Um déficit comercial menor e um salto nos gastos com defesa sustentaram o crescimento econômico dos Estados Unidos no terceiro trimestre, mas outros detalhes do relatório divulgado nesta quinta-feira indicaram certa perda de ímpeto na atividade.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma taxa anual de 3,5%, informou o Departamento do Comércio nesta quinta-feira, superando a expectativa de economistas de 3%.
Embora o ritmo de crescimento nos investimentos empresariais, moradias e gastos de consumidores tenham desacelerado ante o segundo trimestre, todas essas categorias contribuíram com o crescimento.
“O relatório foi em geral construtivo, com os ganhos em base ampla e indicando um ímpeto fundamental positivo na economia norte-americana”, disse o vice-economista-chefe da TD Securities, Millan Mulraine.
“No entanto, com alguns indícios de fraqueza surgindo em moradias e gastos de consumidores, esperamos que o ritmo de crescimento caia mais no quarto trimestre”.
Apesar de ter desacelerado ante o forte ritmo de 4,6% do segundo trimestre, foi o quarto trimestre em cinco em que a economia expandiu a um ritmo de 3,5% ou mais.
Um relatório separado do Departamento do Trabalho mostrou que os pedidos iniciais por auxílio-desemprego subiram de modo modesto na semana passada, mas permaneceram em níveis consistentes com condições do mercado de trabalho firmes.
Os dados foram publicados um dia depois de o Federal Reserve, banco central dos EUA, ter encerrado seu programa de compra de títulos. Autoridades do Fed disseram que há força suficiente na economia mais ampla.
O déficit comercial menor refletiu uma queda nas importações, que caíram no ritmo mais rápido desde o quarto trimestre de 2012. Isso foi atribuído principalmente à queda nas importações de petróleo.
O comércio contribuiu com 1,32 ponto percentual ao crescimento. Embora existam receios de que o dólar mais forte e a desaceleração das economias chinesa e da zona do euro vão afetar o crescimento das exportações dos EUA, economistas acreditam que o impacto será marginal.
Os gastos do governo também foram um impulso, com gastos com defesa crescendo 16%, ritmo mais rápido desde o segundo trimestre de 2009.
Uma das poucas áreas que pesou sobre o crescimento foi a de estoques, que subtraiu 0,57 ponto percentual do PIB após ter contribuído com 1,42 ponto percentual no segundo trimestre.
Investimento empresarial desacelera
O crescimento em investimentos empresariais desacelerou no terceiro trimestre, com gastos com equipamentos crescendo apenas a uma taxa de 7,2%. Economistas esperavam um segundo trimestre consecutivo de crescimento de dois dígitos.
Os gastos empresariais em estruturas e produtos de propriedade intelectual também desacelerou.
Embora o crescimento dos gastos de consumidores tenha desacelerado para um ritmo de 1,8% ante 2,5% no segundo trimestre, eles ainda contribuíram com 1,22 ponto percentual ao crescimento do PIB.
Os gastos de consumidores são responsáveis por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA.
O ritmo moderado de gastos de consumidores ajudou a manter as pressões inflacionárias contidas durante o trimestre.
Um índice de preços no relatório do PIB subiu a uma taxa de 1,2% no terceiro trimestre após avançar 2,3% no período anterior. Uma medida de núcleo de preços que descarta custos de alimentos e energia aumentou a um ritmo de apenas 1,4%, em forte desaceleração ante a taxa de 2% no segundo trimestre.
A queda nos preços da gasolina e a aceleração do crescimento do emprego, que deve elevar os salários, devem beneficiar os gastos de consumidores no quarto trimestre.
terra
A Organização Mundial da Saúde declarou nesta segunda-feira (20) a Nigéria livre do ebola, 42 dias após o país não registrar nenhum novo caso da doença. “A Nigéria está livre do ebola”, disse Rui Gama Vaz, representante da OMS em uma entrevista coletiva para a imprensa na capital, Abuja.
“Esta é uma espetacular história de sucesso… Isso mostra que o ebola pode ser contido, mas é preciso ficar claro que nós só ganhamos uma batalha. A guerra só vai acabar quando a África Ocidental também for declarada livre de ebola”, acrescentou, segundo a Reuters.
