2011: ano do recorde no turismo
Por Felipe Larsen
O ano passado foi, sem dúvida, o melhor da história do turismo brasileiro se considerarmos somente o fluxo de pessoas em nossas cidades: o recorde anterior, de 5,3 milhões de pessoas, era de 2005. Nelson de Abreu Pinto, presidente da Fhoresp (Federação dos Restaurantes, Bares, Hotéis e Similares do Estado de São Paulo), concedeu uma entrevista exclusiva a P&G e falou sobre o tema. A seguir, os principais trechos da conversa.
P&G: Dos 5,4 milhões de turistas que vêm ao Brasil em 2011, aproximadamente quantos podemos estimar que passaram por São Paulo considerando o movimento em hotéis, por exemplo?
Nelson de Abreu Pinto: Destes, cerca de 22% vieram a São Paulo, em razão de negócios, compras, mega eventos, feiras e exposições, turismo de saúde, gastronomia e espetáculos.
P&G: Qual dos ramos a qual a Fhoresp representa (Hotéis, restaurantes, Bares e Similares) que mais contribuíram para catapultar esse índice, que embora seja brasileiro, tem grande participação de São Paulo?
Nelson de Abreu Pinto: São Paulo tem a maior capacidade de alojamento hoteleiro do país, com aproximadamente 45 mil unidades habitacionais. Naturalmente esse parque contribui decisivamente para o receptivo de São Paulo, coadjuvado por uma gastronomia de excelência em restaurantes com culinária típica de mais de 120 países.
P&G: Os estabelecimentos paulistas trabalham com alguma perspectiva de aumento na visitação para os próximos anos, ou isso depende de alguma questão de infraestrutura ou economia que eventualmente possa ser revista? Trocando em miúdos esgotamos nossa capacidade de receber turistas?
Nelson de Abreu Pinto: No que diz respeito à capacidade do parque hoteleiro de São Paulo, há a necessidade de ampliação da capacidade instalada tendo em vista a projeção de crescimento do receptivo. Essa ampliação vem ocorrendo timidamente nos últimos quatro anos. Porém a partir desse ano deve ser reativada. São Paulo precisa crescer em média 10% ao ano em sua oferta de alojamentos.
P&G: Qual a complexidade em congregar, numa só coisa, o trabalho de Hotéis, restaurantes, Bares e Similares junto ao das companhias de viagem?
Nelson de Abreu Pinto: Não há essa complexidade. O Trade turístico opera em absoluta
integração e interconexão entre agentes de viagens e operadoras de turismo e hotelaria quanto a bares e restaurantes,há nos hotéis, farta sugestão para escolha desses estabelecimentos.
P&G: O Brasil está perto de receber aqueles que são tidos como os maiores eventos esportivos do mundo: Copa do Mundo e Olimpíadas. Considerando a Copa do Mundo, com a qual a capital paulista está ligada, para os estabelecimentos representados pela Fhoresp trata-se de um desafio?
Nelson de Abreu Pinto: Para todo o país (a Copa do Mundo) constitui um grande desafio. Para o poder público, iniciativa privada, população, e claro que para a CNTur, que representa e congrega o trade turístico, o desafio é ainda maior e, nesse sentido, vem se empenhando em diversas direções, porém concentrando seus esforços na capacitação profissional em todos os segmentos do Turismo.