O modo de se pensar e lidar com educação tem mudado e a liderança escolar se tornou uma questão estratégica nas políticas educacionais. Porém, o assunto ainda é pouco falado na América Latina. Por isso, 200 profissionais de educação se reuniram na última sexta (18), em São Paulo, para o Seminário Internacional Liderança e Inovação na Educação . As informações são da assessoria da Editora Moderna.
“O seminário revelou experiências de inovações que estão em curso, com o protagonismo dos educadores e a transformação dos sistemas educativos a partir do engajamento e da ação criativa dos agentes da comunidade escolar. Uma das lições mais relevantes do encontro foi a importância de confiar nos estudantes como sujeitos do conhecimento a partir de um papel ativo e orientador dos professores. A tecnologia é importante, desde que aliada a um projeto pedagógico que valorize a iniciativa dos alunos”, afirmou André Lázaro, diretor da Fundação Santillana no Brasil, que organizou o evento em conjunto com o jornal EL PAÍS.
Inovação e criatividade
Foram oito palestras, entre elas a de Helena Singer, assessora especial do Ministério da Educação (MEC), que detalhou o recém-lançado programaInovação e Criatividade na Educação Básica . Por meio de um mapeamento, será possível conhecer a distribuição geográfica e o perfil inovador das instituições de ensino. “Essas informações nos ajudarão a estabelecer políticas públicas para o segmento, a incentivar e a sistematizar as iniciativas positivas já identificadas”, afirmou.
Já Ricardo Cuenca, diretor geral do Instituto de Estudos Peruanos (IEP), falou sobre os principais desafios para a liderança escolar na América Latina. Um levantamento feito pelo pesquisador revelou que mais de 50% do tempo dos diretores escolares da região é gasto com atividades burocráticas de gestão e apenas 12% do tempo é direcionado para questões do dia a dia que envolvem alunos e professores. Ele alertou para a inexistência de uma gestão de carreira profissional e de políticas específicas para a formação dos diretores.
David Albury expôs que o Brasil tem importantes experiências de inovação, mas que são pouco conhecidas e divulgadas. De acordo com o diretor da Innovation Unit e consultor do Global Education Leaders’ Partnership (GELP), apesar de a educação ter ganhado espaço no orçamento brasileiro, boa parte dos recursos ainda não chega até os estudantes. Para Albury, é preciso saber direcionar esses investimentos com ferramentas que permitam melhorar o aprendizado.
Outro ponto mencionado foi a necessidade do uso de métodos educativos mais dinâmicos e aderentes à realidade dos jovens. Para Albury, o currículo deve contribuir para engajar e “empoderar” os alunos e ainda prever a personalização do ensino.
Também foram apresentados vários casos de sucesso envolvendo liderança nas salas de aula. O ponto em comum dessas experiências é a confiança nos estudantes e em seu desejo de participar de um ambiente escolar colaborativo.
A professora Maria Beatriz Luce, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e ex-secretária de Educação Básica do MEC, destacou a importância de desafiar as certezas pedagógicas para buscar maior diálogo com os alunos e as realidades que vivem.
Porém, entre outras constatações do debate, concluiu-se que essas experiências de sucesso podem servir de inspiração, mas não devem ser apenas copiadas. Os profissionais ressaltaram que cada instituição tem suas peculiaridades, e realidades sociais e econômicas distintas.
Outro case de sucesso foi compartilhado por Roberto Costa de Souza, secretário de educação de Jacareí (SP). Ele apresentou os diferenciais doEducaMais Digital , uma plataforma inovadora que tem conseguido engajar professores, alunos e pais no processo de ensino-aprendizagem.
O evento foi encerrado com o painel Inovar para quê? O que buscamos atingir com a inovação educacional , que contou com a participação de Maria Rebeca Otero Gomes, coordenadora do Setor de Educação da UNESCO no Brasil, Mila Gonçalves, gerente de projetos sociais da Fundação Telefônica Vivo e André Lázaro, diretor da Fundação Santillana no Brasil.
Fonte Terra
O governo federal colocou no ar a nova versão do Portal do Software Público Brasileiro (SPB), com 67 soluções para atender às necessidades dos cidadãos brasileiros. Além disso, a ferramenta é um importante aliado da gestão municipal e estadual.
A ideia é que, além de auxiliar empresas e cidadãos, o Portal seja usado por gestores públicos como uma plataforma de compartilhamento de soluções de software para diferentes áreas como economia, saúde, educação, administração, comunicações, energia e saneamento.
