pessoais para achar um tom repelente ou atraente.
Por Mark Ellwood, BBC
13/06/2022 09h09 Atualizado há 7 horas
Ter uma cor favorita é algo que tende a aparecer na infância — Foto: Getty Images via BBC
Em 1993, o fabricante de giz de cera Crayola perguntou às crianças americanas qual era a sua cor de giz de cera favorita. A maioria delas escolheu diferentes tons de azul.
Após sete anos, a empresa repetiu a experiência. E, novamente, sete tons de azul apareceram entre as dez mais escolhidas. Havia também roxo, verde e rosa.
A predominância do azul não surpreende Lauren Labrecque, professora da Universidade de Rhode Island, nos EUA, que estuda o efeito da cor no marketing. Ela muitas vezes pede a seus alunos qual é sua cor favorita. Depois de ouvir a resposta, ela faz uma apresentação.
“Já tenho um slide pronto que diz ‘80% de vocês disseram azul'”, diz Labrecque.
E ela geralmente acerta.
“Quando nos tornamos adultos, todos gostamos de azul. E parece ser algo intercultural”, diz ela.
Curiosamente, o Japão é um dos poucos países onde as pessoas dizem que o branco está entre suas três cores prediletas.
o Japão é um dos poucos países onde as pessoas dizem que o branco está entre suas três cores prediletas — Foto: Getty Images via BBC
O que dizem os estudos?
Ter uma cor favorita é algo que tende a aparecer na infância.
Pergunte a qualquer criança qual é sua cor favorita, e a maioria, com giz de cera na mão, estará pronta para responder.
A verdade é que, com o passar do tempo, as crianças começam a criar afinidades com certas cores, de acordo com experiências que associam a elas.
É provável que as crianças associem cores brilhantes — como laranja, amarelo, roxo ou rosa — a emoções positivas.
Com o passar do tempo, as crianças começam a criar afinidades com certas cores, de acordo com experiências que associam a elas — Foto: Getty Images via BBC
Um estudo com 330 crianças entre 4 e 11 anos mostrou que elas usavam suas cores favoritas para desenhar personagens “agradáveis” e tendiam a usar preto para personagens “desagradáveis”.
Outros estudos, no entanto, não encontraram essa mesma relação, porque as associações entre emoções e cores estão longe de ser simples.
Costuma se dizer que quando as crianças passam para a adolescência, suas escolhas de cores assumem um tom mais escuro e sombrio, mas não há muita pesquisa acadêmica sobre isso.
Essas paletas de cores parecem convergir à medida que as pessoas viram adultas. Curiosamente, enquanto a maioria dos adultos diz preferir tons azuis, os adultos também têm uma cor menos favorita em comum: um marrom amarelado escuro.
Por que temos cores favoritas?
Basicamente, todos temos cores favoritas porque temos coisas favoritas.
Pelo menos essa é a essência da teoria da valência ecológica, uma ideia proposta por Karen Schloss, professora assistente de Psicologia da Universidade de Wisconsin-Madison, nos EUA.
Basicamente, todos temos cores favoritas porque temos coisas favoritas — Foto: Getty Images via BBC
As cores estão longe de serem neutras. Em vez disso, os humanos atribuem significado a elas, principalmente por causa de histórias subjetivas, e assim criam razões pessoais para achar um tom repelente ou atraente.
“Isso explica por que pessoas diferentes têm preferências diferentes pela mesma cor e por que sua preferência por uma determinada cor pode mudar com o tempo”, diz Schloss.
Em um dos experimentos, quadrados coloridos foram exibidos em uma tela. Os voluntários precisavam avaliar o quanto eles gostavam de cada um deles.
Em seguida, as mesmas cores foram exibidas novamente, só que desta vez, em vez de quadrados, em objetos.
Imagens amarelas e azuladas foram usadas com objetos neutros, como grampeadores ou chave de fenda.
As fotos vermelhas e verdes foram deliberadamente distorcidas. Metade dos participantes viu imagens vermelhas que evocavam memórias positivas, como morangos ou rosas no Dia dos Namorados, enquanto as verdes foram projetadas para causar nojo, como saliva ou detritos em um lago.
A outra metade viu associações inversas: feridas vermelhas em carne viva e colinas verdes ou de kiwi.
Com essas imagens houve uma mudança na preferência de cores. Os voluntários escolhiam qualquer cor que fosse enfatizada positivamente, com pouca diminuição para o tom negativo.
No dia seguinte, o teste foi repetido e a mudança induzida no experimento parece ter sido anulada pelas cores que os participantes experimentaram no mundo real.
“Isso nos diz que nossas experiências com o mundo influenciam constantemente a maneira como vemos e interpretamos as cores”, diz Schloss.
“Pense nas preferências de cores como um resumo de suas experiências cotidianas e habituais com essa cor”, acrescenta.
O reinado do azul
A preferência geral pelo azul segue igual desde os primeiros estudos de cores registrados no século 19.
E a maior parte de nossa experiência com cores provavelmente será positiva, como oceanos perfeitos ou céus claros.
a maior parte de nossa experiência com cores provavelmente será positiva, como oceanos perfeitos ou céus claros — Foto: Getty Images via BBC
Pelo mesmo motivo, a pesquisa oferece uma pista de por que a cor marrom é a menos popular, pois está associada a resíduos biológicos ou alimentos em decomposição.
A psicóloga experimental Domicele Jonauskaite estuda as conotações cognitivas e afetivas das cores na Universidade de Lausanne, na Suíça. Ela observou como as crianças costumam enxergar azul e rosa.
O amor das meninas por formas cor-de-rosa atinge o auge por volta dos 5 ou 6 anos de idade e depois desaparece quando elas viram adolescentes.
