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Rio Drina passa pela Bósnia-Herzegovina, pela Sérvia e por Montenegro. Décadas após dissolução da Iugoslávia, região está atrasada em relação ao resto da Europa quando assunto é proteção ambiental.
Resíduos flutuando no rio Drina perto de Visegrad, Bósnia, sexta-feira, 20 de janeiro de 2023. — Foto: AP Photo/Armin Durgut
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Uma cerca instalada no rio por uma usina hidrelétrica da Bósnia, alguns quilômetros rio acima de sua represa perto de Visegrad, transformou a cidade em um depósito de lixo regional, reclamam ativistas ambientais locais.
“Tivemos muita chuva e inundações torrenciais nos últimos dias e uma enorme entrada de água de Montenegro [afluentes do Drina], que agora, felizmente, está diminuindo”, disse Dejan Furtula, do grupo ambientalista Eko Centar Visegrad.
“Infelizmente, o enorme fluxo de lixo não parou”, acrescentou Furtula.
O rio Drina corre 346 quilômetros das montanhas do noroeste de Montenegro, atravessando a Sérvia e a Bósnia-Herzegovina, e alguns de seus afluentes são conhecidos por sua cor esmeralda e paisagens de tirar o fôlego. Uma parte do rio ao longo da fronteira entre a Bósnia e a Sérvia é popular entre praticantes de rafting quando não é a “temporada do lixo”.
Estima-se que cerca de 10.000 metros cúbicos de resíduos tenham se acumulado atrás da barreira de lixo do rio Drina nos últimos dias, disse Furtula. A mesma quantidade foi extraída nos últimos anos daquela área do rio.
A retirada do lixo leva até seis meses, em média. A remoção, no entanto, para no aterro municipal de Visegrad, que Furtula disse “nem tem capacidade suficiente para lidar com o lixo municipal”.
“Os incêndios no aterro [municipal] estão sempre queimando. [As condições são] não apenas um enorme risco ambiental e de saúde, mas também um grande embaraço para todos nós”, afirmou.
Atraso ambiental
Décadas após as guerras da década de 1990 que acompanharam a dissolução da Iugoslávia, os Bálcãs estão atrasados em relação ao resto da Europa, tanto economicamente quanto no que diz respeito à proteção ambiental.
Os países da região fizeram pouco progresso na construção de sistemas eficazes e ecologicamente corretos de descarte de lixo, apesar de buscarem a adesão à União Europeia (UE) e adotarem algumas das leis e regulamentos da UE.
Depósitos de lixo não autorizados estão presentes em colinas e vales por toda a região, enquanto o lixo cobre as estradas e sacos plásticos são vistos pendurados em árvores.
Além da poluição dos rios, muitos países dos Bálcãs ocidentais têm outros problemas ambientais. Um dos mais urgentes sendo o altíssimo nível de poluição do ar que afeta várias cidades da região.
“As pessoas precisam acordar para problemas como este”, disse Rados Brekalovic, morador de Visegrad.
Resíduos flutuando no rio Drina perto de Visegrad, Bósnia, sexta-feira, 20 de janeiro de 2023. — Foto: AP Photo/Armin Durgut
Barcos ao lado do ‘lixão flutuante’, no rio Drina perto de Visegrad, Bósnia, sexta-feira, 20 de janeiro de 2023. — Foto: AP Photo/Armin Durgut
Fonte: G!