A presidente Dilma Rousseff afirmou na última quarta-feira (6) que destinar as receitas dos royalties do petróleo e das participações especiais para a educação é “condição” para que o país mude de patamar. Ela se reuniu com mais de vinte governadores, no Palácio do Planalto, para falar sobre obras de pavimentação, saneamento e mobilidade do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Ela defendeu a valorização dos professores e pediu que os governadores e prefeitos dêem “status” a esses profissionais.
“Educação, me desculpa, não é o terreno, não é a construção, não é o equipamento. É isso, mas é sobretudo salário de professor. É professor capacitado. É esse pais dar outra vez status para professor. Nenhum governador, nenhum prefeito vai dar status para professor com o orçamento que nós temos. Vamos colocar os pingos nos is. Não dá”, afirmou.
Dilma disse ainda que a “única coisa fundamental na questão do petróleo” é destinar a receita dos royalties “na conta da educação”. Ela destacou a importância de se ter creches, alfabetização da idade certa, ensino fundamental e médio em tempo integral e capacitação profissional. “Nós temos de pegar e ter uma fonte intergeracional, que significa: uma geração contribui para a outra”.
Ao sair da reunião, Dilma foi questionada por jornalistas sobre a possibilidade de o Congresso derrubar os vetos que ela fez à lei que estabelece novas regras para distribuição dos royalties do petróleo entre os estados. “Eu vetei, agora está nas mãos do Congresso”, disse a presidente.
PAC
Durante o encontro com governadores, Dilma falou sobre a distribuição de quase R$ 33 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a estados e municípios selecionados pelo Ministério das Cidades. O montante faz parte do total de R$ 70 bilhões anunciados em 2010 para a segundo etapa do programa.
Desse total, R$ 7,95 bilhões serão destinados à mobilidade urbana para municípios com população de 250 a 700 mil habitantes. Para pavimentação e qualificação de vias urbanas serão R$ 8,2 bilhões e para saneamento, mais R$ 16,8 bilhões.
A presidente disse contar com os estados e as prefeituras para acelerar o investimento no país. “Os 33 bilhões de hoje têm um sentido, que é que a gente acelere alguns serviços essenciais”, afirmou.
Ela também destacou a importância de obras em saneamento. “É inadmissível que a gente aumente a taxa de crescimento econômico se uma parte desses investimentos não sejam destinados ao saneamento”, discursou.
Bolsa Família
Sem citar nomes diretamente, Dilma rebateu críticas recentes feitas por lideranças do PSDB, encabeçadas principalmente pelo senador Aécio Neves (MG). Nesta semana, o tucano disse que o governo acabou com a miséria “por decreto”.
“Todo mundo acha que o Bolsa Família a gente faz na canetada. O Bolsa Família precisou de arte e engenho. Precisou de vontade política”, afirmou durante o discurso.
No mês passado, a presidente Dilma fez uma cerimônia no Palácio do Planalto para anunciar que todos os beneficiários do Bolsa Família receberão, a partir de março, um complemento para que a renda per capita de cada membro da família alcance R$ 70. Com isso, o governo afirma ter acabado com a extrema pobreza entre os cadastrados no programa.
“Não é milagre, não é malabarismo nem estatística. Nós colocamos hoje todos os 36 milhões de brasileiros do cadastro do Bolsa Família acima da linha da miséria”, disse.
Fonte: G1