“Mas os meninos evitam o rosa a partir dos 5 anos. Elas pensam ‘eu posso gostar de qualquer cor, menos de rosa’. É uma forma de rebeldia um menino gostar de rosa”, diz.
O amor das meninas por formas cor-de-rosa atinge o auge por volta dos 5 ou 6 anos de idade e depois desaparece quando elas viram adolescentes. — Foto: Getty Images via BBC
“E entre os homens adultos é difícil encontrar alguém que diga ‘rosa é a minha favorita’.”
Alguns pesquisadores no passado sugeriram que essa preferência de cor ancorada no gênero é evolucionária: as mulheres, que eram as coletoras nas sociedades de caça, tinham preferência por cores associadas às bagas.
Isso é uma besteira, diz Jonauskaite, que cita vários artigos recentes que analisam a preferência de cor em culturas não globalizadas, como aldeias na Amazônia peruana e um grupo de camponeses no norte da República do Congo. Em nenhum deles, as meninas demonstraram preferência pelo rosa.
“Para se ter essa preferência, ou o contrário, é preciso haver uma codificação de identidade social”, analisa.
De fato, o rosa era considerado uma cor masculina estereotipada antes da década de 1920 e só passou a ser associada às meninas em meados do século 20.
E quem não gosta de azul?
Quem se sente atraído por tons impopulares pode ter memórias positivas na infância relacionadas a essa cor, como o caso dos bebês dos anos 1970, que cresceram em uma época em que sofás marrons estavam na moda, diz Alice Skelton, do Sussex Color Group & Baby Lab, da Universidade de Sussex, no Reino Unido.
Mas existe outra possibilidade.
Quem se sente atraído por tons impopulares pode ter memórias positivas na infância relacionadas a essa cor — Foto: Getty Images via BBC
“Pode ser que enquanto alguns estão tentando alcançar a homeostase (estabilidade), outros buscam sensações”, diz ela.
“Pense no caso dos artistas, cujo principal trabalho é procurar coisas que desafiem seu sistema visual ou preferência estética.”
São eles que, sem dúvida, não vão escolher o lápis azul.
Proposta segue para análise do Senado, que pode fazer alterações no texto. Entidades do setor criticam a prática, que atualmente não é permitida no país.
O projeto ainda precisa ser analisado pelo Senado, onde poderá sofrer mudanças. Se for alterado, o texto volta à Câmara. Caso contrário, segue para sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro.
Entidades do setor criticam a medida por, entre outros pontos, entenderem que representa um risco à garantia do direito fundamental à educação, além de restringir a troca de ideias e visões de mundo contraditórias e impactar na socialização dessas crianças e jovens
Entenda abaixo o que diz o projeto aprovado pela Câmara:
Quais etapas do ensino poderiam ser feitas em casa?
O texto aprovado pelos deputados prevê que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) seja alterada para admitir o ensino domiciliar na educação básica, isto é: pré-escola, ensino fundamental e médio.
Qualquer família poderia fazer?
Pelo projeto, nem todas as famílias poderão aderir ao ensino domiciliar. Para optar por esta modalidade, os responsáveis deverão formalizar a escolha junto a uma instituição de ensino credenciada, fazer matrícula anual do estudante e apresentar os seguintes documentos:
comprovação de escolaridade de nível superior, inclusive em educação profissional tecnológica, em curso reconhecido nos termos da legislação, por pelo menos um dos pais ou responsáveis legais pelo estudante;
certidões criminais da Justiça Federal e Estadual ou Distrital dos pais ou responsáveis.
Estudante de Sorocaba (SP) é proibida pela Justiça de cursar faculdade por fazer ‘homeschooling’ — Foto: Reprodução/TV TEM
A proposta estabelece um período de transição em relação à exigência de comprovação de escolaridade de nível superior, caso os responsáveis escolham homeschooling nos dois primeiros anos após a regulamentação entrar em vigor.
A transição prevista no projeto permite:
a comprovação, ao longo do ano da formalização da opção pela educação domiciliar, de que pelo menos um dos pais ou responsáveis legais está matriculado em curso de nível superior;
comprovação anual de continuidade dos estudos, com aproveitamento, por pelo menos um dos pais ou responsáveis legais, no curso de nível superior em que estiver matriculado;
conclusão, por pelo menos um dos pais ou responsáveis legais, do curso de nível superior em que estiver matriculado, em período de tempo que não exceda em 50% do limite mínimo de anos para sua integralização.
Quais seriam as obrigações?
A proposta aprovada na Câmara estabelece também regras para as instituições de ensinos e responsáveis legais no desenvolvimento da educação domiciliar, como:
manutenção de cadastro, pela instituição de ensino dos estudantes em educação domiciliar nela matriculados, a ser anualmente informado e atualizado junto ao órgão competente do sistema de ensino;
cumprimento de conteúdos curriculares referentes ao ano escolar do estudante, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular, admitida a inclusão de conteúdos curriculares adicionais;
realização de atividades pedagógicas que promovam a formação integral do estudante, contemplando seu desenvolvimento intelectual, emocional, físico, social e cultural;
manutenção, pelos pais ou responsáveis legais, de registro periódico das atividades pedagógicas realizadas e envio, à instituição de ensino em que o estudante estiver matriculado, de relatórios trimestrais dessas atividades;
acompanhamento do desenvolvimento do estudante por docente tutor da instituição de ensino em que estiver matriculado, inclusive mediante encontros semestrais com os pais ou responsáveis, o educando e, se for o caso, do profissional que acompanha o ensino domiciliar;
garantia, pelos pais ou responsáveis legais, da convivência familiar e comunitária do estudante;
realização de avaliações anuais de aprendizagem e participação do estudante nos exames do sistema nacional de avaliação da educação básica e nos exames do sistema estadual ou sistema municipal de avaliação da educação básica
O processo de educação é complexo e demanda muita dedicação para engajar os alunos e produzir interesse nas aulas. Quando se trata de temas relacionados com as ciências exatas, esse envolvimento da turma tende a ser ainda menor. Por isso, é importante que professores apresentem uma nova perspectiva para os alunos e mostrem uma matemática divertida e desafiante.