O primeiro caso na Nigéria, país mais populoso da África, foi importado da Libéria, quando um diplomata liberiano-americano chamado Patrick Sawyer passou mal no principal aeroporto internacional de Lagos, em 20 de julho.
Como o país estava mal preparado e não tinha procedimentos de triagem no local, Sawyer infectou várias pessoas, incluindo vários profissionais de saúde do hospital para onde foi levado, o qual não tinha equipamento de proteção adequado.
Na última quarta-feira, o Ministério da Saúde do país havia declarado que não havia mais pessoas infectadas com o vírus mantidas em observação. “Ninguém está sob supervisão pelo vírus ebola em qualquer parte da Nigéria. Todos os que estão sob observação cumpriram o período de 21 dias estipulado pela OMS”, disse um porta-voz do ministério.
O ebola já matou 4.546 pessoas na Libéria, Guiné e Serra Leoa, os três países mais afetados. A Nigéria teve 20 pessoas contaminadas, das quais oito morreram.
O anúncio de que a maior economia da África erradicou a febre hemorrágica letal, pelo menos por ora, ocorre depois que na sexta-feira a OMS declarou o Senegal livre da doença, embora esse país tenha tido apenas um caso, importado da Guiné.
Fonte: G1
No dia Internacional do Idoso, celebrado nesta quarta-feira (1) , as notícias são de fazer qualquer um, não importa a idade, cair para trás. A situação para os idosos no mundo não está boa. De acordo com o AgeWatch Index, um terço dos países do mundo não consegue atender às necessidades dos mais velhos.
Os brasileiros têm mais um pesar: no índice de qualidade de vida dos idosos, aparece em 58º lugar entre os 98 países analisados .Entre os países da América do Sul, o País só não fica atrás do Paraguai. Em relação com o relatório divulgado no ano passado, caímos de 31º para 58º.
Entrevista: ‘Brasil vai envelhecer rápido e na pobreza’
“O País não só piorou, como os outros melhoraram. O Brasil desde o Estatuto do Idoso [de 1997] parou e não tem implementado o que já foi feito”, disse a gerontóloga Laura Mello Machado, porta-voz da pesquisa no Brasil.
O índice é baseado a partir de quatro fatores – renda, saúde, emprego/educação e ambiente favorável (segurança física, rede social, autonomia e acesso ao transporte público) – que medem o bem estar. Dois fatores pesaram muito na conta sobre qualidade de vida de idosos no Brasil: segurança e transporte público.
“São índices que merecem atenção especial. O idoso tem direito constitucional para não pagar o ônibus, mas sofre preconceito, os ônibus não param, arrancam”, explica Laura.
Raridade: Por que os brasileiros não chegam aos 100 anos?
No ranking que mediu apenas renda o Brasil ficou em 12º, no de saúde 43º. “Esse tipo de avaliação é interessante, pois não está baseado apenas em renda. Porém, a posição que ocupamos de saúde está baseada a autoavaliação do idoso. Se fosse uma pesquisa sobre acesso à saúde ficaríamos entre os 10 piores”, afirma João Bastos Freire Neto, presidente da Sociedade Brasileira Geriatria e Gerontologia (SBGG).
Veja: Seis passos para se tornar um idoso saudável
Os fatores emprego e educação (66º) e ambiente favorável (87º) foram os principais responsáveis pela média baixa. “Caiu porque a segurança pública piorou e o acesso ao transporte público também. Na pergunta sobre segurança física, mais de 50% das pessoas com mais de 50 anos disseram que não se sentem seguras para sair à noite na rua onde moram”, disse Neto.
A tendência é piorar
De acordo com dados do último censo, a população brasileira é formada por 12% de pessoas com mais de 60 anos. A expectativa é que em 20 anos a taxa suba para 29%. “Quando dizemos que idoso só precisa de saúde, é uma visão equivocada. O idoso está inserido na sociedade e é preciso medir qualidade de vida”, afirmou Neto.
O AgeWatch Index provou mais uma vez que qualidade de vida de idosos pouco tem a ver com Produto interno Bruto. O Brasil é a sétima maior economia do mundo e teve um resultado pífio. Exceto a Chita, todos os outros países que formam o bloco econômico conhecido como Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão abaixo do Brasil no ranking de qualidade de vida dos idosos.