Por ser gratuito, o Software Público Brasileiro também ajuda a reduzir despesas públicas com a compra de software. A antiga versão deverá ser desativada em 2016.
O trabalho de evolução do sítio começou em 2013 e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) recebeu mais de duzentas contribuições da sociedade.
Fonte Portal Federativo
Foto: Instituto Lula
Sobre os temas a serem tratados na capacitação, o ministro destacou que o importante é ter uma formação em que o diretor da escola seja habilitado a lidar com dados numéricos e estatísticos que, segundo ele, são um “grande diagnóstico” dos pontos fortes e fracos de cada escola.
Além de aprender a lidar com as bases de dados fornecidas por órgãos do próprio Ministério da Educação, os diretores serão informados sobre as ferramentas disponíveis para solucionar as dificuldades. “E que ele receba também uma formação para saber quais as soluções que ele tem ao alcance para isso, tanto pedagógicas, quanto do ponto de vista de programas federais e outros que ajudem a escola”, disse Janine.
Outros pontos que devem ser abordados são a formação de equipe e a administração de conflitos. “Fora isso, que ele (o diretor) seja capaz de administrar conflitos, que são parte integral da formação de qualquer pessoa que está se passando de criança a adolescente e de adolescente a adulto. Que seja capaz também de formar equipes de professores que trabalhem de forma empenhada.”
Na primeira etapa do programa, Janine estima que será possível atingir “algumas dezenas de milhares” de diretores, por meio de um curso ministrado prioritariamente pela internet. “Neste ano, como no ano que vem, todos sabem, os recursos econômicos serão muito limitados. Então, não temos condições de pensar em grande escala. Estamos pensando em fazer um curso barato, para justamente mostrar que você pode conquistar ganhos de qualidade com o uso criterioso do dinheiro”, afirmou o ministro, sobre a opção da formação online.
A prioridade será dada aos gestores de escolas que tenham grande número de alunos. Porém, a proposta está aberta a contribuições da sociedade. “Estamos adotando a seguinte estratégia: quando temos algo que começa a ser refletido, queremos partilhar isso, informar, mesmo sem ter o formato do edital. Não queremos nos comunicar com a sociedade só quando o edital estiver pronto”, acrescentou.
Fonte Terra
Pesquisa do IBGE mostrou que apenas Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará têm planos ainda válidos
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quarta-feira (26) o Perfil dos Estados e dos Municípios Brasileiros referente ao ano de 2014. O estudo mostrou, entre diversos aspectos, que 12 Estados não possuem plano estadual de educação.
Nas 15 unidades federativas onde foram verificados planos, três eram anteriores a 2004 e, portanto, estavam com a validade de dez anos expirada. O quadro estadual é refletido diretamente sobre a situação dos municípios, que se pautam nos planos estaduais. No levantamento, percebeu-se que apenas 43,6% dos municípios afirmaram ter planos dentro da validade.
Veja o porcentual, por Estados, de municípios com Planos de Educação válidos:
Divulgação/IBGE
Apenas em Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará, mais da metade dos municípios afirmou possuir Plano Municipal de Educação válido, isto é, com aprovação após 2004.
Na comparação de 2014 com a última pesquisa, realizada em 2011, foi verificada uma queda no percentual de municípios com planos de educação. Três anos atrás, o índice era de 60,8%. De acordo com os números mais recentes, apenas 43,6% dos municípios afirmaram ter planos dentro da validade.
O Plano Nacional de Educação atualmente em vigor,com vigência de 10 anos, foi aprovado após uma lenta tramitação, dificultada devido às polêmicas que envolveram a meta sobre financiamento da educação, especialmente em relação à exclusividade de financiamento à educação pública conforme aprovado inicialmente na Câmara dos Deputados.
Como o antigo Plano Nacional de Educação perdeu validade no final de 2010, o País vivenciou uma lacuna de 3 anos e meio sem diretrizes educacionais renovadas. O estudo do IBGE reforça que, como consequência, muitos municípios e unidades da Federação permaneceram com seus planos vencidos.
Fonte IG
A maioria das escolas da rede estadual de São Paulo não aparece na lista com as médias do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) 2014 divulgadas na quarta-feira, 5, pelo Ministério da Educação (MEC). Das 3,6 mil escolas de ensino médio da rede, 68%, ou 2,4 mil, não tiveram mais da metade de seus alunos no exame – e são, em geral, unidades com indicadores de qualidade mais baixo. Esse porcentual é ainda maior nas unidades da rede na capital paulista: 79% estão fora do ranking.
O MEC não divulga as médias de colégios em que menos da metade dos alunos fez a prova. O dado revela que a rede pública tem dificuldade de estimular o aluno a fazer o exame.