Para muitos estudantes, tal disciplina sempre foi associada à dificuldade, recuperação e tarefas muito chatas em casa. Toda essa visão fez com que muitas crianças entrassem na aula de matemática com o pé esquerdo.
Se você quer mudar essa percepção em sua instituição, siga com a leitura e veja como tornar a matemática divertida e interessante para seus alunos!
Por que alguns alunos têm dificuldade para aprender matemática?
A matemática já foi apresentada diversas vezes como a disciplina mais difícil de conquistar a aprovação. Mesmo que alguns dos problemas matemáticos sejam, de fato, extremamente desafiantes, em especial para quem está no começo de uma vida escolar, ela pode ser empolgante, interessante e mesmo divertida.
Assim, quando há grandes problemas da turma no acompanhamento dessa matéria, é necessário olhar para duas possibilidades: dificuldade dos professores para transmitir o conhecimento e problemas com as crianças na hora de absorver o conteúdo repassado.
Para identificar em que caso a sua instituição se encontra, vale observar se a dificuldade é da turma na totalidade ou apenas do aluno.
Desse modo, é possível determinar se há um problema na metodologia de ensino adotada ou se há fatores individuais que afetam os alunos. Questões como problemas auditivos, visuais, leitura e escrita, por exemplo, podem levar à incapacidade do aluno em sua trajetória de aprendizado.
Qual é a importância de ensinar matemática de forma divertida?
Você sente dificuldades de engajar os estudantes e ajudá-los a melhorar a performance nas aulas de matemática? Saiba que existem formas de incentivá-los e conseguir bons resultados nessa matéria. Ao utilizar soluções que deixam as aulas mais divertidas, você atrai a atenção dos alunos e aumenta a motivação para aprender os conteúdos.
Por exemplo, imagine utilizar um ambiente lúdico para ajudar os estudantes a avançar no aprendizado em matemática. Ao recorrer a ferramentas que possibilitam isso, eles ficarão interessados e terão participação mais ativa, tornando-se protagonistas de sua própria evolução.
Como as aulas podem ser mais divertidas?
Existem diversas soluções que podem ajudar a deixar as aulas de matemática mais divertidas e atrativas para os alunos. Se você quer aprender como aplicá-las em sua escola, confira abaixo.
Trabalhe a interdisciplinaridade
Uma boa maneira de trabalhar a matemática de forma divertida é usando a interdisciplinaridade. Por exemplo, você pode fazer uma aula com questões de diferentes matérias para incentivar os alunos a interligá-las e aprender ainda mais.
Também é possível realizar dinâmicas em grupo para facilitar essa tarefa. Assim, é possível criar gincanas e fazê-los competir de forma saudável. Desse modo, os alunos ficam mais envolvidos no processo de aprendizagem e conseguem aprender matemática com mais empolgação.
Use o laboratório da escola
Caso sua escola tenha um laboratório, o ambiente pode ser uma alternativa interessante para dar aulas de matemática mais divertidas. Com isso, você leva os estudantes para um novo local, o que pode contribuir um pouco para a redução da ansiedade no aprendizado dessa matéria.
Além disso, é viável relacionar a matemática com matérias que se aprendem em laboratório, como a química. Desse modo, você aplica as duas dicas que já citamos ao longo do texto de uma vez só, tornando as aulas ainda mais atrativas.
Ainda é possível realizar uma aula em ambiente aberto nas dependências da escola. Assim, você mostra como a matemática está presente em elementos da natureza. Com isso, os alunos aumentam a motivação e conseguem assimilar melhor as informações.
Explore situações do cotidiano
Muito da falta de interesse dos alunos pode estar associada ao fato de não compreenderem no que vão utilizar o que aprenderam durante as aulas de matemática. Para driblar esse problema, você pode recorrer a situações que acontecem no dia a dia para deixar o ensino mais atrativo.
Por exemplo, você consegue abordar como são desenvolvidos os algoritmos para apresentar conceitos numéricos, de que forma a matemática pode ser usada para erguer cidades, como ela está presente na natureza e outras diversas aplicações importantes dessa matéria.
Crie jogos como cubo mágico e sudoku
Existem diversos jogos que podem ser aplicados para o ensino da matemática, como o cubo mágico e o sudoku. Por meio deles, você pode desenvolver aulas com brincadeiras para incentivar os jovens a se desenvolverem nessa disciplina.
Assim, é possível engajar os alunos e torná-los protagonistas no próprio processo de evolução. Além disso, com as dinâmicas envolvendo esses jogos, você ajuda a desenvolver habilidades importantes para o futuro, como raciocínio lógico, capacidade de trabalhar em equipe e muito mais.
Portanto, se você deseja ter aulas criativas e estimular os jovens em seu processo de desenvolvimento, vale a pena adicionar os jogos. Também é possível utilizar games digitais no ensino. Confira mais sobre isso abaixo.
Use os jogos da Matific
Ao contar com a plataforma de jogos online da Matific, você tem um novo aliado para atrair e engajar seus alunos. Com mais de 2 mil minijogos e atividades que envolvem matemática, essa ferramenta consegue tornar a jornada de aprendizado uma tarefa divertida e empolgante.