“Não é a riqueza que o País produz que determina a condição de envelhecimento. Um dos principais determinantes do envelhecimento é a educação. Sem educação não tem emprego, renda, previdência, lazer e assim por diante”, diz Neto.
Veja também:
70% dos idosos estão insatisfeitos com próprio corpo; autoimagem influi na saúde
Na pesquisa deste ano, apenas 21% dos idosos pesquisados afirmou ter segundo grau completo ou nível superior. “ Hoje a gente tem ainda o problema da educação de jovens . Não ter resolvido isso ainda é estarmos condenando eles a a terem um envelhecimento sofrível”, completa.
Veja ranking dos países com maior qualidade de vida para idosos
1 Noruega
2 Suécia
3 Suíça
4 Canadá
5 Alemanha
6 Holanda
7 Islândia
8 Estados Unidos
9 Japão
10 Nova Zelândia
11 Reino Unido
12 Dinamarca
13 Austrália
14 Áustria
15 Finlândia
16 França
17 Irlanda
18 Israel
19 Luxemburgo
20 Estônia
21 Espanha
22 Chile
23 Uruguai
24 Panamá
25 República Tcheca
26 Costa Rica
27 Bélgica
28 Georgia
29 Eslovênia
30 México
31 Argentina
32 Polônia
33 Equador
34 Chipre
35 Letônia
36 Tailândia
37 Portugal
38 Ilhas Maurício
39 Itália
40 Armênia
41 Romênia
42 Peru
43 Sri Lanka
44 Filipinas
45 Vietnã
46 Hungria
47 Eslováquia
48 China
49 Quirquistão
50 Coreia do Sul
51 Bolívia
52 Colômbia
53 Albânia
54 Nicarágua
55 Malta
56 Bulgária
57 El Salvador
58 Brasil
59 Bangladesh
60 Lituânia
61 Tajiquistão
62 República Dominicana
63 Guatemala
64 Bielorrússia
65 Rússia
66 Paraguai
67 Croácia
68 Montenegro
69 Índia
70 Nepal
71 Indonésia
72 Mongólia
73 Grécia
74 Moldávia
75 Honduras
76 Venezuela
77 Turquia
78 Sérvia
79 Camboja
80 África do Sul
81 Gana
82 Ucrânia
83 Marrocos
84 Laos
85 Nigéria
86 Ruanda
87 Iraque
88 Zâmbia
89 Uganda
90 Jordânia
91 Paquistão
92 Tanzânia
93 Malawi
94 Cisjordânia e Gaza
95 Moçambique
96 Afeganistão
Fonte: IG
O Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas (ATT, na sigla em inglês) superou nesta quinta-feira (25) as 50 ratificações e entrará em vigor em 90 dias, depois que sete países apresentaram a documentação exigida, anunciou a missão do Reino Unido nas Nações Unidas. Argentina, Portugal, República Tcheca, Ucrânia, Bósnia e Herzegovina, Bahamas, Saint Lúcia e Senegal depositaram os instrumentos de ratificação em uma reunião que aconteceu em paralelo à Assembleia Geral da ONU, celebrada em Nova York.
O Brasil, que ocupa a quarta posição no ranking de maiores exportadores de armamentos do mundo , segundo documento divulgado pela entidade Small Arms Survey, firmou o tratado em junho do ano passado, mas o Congresso ainda não ratificou o documento.
O país fica atrás apenas dos Estados Unidos, Itália e Alemanha e tem um dos menores índices de transparência nas transações comerciais, o que pode ser um indicativo de vendas para países em guerra ou que violam os direitos humanos. No ano passado, granadas de gás lacrimogêneo brasileiras foram utilizadas pela polícia turca para conter protestos contra o governo.
Até quinta-feira, 45 países haviam ratificado o tratado. Eram necessárias pelo menos 50 ratificações para ativar a cláusula que determina a entrada em vigor do tratado em 90 dias.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que “hoje, todos podem olhar com satisfação para a data quando este histórico tratado entrará em vigor, em 24 de dezembro”.
O tratado, adotado em abril de 2013 pela Assembleia Geral da ONU e assinado por 118 países, pretende tornar mais transparente o comércio internacional de armas convencionais, um mercado que movimenta mais de US$ 80 bilhões por ano.
