A ministra da Cultura, Marta Suplicy, disse nesta terça-feira (29) estar “animadíssima” com a ideia de se reproduzir no Brasil um tipo de manifestação artística espontânea que se popularizou após as Olimpíadas de Londres, o flash mob. Ela pediu que os prefeitos das cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014 incentivem a prática.

Os flash mobs são concentrações instantâneas e espontâneas de pessoas em um dado local para realizar determinada ação anteriormente acertada, geralmente por meio de redes sociais. Segundo a ministra, com pouco dinheiro, o Brasil pode organizar esse tipo de evento para divulgar ao mundo sua cultura durante o evento mundial de futebol.

“Vamos encantar com a nossa cultura, com as coisas bonitas que vamos mostrar e com o pouco dinheiro que a gente tem. Então uma das coisas que eu vi que Londres fez e que eu fiquei animadíssima chama flash mob. É uma coisa interativa que vai para as redes sociais bombar”, afirmou durante palestra a prefeitos. Ela participou nesta tarde do 2º Encontro Nacional com novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília.

O governo poderá entrar com verba, mas o custo desses eventos é baixo, segundo a ministra. “A gente não tem que reformar nada, não gasta nada e é um produto cultural”, disse Marta, que também pediu apoio aos prefeitos para pensar em “alternativas” de divulgar a cultura brasileira.

“Qualquer prefeito pode fazer, não importa o tamanho da cidade”, disse. “Você põe lá um grupo de capoeira dançando e vem todo mundo interessado também. “Pode pôr break, pode pôr o que você quiser”.

Os flash mobs, de acordo com Marta, poderão ser realizados de forma paralela à Fifa Fan Fest, espaços oficiais de transmissão de jogos organizados pelo governo em parceria com a Fifa. A partir de fevereiro, o Ministério da Cultura fará visitas às 12 cidades-sedes da Copa para conhecer os projetos que estão sendo elaborados, segundo informou a pasta.

Vale-cultura
Marta Suplicy voltou a defender o uso “livre” do vale-cultura, programa sancionado no mês passado pela presidente Dilma Rousseff que concede R$ 50 por mês a trabalhadores para gastar em eventos ou produtos culturais. Têm direito ao benefício pessoas contratadas em regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que recebem até cinco salários mínimos.

“Eu compro primeiro uma revista X ou Y que eu sempre quis comprar e nunca tive dinheiro e depois que eu compro aquela revista três vezes eu vou comprar outra. É pra isso que serve o vale-cultura. Dar possibilidade de escolha, de liberdade”, afirmou a ministra em discurso.

Há duas semanas, Marta afirmou durante programa de rádio “Bom Dia Ministro”, da empresa estatal EBC, que o trabalhador pode comprar “revista porcaria” com o vale-cultura.

“Se ele quiser comprar revista de quinta categoria, assim ou assado, pode. Vai poder comprar o que quiser. O bom disso é a liberdade do trabalhador. Ele vai fazer o consumo como ele desejar”, disse Marta em entrevista na época.