Por meio de recursos lúdicos e criativos, as crianças são direcionadas para tarefas que foram criadas por especialistas para desenvolver o raciocínio-lógico, o entendimento de temas relacionados a problemas matemáticos e também a autonomia na resolução de problemas.
Além disso, como a plataforma oferece acompanhamento em tempo real para pais e professores, é possível revisar o plano de ensino e direcionar as aulas para os temas que os alunos apresentaram maior dificuldade.
Viu como é factível apresentar aos alunos uma matemática divertida e empolgante? Ao incorporar recursos inovadores e contar com o suporte da tecnologia, sua instituição cria novos caminhos para conduzir seus estudantes em sua jornada acadêmica. Cabe aos gestores a tarefa de oferecer suporte e incentivo para que os docentes incorporem tais ferramentas em seu planejamento pedagógico.
Que tal levar a Matific para os seus alunos? Então, entre em contato conosco e solicite um teste agora mesmo!
Marcelly teve maior dificuldade de aprender a ler e escrever do que os irmãos mais velhos, de acordo com a mãe. — Foto: Arquivo pessoal
Número de crianças que não aprenderam a ler e escrever chega a 2,4 milhões e aumenta mais de 65% na pandemia, diz ONG
Entre crianças pretas de 6 a 7 anos, 47,7% não haviam sido alfabetizadas em 2021. Pardas eram 44,5% e a taxa entre crianças brancas, de 35,1%. Especialista aponta riscos de evasão escolar no futuro. Estudo foi feito pela Todos pela Educação com dados do IBGE.
Por Emily Santos, g1 — São Paulo
08/02/2022 06h00 Atualizado há 30 minutos
Um levantamento divulgado nesta terça-feira (8) pela ONG Todos pela Educação aponta que 40,8% das crianças brasileiras entre 6 e 7 anos não sabiam ler ou escrever em 2021. É como se, em uma sala de aula com 25 crianças, 10 delas não houvessem sido alfabetizadas.
Para chegar a essa conclusão, a ONG analisou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE. O questionário do IBGE é respondido pelos responsáveis pelas crianças.
Alfabetização na pandemia — Foto: Arte: g1
O número de crianças entre 6 e 7 anos que não sabia ler ou escrever saltou de 1,429 milhão em 2019 (o equivalente a 25,1% das crianças brasileiras nessa faixa etária) para 2,367 milhões (40,8% das crianças) em 2021. O aumento é de 65,6% em comparação com os números de 2019.
O levantamento não leva em consideração amarelos, indígenas e não declarantes. Se considerasse esses públicos, o aumento seria de 66,3% entre 2019 e 2021.
O número é ainda mais alarmante entre crianças pretas entre 6 e 7 anos: em 2021, 47,4% delas não estavam alfabetizadas. Entre crianças pardas, 44,5%; entre as crianças brancas, 35,1%. Em 2019, nenhum dos índices chegava a 30%.
No entanto, a taxa de crescimento do analfabetismo nessa faixa etária entre 2019 e 2021 foi maior entre crianças brancas: 88,5%, contra 69% entre crianças pretas e 52,7% entre crianças pardas.
Crescimento do analfabetismo é maior entre brancos, mas negros têm a % de crianças que não sabem ler — Foto: Arte g1
Segundo a ONG Todos Pela Educação, a explicação para a queda na alfabetização foi a pandemia de Covid-19, que causou a suspensão de aulas presenciais e obrigou as redes de ensino a se adaptar nos últimos dois anos.
Vanusa Alves, mãe de Marcelly, de 7 anos, Desireé, de 10, e Matheus, de 13, diz que viveu isso na pele ao ver a diferença na alfabetização da mais nova. Marcelly fez o primeiro ano do ensino fundamental em 2021, já durante a pandemia, em uma escola municipal de Malhada, cidade do interior da Bahia.
“Ela fazia as atividades em uma plataforma digital, mas quase não teve aulas. Ela dividia o celular com a irmã e eu auxiliava na hora das atividades. Mas não é a mesma coisa que estar numa sala de aula, com um professor sanando as dúvidas e ajudando no dia a dia“, diz ela.
Umas das diretrizes do decreto de 2019 que instituiu a Política Nacional de Alfabetização foi a priorização da alfabetização no primeiro ano do ensino fundamental, o que não aconteceu com Marcelly.
“Até hoje ela não sabe ler e escrever com a desenvoltura que se espera de uma criança de 7 anos, mas espero que ela consiga se recuperar esse ano, com a volta das aulas presenciais. Acho que ela vai absorver o que não aprendeu ainda e vai conseguir praticar a leitura e a escrita”, explica.
A experiência da família baiana é diferente da vivida pela gaúcha Patrícia Landi, mãe de Alexandre, de 8 anos, e Arthur, de 13. O caçula teve apenas duas semanas de aulas presenciais em uma escola particular em Porto Alegre quando precisou passar a frequentar atividades remotas no início da pandemia, em março de 2020.
“Foi muito rápido, nem deu tempo de ele se adaptar. Ele estava começando a aprender a escrever e veio esse esse sufoco que foi ficar em casa. Ele não ficou muito tempo sem aula, porque a escola logo organizou as aulas online, mas aqui em casa só tinha um notebook, e o Alexandre tinha que dividir com meu filho mais velho. Então, demandou uma adaptação para organizar as coisas”, afirma.
Alexandre aprendeu a ler e escrever, apesar das dificuldades do primeiro ano letivo — Foto: Arquivo pessoal
Patrícia conta que, em comparação com o filho Arthur, hoje com 13 anos, Alexandre demorou mais para aprender a ler e escrever, mas eventualmente, ainda no primeiro ano de pandemia, conseguiu desenvolver as habilidades.