Cada país vinculado ao tratado deverá avaliar, antes da transação, se as armas vendidas poderão ser utilizadas para evitar um embargo internacional, violar direitos humanos ou cair em mãos de criminosos.
Entre os países que ratificaram estão 23 membros da União Europeia: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Dinamarca, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Luxemburgo, Malta, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Portugal, República Tcheca, Reino Unido e Suécia.
No continente americano foi ratificado por Argentina, México, El Salvador, Panamá, Costa Rica, República Dominicana, Guiana, Granada, São Vicente e Granadinas, Jamaica e Trinidad e Tobago. Japão, Austrália, Nova Zelândia e Noruega também aderiram ao tratado.
Extremistas com armas
No comunicado, divulgado pela alta representante para Desarmamento, Angela Kane, Ban diz que “a necessidade para um Tratado continua clara.” Segundo o secretário-geral, “extremistas e rebeldes continuam recebendo armas e traficantes inescrupulosos continuam desafiando os embargos de armas da ONU.
Além disso, Ban declarou que depósitos de armas são mal guardados e armamentos dos governos estão desaparecendo.
Para ele, como qualquer outra mercadoria, o comércio de armas deve cumprir com padrões internacionais. Todos os envolvidos com o setor devem ser responsabilizados.
Padrões Globais
O Tratado determina padrões globais para a transferência de armas e esforços para evitar desvios. O documento vai regular todos os armamentos convencionais nas categorias de tanques de batalha, veículos de combate armado e sistemas de artilharia de alto calibre.
O acordo cobre também aviões de combate, helicópteros de ataque, navios de guerra, mísseis e lançadores de foguetes, como também, armas de pequeno e médio calibre.
Entre as provisões do tratado está ainda a proibição sobre a transferência de armas que podem ser usadas para cometer genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
Fonte: Uol
Os moradores da Escócia rejeitaram por uma ampla margem de dez pontos, bem mais que o esperado, a independência no referendo realizado na quinta-feira (18).
Os países Escócia, Inglaterra, Gales e Irlanda do Norte integram o Reino Unido, que tem Londres como capital e foi unificado em 1707.
Segundo o resultado definitivo após a apuração dos 32 distritos eleitorais nesta sexta-feira (19), o “não” obteve o apoio de 55% dos eleitores contra 45% do “sim” à cisão – foram 2.001.926 votos frente a 1.617.989.
O primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, admitiu a derrota no referendo: “a Escócia decidiu que este não é o momento de ser um país independente”, disse, em um comunicado televisionado. Ele agradeceu aos “1,6 milhão de votos pela independência” do país.
A vice-primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, admitiu que “há uma real decepção com o fato de que não conseguimos a vitória, por pouco”.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, falou “com Alistair Darling (líder da campanha do “não”) para felicitá-lo pelo bom trabalho”.
Participação recorde
A apuração atrasou devido ao alto índice de participação, em torno de 84%, exceto por algumas exceções, como em Glasgow, onde a participação foi de 75%.
No total, 4.285.323 eleitores estavam habilitados: todos os residentes legais na Escócia – britânicos ou não – com idades acima de 16 anos. Os escoceses que vivem no exterior não puderam votar.
Os eleitores responderam à pergunta: “A Escócia deve se tornar um país independente?”
Motivação
Os militantes pró-separação defendiam que a Escócia é um dos países mais ricos da região, e esse seria um dos principais motivos porque a Inglaterra não quer abrir mão deles.
Eles ainda querem investir em energia limpa, o aumento de impostos para garantir melhores serviços públicos e em uma política baseada em igualdade de direitos, inspirando-se em países como Suécia e Noruega, ao contrário da Inglaterra, que se inspira em países “bélicos”, como os Estados Unidos.
Uma possível vitória dos separatistas assusta as autoridades britânicas. Poucos dias antes da votação, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, fez um apelo pedindo que os escoceses permaneçam no Reino Unido, o qual, segundo ele, “se tornou o que é hoje graças à grandeza da Escócia”.
“Por favor, não façam pedaços desta família de nação”, apelou o premiê. “A independência da Escócia não será uma separação, mas sim, um doloroso divórcio”, acrescentou.
