Mesmo no verão e com expectativa de receber mais de 250 mil turistas, cidade canadense espera reduzir congestionamento em 20% durante o evento, realizado de 10 a 26 de julho
O congestionamento de veículos nas principais vias de Toronto costuma ser um teste de paciência para os moradores, imagine como estará em julho, quando a cidade canadense receberá os Jogos Pan-Americanos. Achar formas de reduzir o tráfego durante o evento foi uma das preocupações do comitê organizador, embora haja a consciência de que o desafio é grande para um local que já convive com o trânsito e tem a expectativa de receber 250 mil turistas e 4 mil jornalistas, além de um grupo de 10 mil pessoas com atletas, técnicos e dirigentes esportivos.
Leia mais: Impulso para Jogos do Rio e 300º ouro: os objetivos do Brasil no Pan de Toronto
O plano estabelecido pelos organizadores é reduzir em pelo menos 20% o tráfego em julho. Para isso, estão implantando uma série de campanhas de incentivo ao uso de transporte público, além de limitar o número de vagas de estacionamento disponíveis no entorno das instalações esportivas. Outra arma de Toronto é uma linha de trem especial, que sairá do Aeroporto Internacional de Pearson em direção ao centro da cidade, fazendo o trajeto em 25 minutos, quase a metade do tempo normal. Medida corriqueira em eventos como Pan e Jogos Olímpicos, os veículos destinados para transportar atletas, oficiais e imprensa circularão em faixas preferenciais para agilizar os itinerários. O investimento em mobilidade urbana será de 90 milhões de dólares canadenses, ou R$ 226 milhões.
Leia também: Brasil anuncia delegação recorde para o Parapan de Toronto
Os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, e a edição de Inverno em Vancouver, em 2010, são parâmetros do comitê organizador do Pan de Toronto para apostar num plano bem-sucedido de trânsito mais suave. As duas cidades tiveram redução de 30% a 40% no congestionamento durante os eventos. “Baseados em práticas adotadas em jogos anteriores, estamos muito confiantes de que a meta de 20% seja plausível”, afirmou Michael Chan, ministro de Esporte e Turismo do Canadá.
Leia mais: Com investimento público bilionário, Pan de Toronto será o mais caro da história
O Pan ocorre no verão, Toronto convive com temperaturas baixas em nove dos 12 meses no ano, e as altas temperaturas convidam as pessoas a circularem mais pela cidade. Por isso, os dirigentes já preveem alguns dias caóticos mesmo com todas as precauções. “Os congestionamentos não surgem apenas em ocasiões especiais. Simplesmente acontecem. Não há como evitar, por isso pedimos paciência”, contemporizou Saad Rafi, presidente do comitê organizados de Toronto-2015.
Toronto não será a primeira nem a última sede a encarar desafios de mobilidade urbana durante um evento esportivo. No Pan de 2007, o Rio de Janeiro já teve uma amostra do desafio que será fazer a cidade não travar nos Jogos Olímpicos de 2016. Mesmo com linhas preferenciais para veículos especiais, deixar a região da Barra da Tijuca, onde as principais instalações se concentram em direção a extremos como Deodoro e Engenhão vão requerer paciência.
Confira: Eles eram esperança de medalhas, mas desfalcam o Brasil no Pan de Toronto
Em Pequim, para os Jogos Olímpicos de 2008, o governo chinês implantou um rodízio obrigatório de veículos e ampliou a rede de metrô. Mesmo assim, o congestionamento foi implacável.
Fonte IG