“No final do ano ele já lia e escrevia. Eu sei que é diferente do que aconteceu em escolas públicas, mas a escola dos meus filhos conseguiu se adaptar e oferecer um atendimento individualizados para as crianças menores, o que foi fundamental para que o Alexandre começasse a ler”, explica.
Reverter a situação
Para o líder de políticas educacionais do Todos Pela Educação, Gabriel Corrêa, a queda na taxa de alfabetização é só mais uma evidência de desigualdades que já existiam antes da pandemia.
“Claro que todos foram afetados, mas neste cenário as mais prejudicadas foram as crianças negras, as mais pobres, que já tinham um desnível no acesso à educação em relação às crianças brancas e às ricas”, diz.
Mais do que representar um número do presente, ele acredita que a diferença nas taxas de alfabetização pode virar um problema do futuro se não for devidamente enfrentada.
“A evasão escolar já é maior entre pretos e pardos. Se não houver políticas públicas para reparar as aprendizagens dessas crianças, em alguns anos esse pode ser mais um dos motivos que vai levá-las a abandonar a escola”, diz Correa.
O problema, no entanto, não é irreversível.
“É preciso priorizar a educação, fazer muito mais do que tem que sido feito. Estabelecer ações desde já pra minimizar esses efeitos. E atender essas populações que estão em situação de vulnerabilidade, com ações de recuperação, de recomposição de alfabetização que essas crianças tanto precisam”, completa.
Fiódor Dostoiévski, em 1877- Crédito: Universal History Archive/Universal Images Group via Getty Images
Obras do escritor ajudam a explicar momento que sua terra natal passava e semelhanças do “jeitinho russo” com o “jeitinho brasileiro”
“Chega de entusiasmo, é hora de servir também à razão. E todo esse, e todo esse estrangeiro, e toda essa sua Europa, tudo isso é apenas uma fantasia… há de ver, o senhor mesmo verá.” É assim, com a linguagem direta, sem firulas – tal qual vemos nesse trecho de “Crime e Castigo”- que Fiódor Dostoiévski se mantém latente há 200 anos.
Nascido em Moscou no dia 11 de novembro de 1821, o russo causa fascínio em grande parte do mundo. Os brasileiros em particular vêm lhe dedicando uma atenção especial nos último 18 meses – é o que consta em dados do Google Trends.
Maio de 2020 foi o mês em que mais pessoas buscaram informações do autor num período de 10 anos. De 2011 para cá, houve um crescimento linear calculado em 25%. Mas, afinal, o que um russo nascido há dois séculos tem em comum com o Brasil atual?
“Tudo”, responde categoricamente Elena Vassina, professora das Letras Russas na Universidade de São Paulo (USP). Conterrânea de Dostoiévski, ela explica, num português claro, mas com um sotaque marcante, que as discrepâncias entre Brasil e Rússia se limitam aos termômetros mais do que aos costumes.
“Nós somos, apesar da distância, muito parecidos. Somos dois povos de grandes territórios. É muito fácil falar de ‘ordem e progresso’ em Mônaco ou Liechtenstein [país de 25km de extensão entre Áustria e Suíça]. Mas Rússia e Brasil estão conectados por sua imensidão de território e miscigenação de povos”, diz Elena.
“Esses países têm histórias parecidas. Quando começa o descobrimento aqui, há a exploração lá. Mesmo na religiosidade são parecidos: essa mistura de paganismo com ortodoxo, religião dos nômades mongóis com o xamanismo. Você não encontra isso na Alemanha, na França ou na Espanha, que são mais homogêneos.”
Nos últimos vinte anos, alguns eventos político-econômico-culturais encurtaram os mais de 14 mil km que separam Brasil e Rússia. Elena pontua três: a suspensão do pedido de visto para entrada em ambos países em 2010; a criação do BRICS (agrupamento formado pelos cinco países emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em 2009; e o mais importante, em sua percepção, a megaexposição “500 Anos de Arte Russa”, na Oca do Ibirapuera, em 2002.
Orçada em R$3 milhões pela extinta BrasilConnects, a mostra foi um acontecimento na vida cultural paulistana – e conquistou o resto do Brasil. “Muitas crianças, alunos de escolas públicas e privadas, visitaram a exposição. Houve um aumento de universitários interessados em estudar a Rússia nas faculdades. O grande trunfo da mostra foi aproximar a cultura russa do brasileiro, que conheceu uma Rússia interessantíssima”, completa a professora.
A Senhoria
A curiosidade pela cultura russa resultou em vendas de sua literatura. Segundo o site Estante Virtual, e-commerce que reúne mais de 2.600 sebos e livreiros em todo o Brasil, Fiódor Dostoiévski é o russo mais vendido na plataforma.
Apenas em 2021, foram vendidos cerca de 3 mil livros do autor – sendo “Crime e Castigo” o responsável por 20% dessas vendas. Em segundo lugar, está “Os Irmãos Karamázov”, seguido por “O Idiota”, “Memórias do Subsolo”, “Noites Brancas” e “O Jogador”.
“Tem uma identificação interessante. A literatura russa do século 19 tenta pensar o lugar da Rússia na Europa. O país era marginal, se manteve com uma estrutura feudal, de castas, de nobreza por muito tempo, se desenvolveu tardiamente. Havia um questionamento: o que são os russos? Quem é a Rússia?”, justifica Danilo Hora, editor da Editora 34, maior referência em literatura russa e do leste europeu no Brasil.
A comemoração de Fiódor Dostoiévski na editora foi antecipada: ano passado foi finalizada, após vinte anos, a publicação de toda obra do autor, com o lançamento de “Escritos da Casa Morta”.
Após trabalhar por anos os textos do autor – e responder incontáveis vezes “o que faz o russo ser tão lido no Brasil”-, Hora explica que a obra de Dostoiévski é como um espelho, em que você tem a possibilidade de se ver refletido.