O Enem é a porta de entrada para praticamente todas as universidades federais, em que 50% das vagas são reservadas para alunos de escola pública pela Lei de Cotas. É ainda critério para bolsas do ProUni e Financiamento Estudantil (Fies) em instituições privadas. Ele é gratuito para quem é da rede pública.
O ranking do Enem, em que figuram no topo as escolas particulares, não contempla 52% das escolas públicas brasileiras – por não terem metade dos alunos fazendo o exame (escolas com menos de dez participantes não aparecem). A situação é totalmente oposta na rede privada: somente 24% das 8,1 mil escolas do País não tiveram os dados divulgados.
No Estado de São Paulo, que tem a maior rede pública e também privada do Brasil, a situação é mais extrema. As 68% das escolas com menos da metade dos alunos no Enem representam 2.450 unidades. Esse porcentual só é menor que Roraima, Maranhão, Bahia e Acre. O Estado de Minas Gerais, com mais de 2,2 mil escolas, conseguiu que 54% dos colégios tivessem participação de mais da metade dos alunos no exame. A rede lidera a média do Enem entre os Estados, com 585,10 pontos.
Qualidade
A rede estadual paulista ficou com nota 496,69 – sem contar as escolas técnicas ligadas ao Centro Paula Souza. Cruzamento com o Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp) mostra que as escolas com mais da metade dos alunos participando do Enem têm Idesp 36% maior do que as escolas que não garantiram essa participação.
O economista Sérgio Custódio, do Movimento dos Sem Universidade (MSU), afirma que é comum os alunos de escolas públicas de São Paulo não saberem da existência dos institutos federais e da Lei de Cotas. “O aluno não pode ser responsabilizado, não existe autoexclusão. As autoridades educacionais têm de dar o caminho.”
Aluna do 3º ano do ensino médio da rede estadual paulista, Natália Campanhã já desistiu de fazer o Enem neste ano. “Por causa da greve, não tivemos o conteúdo direito. Senti que não teria base para fazer a prova”, diz ela, de 16 anos, que estuda em um colégio na zona norte da capital.
Herman Voorwald, secretário de Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB), reconhece que há dificuldades em estimular alunos de níveis socioeconômicos mais baixos. “Se o pai é alfabetizado, tem formação técnica ou superior, a educação passa a ser um valor trabalhado em casa. Há um menino com outras perspectivas.”
Segundo a pasta, a rede incentiva a inscrição e oferece conteúdos online de preparação para o Enem. Voorwald ressalta que, em São Paulo, há mais possibilidades aos jovens que saem do ensino médio. “É um Estado diferenciado no sentido da oferta de trabalho, formação no ensino técnico e uma rede de universidades que dá ao menino outras opções além do Enem.”
No Ceará, por exemplo, há ações de incentivo para a participação na prova, como custeio de transporte e hospedagem para alunos que moram em regiões afastadas. Só 6% das escolas não estão na lista do Enem. Para Francisco Soares, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), que organiza o exame, deve haver maior articulação entre o MEC e os Estados. “O ensino médio não consegue acolher os alunos como devia.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte Terra
Os ministros da Educação, Renato Janine Ribeiro, e da Saúde, Arthur Chioro, anunciaram nesta sexta-feira, 10, o resultado do primeiro edital para abertura de vagas de cursos de graduação de medicina em instituições privadas de ensino superior no âmbito do programa Mais Médicos para o Brasil. Nesta seleção foi autorizada a criação de 2.290 vagas em cursos de medicina em 36 municípios.
As novas vagas foram oferecidas em 39 municípios, que deveriam cumprir os seguintes requisitos: ter mais de 70 mil habitantes e não ser capital de unidade da federação; no mínimo cinco leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) por aluno; no mínimo três alunos por equipe de atenção básica; leitos de urgência e emergência ou pronto socorro; oferecer residências médicas nas especialidades prioritárias do Mais Médicos. As novas vagas fazem parte da estratégia de longo prazo do Governo Federal para oferecer 11.447 novas vagas de cursos de graduação em medicina até 2018.
As mantenedoras de instituições de ensino superior foram avaliadas nos critérios de experiência regulatória, sustentabilidade financeira e proposta pedagógica do curso. Dentre os municípios pré-selecionados, apenas São Leopoldo, no Rio Grande do Sul; Limeira, em São Paulo; e Tucuruí, no Pará, não tiveram cursos aprovados. As 170 vagas disponíveis para esses municípios serão ofertadas novamente.