Consequências
A independência da Escócia teria enormes consequências constitucionais, políticas, econômicas e sociais para o país e poderia deixar o país fora de organizações como a UE (União Europeia) e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Além disso, o país poderia ter um êxodo de empresas, investidores e companhias financeiras diante das incertezas de uma nova moeda e estrutura de governo.
A independência também poderia ter aspectos negativos para os trabalhistas no Reino Unido, que superam amplamente os conservadores na região e contam com 41 deputados no Parlamento britânico, diante de apenas um membro do Partido Conservador. (Com agências internacionais)
Fonte: Uol
Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela condenaram o uso desproporcional da força pelo Exército de Israel contra a Faixa de Gaza e ressaltaram a importância das investigações para identificar responsáveis por violações do Direito Internacional Humanitário. A declaração especial, emitida após a 46ª Cúpula do Mercosul (Mercado Comum do Sul) desta terça (29/07), em Caracas, não conta, no entanto, com a assinatura do Paraguai, que participa pela primeira vez de uma cúpula do bloco após ter sido suspenso do grupo em junho de 2012.
Os quatro países “condenaram de maneira enérgica o uso desproporcional da força por parte do Exército israelense na Faixa de Gaza, que afeta majoritariamente civis, incluindo crianças e mulheres”, além de condenar “qualquer tipo de ações violentas contra populações civis em Israel”. O fim imediato do bloqueio contra a população de Gaza para o livre trânsito, ingresso de alimentos, medicamentos e ajuda humanitária também foi instada.
Os chefes de Estado fizeram um chamado ao diálogo como única saída do conflito e reiteraram seu apoio à “solução de dois Estados vivendo em paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas”. Na declaração, ainda pedem respeito ao direito internacional e aos direitos humanos, ressaltando a “importância e urgência da investigação de todas as violações do Direito Internacional Humanitário a fim de estabelecer os fatos e circunstâncias de tais violações e dos crimes cometidos e identificar os responsáveis”.
Assim como o Brasil, Peru e Chile chamam os embaixadores em Israel para consultas. Membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Chile tem a maior comunidade palestina fora do mundo árabe.
“Devido à gravidade da situação, e em coordenação com governos de outros países da região, nesta data (30/07) o Peru decidiu chamar para consulta seu embaixador em Israel”, disse o Ministério das Relações Exteriores peruano em comunicado.
Já o Ministério das Relações Exteriores do Chile disse em nota oficial que “observa com grande preocupação e desalento” as operações militares de Israel em território palestino, que representam “um castigo coletivo” à população civil em Gaza e não respeitam “normas fundamentais do direito internacional humanitário”.
O Chile condenou o lançamento de foguetes por parte do Hamas contra alvos civis em Israel, mas especificou que “a escala e intensidade das operações israelenses em Gaza vulneram o princípio de proporcionalidade no uso da força”, um requisito “indispensável” para justificar a legítima defesa.
Fonte: Pragmatismo Político
Após obter 54,5% dos votos no segundo turno das eleições municipais, Anne Hidalgo foi eleita a primeira mulher a comandar a prefeitura de Paris. Feminista e descendente de imigrantes espanhois, Hidalgo é filiada ao Partido Socialista (PS) francês e concorria com Nathalie Kosciusko-Morizet, candidata pelo partido de direita UMP e que obteve 45,5% das intenções.
Aos 54 anos, Anne Hidalgo terá o desafio de dirigir uma cidade de 2,2 milhões de habitantes, centro de todos os poderes da França e um dos principais pontos turísticos do mundo. Após a conquista, a prefeita vai entrar para o grupo, ainda restrito, de mulheres que estão à frente das grandes cidades mundiais, como Ana Botella, prefeita de Madri; e Carolina Toha, prefeita de Santiago.
Nascida em San Fernando, em 19 de junho de 1959, região espanhola da Andaluzia, sob a ditadura do general Francisco Franco, Anne Hidalgo foi naturalizada francesa aos 14 anos de idade e morou em Lyon antes de mudar-se, em 1984, para Paris. Sua formação é em direito social e sua filiação ao PS teve início em 1994, influenciada pelo então candidato socialista às eleições presidenciais, Lionel Jospin.