“Ele criou um novo tipo de romance que responde muito às necessidades da nossa época. Seus romances têm embates de ideias, opiniões diversas, dramatizações de pontos de vista diferentes, espaços de discussão em aberto. As pessoas não são caricaturadas, muito menos tratadas de forma condescendente. É uma literatura que te joga no espaço urbano, no meio do barulho e da confusão”, acrescenta.
Ele indica ainda um ponto de semelhança curioso entre Brasil e Rússia. “Tem uma coisa, meio engraçada, que é o ‘jeitinho russo’ de que se não burlarmos o sistema ele irá falir. Mais ‘jeitinho brasileiro’ que isso só o ‘jeitinho russo’”, brinca Hora.
A 34 não abre número de vendas, nem de tiragem, mas afirma que a Coleção Leste é a sua campeã de vendas e o autor mais popular é justamente o aniversariante de hoje, Fiódor Dostoiévski.
O Pequeno Herói
Ao contrário de outros renomados russos, como os aristocratas Liev Tolstói ou Nikolai Gogol, Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski não vinha de uma família abastada. Viciado em jogos e devedor de carteirinha, ele usou a escrita para pagar suas dívidas.
Se em grande parte do mundo Dostoiévski é louvado, em outras – principalmente na Rússia -, críticos consideram sua linguagem chula, pobre e cheia de repetições. “Se recebesse tanto quanto [o escritor Ivan] Turguêniev, certamente escreveria tão bem quanto ele!”, respondeu aos detratores, segundo diversas biografias.
Dostoiévski perdeu a mãe aos 16 anos e três anos depois, o pai – que teria sido assassinado após uma rebelião de seus servos. O escritor partiu, então, para a escola de engenharia.
Seu romance de estreia foi “Gente Pobre”, em 1846. O texto rendeu excelentes resenhas, especialmente de Vissarión Grigórievitch Belínski, famoso crítico literário da época. Em seguida, vieram “O Duplo” (1846) e “Noites Brancas” (1847).
A glória logo foi interrompida. Dostoiévski entrou em um grupo conspiratório contra o czar Nikolau I e foi condenado a prestar serviços numa prisão na Sibéria. Os seis anos de sua pena o deixaram sem contatos e sem prestígio em sua volta a São Petersburgo.
A morte de sua mulher, Maria Dmitrievna, em 1864, por tuberculose, e, alguns meses depois, a morte do irmão, Milkhail, que editava seus contos, também não facilitaram a readaptação. Dostoiévski decidiu se afastar para escrever.
O isolamento, ao contrário do que previa, não ajudou. O vício em jogos de azar e o número de credores cresciam em proporção inversa à vontade de escrever.
A pressão das dívidas e de seus editores, no entanto, rendeu dois clássicos imensos. Foi nessa época que ele escreveu “Crime e Castigo” (1866) e “O Idiota” (1869). Também nesse período conheceu sua segunda esposa, Anna Dostoievskaia.
O Jogador
É impossível falar de Dostoiévski por aqui e não citar Boris Schnaiderman. O ucraniano, natural de Úman, não foi apenas o responsável por fundar o curso de Língua e Literatura Russa da Universidade de São Paulo, em 1960. Mas foi também o primeiro tradutor de obras russas diretamente para o português.
Mesmo não sendo formado em letras (sua formação era em engenharia agrônoma), Boris recebeu o título de Professor Emérito na instituição em 2001. Dois anos depois recebeu o Prêmio de Tradução da Academia Brasileira de Letras e, em 2007, foi agraciado pelo governo da Rússia com a Medalha Púchkin, em reconhecimento por sua contribuição na divulgação da cultura russa no exterior. Faleceu em São Paulo em 2016, aos 99 anos de idade.
Antes da iniciativa de Boris, a literatura russa era traduzida majoritariamente do francês, exceto por uma ou outra versão em inglês.
“A tradução francesa acaba preenchendo lacunas de acordo com a realidade francesa. Lembro da primeira vez que li o começo de ‘Anna Kariênina’ [de Liev Tolstói] que nós, russos, sabemos de cor. Lendo a tradução francesa, algumas partes pareciam ‘Madame Bovary’ [romance de Gustave Flaubert]. Sabemos que não é assim. É como quando colocamos uma bijuteria ao lado de um diamante. Sabemos como brilha diferente”, explica Elena Vassina.
“A França tem uma tradução muito peculiar. Fala-se em ‘domesticar o texto’: deixar menos arestas, completar frases que o autor deixou ‘incompletas’. A gente, de vez em quando, tem um choque de ler em russo porque vemos que não são tão ‘bonitas’. Os russos são uma loucura”, diz Danilo Hora.
De fato, traduzir a língua russa é uma tarefa delicada, já que a língua eslava dá margem para múltiplas interpretações. Para exemplificar de forma técnica, podemos citar que a os russos não usam artigos. A obra “O Jogador” ganharia outra interpretação se fosse traduzido para “Um Jogador”.
Outro exemplo está no uso das preposições. Em russo não existe a frase “Fulano foi ao centro da cidade”. É necessário explicar, na frase, como ele foi: de transporte? A pé? De carro? E assim por diante.
“No caso de Dostoiévski, o problema é ainda maior por causa da sutileza de seu pensamento, com a qual é preciso muito cuidado para não cometer distorções e simplificações grosseiras. Há obras específicas em que a dificuldade aumenta por conta das opções de linguagem e estilo do autor. Em ‘Os Irmãos Karamazov’, por exemplo, Dostoiévski usa uma sintaxe arcaica, próxima à linguagem eclesiástica”, explicou Boris, fã do autor, em entrevista dada à Folha de S. Paulo em maio de 2001.
O Duplo
Para Boris, a maior contribuição de Dostoiévski se deu na junção entre literatura e filosofia. “A grande força de sua obra consiste em ter dado intensidade dramática e ficcional a ideias. Em seus livros, elas deixam de ser abstratas e passam a ser algo vivo, carnal, de presença imediata. Dostoiévski fazia filosofia por meio de romances, mas uma filosofia viva, atuante, intensa. Trouxe, assim, uma grande contribuição à filosofia, o que é um caso singular na literatura. Exerceu influência sobretudo sobre Nietzsche e os existencialistas.”
Obras célebres como “A Metamorfose” e “O Processo”, de Franz Kafka, “Mrs Dalloway”, de Virginia Woolf, “O Lobo da Estepe” e Demian”, de Hermann Hesse, “A Náusea”, de Jean-Paul Sartre e “O Homem Duplicado”, de José Saramago, beberam da fonte Dostoiévski.
Mas sua herança literária extrapola os limites da filosofia e da literatura: o russo é o autor prosaísta mais encenado nos palcos do mundo inteiro.
Ele nunca escreveu uma peça de teatro.
“A poética de Dostoiévski é muito cênica. Apesar de escrever prosa, romance, conto, ele pensava como autor dramático. Gosta de reunir personagens com rubrica dramática. Sua obra acaba sendo uma provocação aos autores e diretores”, diz Elena Vassina.
Celso Frateschi, ator e diretor, já adaptou quatro obras do escritor para o teatro: “O Sonho de Um Homem Ridículo”, “O Grande Inquisidor”, “Memórias do Subsolo” e um trecho de “Crime e Castigo”. E todas elas estão em constante mutação.
“A cada releitura vejo outra forma de montagem, por isso a peça sempre sofre alterações”, explica Frateschi. A primeira adaptação baseada na obra do russo foi “O Sonho de Um Homem Ridículo”, em 2010, e, até o fechamento desta reportagem, a peça já passou por três mudanças. “O Grande Inquisidor” teve quatro alterações, enquanto “Memórias do Subsolo” (a obra que Frateschi teve mais dificuldade para montar), duas.
Apenas o trecho de “Crime e Castigo” se manteve incólume – mas apenas porque foi finalizada ano passado, durante a pandemia.
Num primeiro momento tais alterações poderiam ser atribuídas por um conceito de “obra inacabada”, mas Frateschi discorda. “As obras dele estão bem acabadas. As mudanças se dão por serem polifônicas. É na multiplicidade de vozes que está a modernidade de seus textos”, divaga o diretor.
“Comunistas destacam seu feroz anticapitalismo. Reacionários encontram em seus livros elementos de sobra para uma leitura conservadora, nacionalista e religiosa. Por conta desse partidarismo, não há uma compreensão adequada da riqueza de sua literatura. Isso acontece porque Dostoiévski era profundamente contraditório. Era um conservador, mas furiosamente anticapitalista”, disse Boris em 2001, antecipando a dualidade citada por Frateschi.
Seminário “A Língua Portuguesa na Educação, na Literatura e na Comunicação” chega à 5ª edição, de maneira gratuita e virtual
A 5ª edição do Seminário “A Língua Portuguesa na Educação, na Literatura e na Comunicação”, evento organizado pela Comissão para Promoção de Conteúdo em Língua Portuguesa (CPCLP), já tem data marcada: de 9 a 13 de novembro. O evento será realizado na plataforma do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc (CPF) , de maneira digital e gratuita.
O seminário é realizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) em parceria com o Sesc São Paulo, por meio da unidade do Centro de Pesquisa e Formação (CPF Sesc) e das Edições Sesc, sob a coordenação geral de Francis Manzoni. Além do Sesc, o evento conta com o apoio do Instituto Camões, do Museu da Língua Portuguesa, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, da Universidade de São Paulo e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Essa edição procura explorar a ideia de um espaço linguístico comum de criação literária e de reflexão sobre temas contemporâneos, permitindo o diálogo entre convidados de campos variados – escritores e acadêmicos. Para isso, promove seis conversas sobre o uso da língua portuguesa como meio de expressão filosófica e pensamento crítico, o papel da língua na divulgação científica, entre outros temas. Os encontros virtuais acontecerão no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo.
“Chegamos à quinta edição do seminário refletindo sobre o alcance da língua portuguesa na divulgação do pensamento crítico e científico, a situação de comunidades lusófonas imigrantes, o enriquecimento do idioma na criação literária contemporânea e os desafios à circulação de livros em português. Assim, voltamos os nossos olhos para as pessoas que fazem a língua viva e suas experiências”, descreve Francis Manzoni, editor nas Edições Sesc e coordenador da CPCLP.
“É com muita honra que promovemos mais uma vez o compartilhamento de experiências e vivências sobre a língua portuguesa. O Seminário é um evento essencial, que possibilita encontros entre profissionais de diferentes campos de atuação, e zela pela nossa língua, traçando caminhos e propondo soluções”, explica Fernanda Dantas, gerente de Relações Internacionais da CBL.
Vitor Tavares, presidente da CBL, conta que as expectativas para a quinta edição do Seminário são as melhores: “Assim como no passado, esta edição está com programação diversa. Os temas das mesas também estão atuais e com certeza as conversas propostas irão render frutos”, detalha Vitor.