Durante sua campanha eleitoral, Anne enfrentou piadas sobre sua origem ao ser chamada de ‘zeladora’ pelos simpatizantes da direita. A brincadeira preconceituosa faz uma referência aos espanhois que ocupavam, em meados do século XX, os cargos de zelador dos prédios da capital francesa. A analogia é uma clara comparação às origens de sua concorrente, Nathalie Kosciusko-Morizet, neta de embaixador e bisneta de um dos fundadores do Partido Comunista francês.
Dentre as promessas feitas ao longo de sua campanha eleitoral, Anne comprometeu-se a levar adiante o trabalho iniciado pelo então prefeito Bertrand Delanoë. Ela prometeu, também, criar 10 mil novas moradias, 5 mil vagas nas creches e acesso mais facilitado aos serviços de saúde. Outra promessa de campanha foi com relação ao não aumento dos impostos e à luta por uma política de segurança melhor.
Durante a gestão de Delanoë, Hidalgo esteve à frente da pasta de urbanização e chama para si o sucesso do ‘Vélib’, programa de livre acesso a bicicletas, copiado massivamente por outras capitais do mundo. Ela afirma que quer fazer de Paris uma ‘cidade do mundo’, “inovadora e criadora de empregos, uma cidade ecologicamente correta onde é possível se locomover a pé ou de bicicleta”.
Descrita por pessoas próximas como uma pessoa honesta, estudiosa e modesta, Hidalgo batalhou para conseguir espaço no Partido Socialista. “Conquistar autoridade, legitimidade, lutar no seu próprio meio, isso é o mais difícil”, afirmou a prefeita eleita em entrevista ao jornal francês Libération.
Rosa Brandonisio e Patricia Gutiérrez, esposas de prefeitos presos e destituídos em março deste ano, venceram as eleições municipais de San Diego e San Cristóbal, respectivamente. Segundo números do Conselho Eleitoral Nacional da Venezuela, Brandonisio, casada com Enzo Scarano, venceu com 87,68% dos votos, enquanto Gutiérrez, esposa de Daniel Ceballos, foi eleita com uma aprovação de 73,62%.
Nos últimos meses, as duas cidades foram marcadas por violentos protestos contra o governo de Nicolás Maduro. As vitórias das duas esposas não causaram surpresa, já que nos comícios municipais de dezembro Ceballos e Scarano venceram por ampla maioria. Os dois foram presos e destituídos de seus cargos em março. Na época, o Tribunal Supremo de Justiça alegou que ambos desacataram uma ordem judicial que exigia o desmonte de barricadas em seus municípios.
No domingo, Maduro afirmou que reconheceria os candidatos que ganhassem as eleições, acrescentando que “se voltarem os loucos e começarem a queimar o município, outra vez as autoridades atuarão”. O presidente também disse que nos próximos dias apresentará ao país provas de um suposto plano para um golpe de estado, que estaria sendo preparado por “empresários e políticos de direita”.
Fonte: Estadão
A ocorrência de secas extremas na Amazônia, como a que ocorreu em 2010, pode fazer com que a floresta, hoje considerada um sumidouro de carbono, se transforme num grande emissor do principal gás de efeito estufa.Essa é a estimativa feita por um grupo internacional de pesquisadores, que publica um artigo na edição desta quinta da revista científica Nature. Eles alertam que num cenário futuro de mudanças climáticas em que ocorram com frequência eventos extremos de falta de chuva, a Amazônia pode se converter em uma grande fonte de gás carbônico.
Os cientistas mediram a entrada e saída de gases da floresta em dois anos seguidos: em 2010, quando a região sofreu com uma forte seca, e em 2011, que foi mais chuvoso que o normal. Combinando coletas de gases no ar (com avião) – em alturas que variavam de 300 metros até 4,4 km – e no solo, a cada quinze dias ao longo dos dois anos, eles notaram que na seca a floresta emite mais carbono (pela respiração) do que absorve (pela fotossíntese).A diferença de umidade parece ter sido o fato preponderante.
“Os dois anos também foram mais quentes do que a média na região, sendo 2010 ainda mais quente que 2011. Mas a maior diferença entre eles é que um foi mais seco e o outro teve mais chuva. Não quer dizer que a temperatura não possa ter efeito no balanço de carbono. Mas claramente percebemos que a precipitação foi mais importante”, explica a pesquisadora brasileira Luciana Gatti, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), primeira autora do trabalho.