Confira a programação completa abaixo:
Cerimônia de abertura
9 de novembro | terça-feira | 10h30
Mesa 1
9 de novembro | terça-feira | 11h
Pensar em português: nuances do pensamento crítico/filosófico em língua portuguesa
Nesse encontro vamos discutir o uso da língua portuguesa como meio de expressão filosófica e de pensamento crítico. Qual é o significado desse idioma para os intelectuais, especialmente dos países que são ex-colônias? Qual é o alcance e a relevância da língua portuguesa para a divulgação do conhecimento e do pensamento crítico? Ao mesmo tempo, quais são as suas potencialidades para comunicação com o mundo?
Participantes:
Magnífico Reitor e Prof. Dr. Severino Elias Ngoenha (Universidade Técnica de Moçambique – UDM | Moçambique)
Prof. Dr. Gilvan Müller de Oliveira (Universidade Federal de Santa Catarina | Brasil)
Djaimilia Pereira de Almeida (Escritora | Angola)
Mediação: Prof.ª Dr.ª Regina Brito (Universidade Presbiteriana Mackenzie | Brasil)
Mesa 2
10 de novembro | quarta-feira | 11h
Divulgação do conhecimento/ciência em língua portuguesa
Debate sobre a publicação do conhecimento científico em língua portuguesa em periódicos especializados. Em que contextos a publicação em português garante sua relevância frente ao inglês e ao espanhol? Qual é o alcance e o impacto das publicações científicas em português?
Participantes:
Prof. Dr. José Teixeira (Universidade do Minho | Portugal)
Socorro Acioli (Escritora | Brasil)
Prof.ª Dr.ª Germana Barata (Universidade de Campinas | Brasil)
Mediação: Prof. Dr. Marcelo di Renzo (Universidade Católica de Santos | Brasil)
Mesa 3
11 de novembro | quinta-feira | 11h
Lusofonias na diáspora em tempos de pandemia
Esse encontro propõe abordar a presença, as experiências e a atuação das comunidades lusófonas fora de seus países de origem. De que modo esses grupos se organizaram para enfrentar a pandemia e outros desafios nos últimos anos? Que configurações socioculturais é possível reconhecer nessas coletividades? Existem vinculações motivadas pela língua comum entre cidadãos de diferentes origens? Quais são os lugares e usos da língua portuguesa no contexto da diáspora?
Participantes:
Profª Drª Else Vieira (Queen Mary – University of London | Reino Unido)
Kalaf Epalanga (Escritor | Angola)
Prof. Dr. Leonardo Tonus (Sorbonne Université – Paris | França)
Mediação: Prof.ª Dr.ª Guiomar de Grammont (Universidade Federal de Ouro Preto | Brasil)
Mesa 4
12 de novembro | sexta-feira | 11h
Novas lusofonias em literatura
Bate-papo sobre o enriquecimento da língua portuguesa na produção literária contemporânea. O que a crítica especializada, as premiações literárias e os estudos acadêmicos podem revelar a respeito das características da língua na literatura contemporânea?
Participantes:
Prof. Dr. Francisco Noa (Universidade Eduardo Mondlan, entre outras | Moçambique)
Isabel Lucas (Jornalista e crítica literária | Portugal)
Mirna Queiroz (Jornalista e crítica literária | Brasil-Portugal)
Mediação: Prof. Dr. Paulo Daniel Farah (Universidade de São Paulo | Brasil)
Mesa 5
13 de novembro | sábado | 11h
O desafio das livrarias
O objetivo desse encontro é abordar os desafios do setor, porém, com o intuito de conhecer experiências, soluções e estratégias bem-sucedidas de pequenas, médias e grandes livrarias no contexto atual. Assim, reunimos para essa conversa livreiros de Angola, Portugal e Brasil, que irão descrever o cenário socioeconômico em que atuam e de que formas têm atuado para contornar os desafios impostos pela pandemia.
Participantes:
Rosa Azevedo (Editora e livreira | Portugal)
Marcus Teles (Livreiro | Brasil)
Ondjaki (Escritor e livreiro | Angola)
Mônica Carvalho (Livreira | Brasil)
Mediação: Vitor Tavares (Presidente da Câmara Brasileira do Livro)
Sobre a Comissão Para a Promoção de Conteúdo Em Língua Portuguesa
Com o objetivo de aproximar o setor editorial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e apoiar a difusão da Língua Portuguesa no mundo, a Câmara Brasileira do Livro criou a Comissão Para a Promoção de Conteúdo em Língua Portuguesa (CPCLP).
Coordenada por Francis Manzoni, a CPCLP foca seu trabalho na conscientização da importância da Língua Portuguesa e no incentivo à distribuição de livros em português. Formada por editores, acadêmicos e especialistas no tema, o grupo tem como uma de suas frentes de trabalho, o mapeamento de instituições que ensinam, difundem e distribuem, ou que tenham interesse na Língua Portuguesa para a realização de parcerias e convênios.
Membros da CPCLP:
Alexandra Pinho | Antônio Carlos de Moraes Sartini | Christiano Aguiar | Fernanda Dantas | Fernanda Gomes Garcia | Francis Manzoni | Gisele Ferreira | Guiomar de Grammont | Isabel Lopes Coelho | Isis Valéria Rezende | José Santos | Marcelo di Renzo | Marina Sartori de Toledo | Paula Cajaty | Regina Pires de Brito | Rejane Vecchia | Rosana Morais Weg | Sandra Espilotro | Vitor Tavares
O seminário ocorrerá em formato de live no canal do Centro de Pesquisa e Formação, no Youtube.
Realização: Câmara Brasileira do Livro.
Idealização e organização: Comissão para Promoção de Conteúdo em Língua Portuguesa.
Apoio: Sesc São Paulo, Instituto Camões e Universidade Presbiteriana Mackenzie.
https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/atividade/seminario-a-lingua-portuguesa-na-educacao-na-literatura-e-na-comunicacao
Clique aqui para acessar as fotos e os currículos dos participantes.