Os cientistas do IPEN e de instituições como Universidade de Leeds (Inglaterra), Agência de Pesquisa Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa), Universidade do Colorado e Universidade de Oxford, observaram que enquanto em 2010 a floresta sozinha absorveu somente cerca de 30 milhões de toneladas de carbono (através da fotossíntese), em 2011 foram 250 milhões de toneladas.Além de o estresse hídrico tornar mais difícil o crescimento das plantas (momento em que as plantas mais absorvem carbono), aumentar a mortalidade e a decomposição da vegetação (situações emissoras), a seca ainda favorece que as queimadas, tradicionalmente usadas na região para limpar terreno, se espalhem.
Em 2010 foram emitidos para a atmosfera por conta do fogo 510 milhões de toneladas, contra 300 milhões de toneladas emitidos em 2011 pelo mesmo motivo.Sem padrão. Por esses cálculos, 2011 teve um balanço quase neutro, enquanto 2010 ficou claramente no negativo. A análise somente dos dois anos, no entanto, não permite tirar uma conclusão sobre qual é a realidade média atual da floresta, explica Luciana.
Um outro estudo, conduzido ao longo dos últimos 30 anos por Oliver Phillips, da Universidade de Leed (também autor do trabalho atual), estimou que a absorção média da floresta neste período foi de 390 milhões de toneladas de carbono por ano. O dado fortalece a noção de que floresta é acima de tudo um sumidouro de carbono. É por esse, entre outros motivos, que a preservação da floresta é importante: num cenário de aumento mundial das emissões e consequente aquecimento global uma floresta intacta pode ajudar a reduzir o problema. Mas pode ser que essa função já esteja sendo afetada pelas mudanças climáticas.
Mesmo sendo mais chuvoso, o ano de 2011 ficou abaixo dessa taxa (em 300 milhões). “Pode ser que a absorção tenha sido inferior porque a floresta ainda estivesse arcando com a consequência do ano anterior calamitoso. Talvez o impacto da seca severa ainda estivesse presente. Ou pode ser que a Amazônia já esteja mudando muito, pode ser que a vegetação já não faça tanta absorção quanto fazia”, avalia Luciana. “Mas isso ainda é especulação, precisamos de mais anos de medida para tirar uma conclusão”.O projeto que fez as medidas em 2010 e 2011 continuou pelos dois anos seguintes (os dados ainda não estão compilados) e será concluído somente no final de 2014, mas Luciana defende que talvez seja necessária uma década de análises para concluir o comportamento normal da Amazônia. “A verdade é que os anos estão muitos estranhos, com muitos extremos, as mudanças climáticas estão em curso.”
A presidente Dilma Rousseff se reuniu nessa segunda-feira em Havana com Fidel Castro, que também recebeu à primeira-ministra da Jamaica, Portia Simpson-Miller, informou a imprensa oficial de Cuba. Segundo o site oficial Cubadebate, Dilma e Fidel falaram sobre o porto de Mariel e sua Zona Especial de Desenvolvimento. Dilma e o presidente do país, Raúl Castro, inauguraram nessa segunda-feira um moderno terminal de contêineres na ilha caribenha que contou com financiamento do BNDES.
Dilma também falou com Fidel Castro – de 87 anos e afastado do poder desde 2006 – sobre sua satisfação com o trabalho dos milhares de cubanos que fazem parte do programa Mais Médicos. Segundo o Cubadebate, o encontro fraternal “foi uma expressão do afeto e da admiração entre Fidel e Dilma”. Também nesta segunda-feira, o líder cubano recebeu à primeira-ministra da Jamaica e os dois conversaram sobre a parceria dos países nas áreas de saúde, educação e esporte, entre outras.
O Cubadebate divulgou fotografias dos dois encontros onde se vê Fidel Castro, vestido com roupa esportiva, conversando com os governantes. Dilma e outros presidentes latino-americanos e do Caribe se encontram em Cuba para participar da II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que começa amanhã em Havana.
Além desses encontros, Fidel Castro também almoçou no domingo com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que foi a primeira chefe de Estado latino-americana a chegar em Cuba por ocasião da Cúpula da Celac.