Com a autorização, os novos cursos devem passar a oferecer as vagas entre três e 18 meses, dependendo da infraestrutura das mantenedoras nos municípios selecionados. O Ministério da Educação fará o monitoramento da implantação dos cursos.
Desde a criação do Mais Médicos, em 2013, até o resultado divulgado nesta sexta-feira, 5.306 novas vagas haviam sido autorizadas, sendo 1.690 em 23 novos cursos em universidades federais e 3.616 em instituições de ensino superior privadas, além de 100 vagas vinculadas a hospital de excelência, pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein.
O certame teve a inscrição de 216 propostas, das quais 115 foram habilitadas a concorrer aos novos cursos. Foram classificadas 64 mantenedoras até seleção das propostas vencedoras.
Segundo Janine, a ampliação de vagas em cursos de medicina é um momento crucial no programa Mais Médicos e deve ser visto como uma ação estruturante para a educação médica. Dentro do programa, a formação de mais médicos tem como objetivo que o Brasil tenha 2,7 médicos para cada mil habitantes em 2026. “As políticas do governo atenderam, no primeiro momento, a saídas emergenciais. Agora, temos uma meta de longo prazo”, disse.
Recurso – Os pareceres referentes à seleção de propostas para autorização e funcionamento de cursos de medicina nos municípios selecionados estarão disponíveis no portal do Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação (Simec) a partir das 18h desta sexta-feira, 10. Poderão ser acessados apenas pela mantenedora concorrente, com a mesma senha usada no procedimento de inscrição da proposta.
As mantenedoras podem interpor recurso entre 13 e 22 de julho. O recurso deverá ser dirigido à Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) do MEC, em formato digital, e anexado em campo próprio no portal do Simec, módulo MM avaliação – cadastramento da mantenedora, na aba parecer avaliação.
Assessoria de Comunicação Social
Veja a lista das propostas selecionadas
Veja a apresentação do ministro Renato Janine
Veja a apresentação da secretária de Regulação da Educação Superior, Marta Wendel Abramo
Acesse o portal do Simec
Fonte: Portal Mec
Ibegesp cria ferramenta em que profissionais poderão tirar dúvidas sobre como proceder em parcerias e serviços com governos federal, estadual e municipal .
Pensando em elevar o nível de conhecimento no âmbito de contratos públicos, o Instituto Brasileiro de Educação em Gestão Pública (Ibegesp), entidade que abrange os níveis de eficiência na administração pública brasileira, desenvolveu uma plataforma virtual, denominada Rede de Gestores de Contratos Públicos.
Ligada ao site do Instituto, a ferramenta foi desenvolvida para facilitar a vida dos gestores públicos, docentes e profissionais que, ao menos uma vez, tiveram dúvidas sobre o conteúdo de contratos públicos e não souberam como resolver.
“Essa ferramenta e os conteúdos disponíveis na Rede de Gestores de Contratos Públicos estão com acesso gratuito aos interessados no site www.rededegestores.org.br, com fóruns de discussão e compartilhamento de cases. O intuito é capacitar servidores públicos das três esferas de Governo e empregados de empresas privadas na gestão de contratos administrativos, sob as mais diversas modalidades previstas na legislação brasileira”, esclarece a coordenadora pedagógica e de ensino do Ibegesp e doutora em direito público pela Universidade de São Paulo (USP), Márcia Walquiria Batista dos Santos.
Profissionais do setor público e empregados de redes privadas poderão participar dessa rede para capacitação em temas ligados à gestão de contratos. Dessa forma, as dúvidas de quem acessar poderão ser esclarecidas, não só pela coordenação do Ibegesp, mas também por qualquer participante da Rede de Gestores. Além disso, a plataforma poderá criar fóruns de discussões com temas peculiares à gestão pública.
Márcia esclarece que, além desses profissionais, o Ibegesp disponibiliza uma equipe para manutenção e atualização dos conteúdos. “Para melhor interlocução com os integrantes da rede e para não haver dúvidas sem respostas, o Instituto foca muita atenção nas solicitações de dúvidas, dentro dos Fóruns. Porém, o Ibegesp não se compromete em responder todas as perguntas, cabendo aos próprios participantes fazê-lo”
Para ter acesso à Rede de Gestores de Contratos Públicos, os interessados devem se inscrever no mesmo site onde os conteúdos são disponibilizados. Dessa forma, é possível criar um login e uma senha e, a partir do cadastro, ter acesso ao conteúdo contínuo.
Para mais informações:
Informações para a imprensa
Aline Santos
Tel: (11) 3875-6296
Esta edição vai oferecer 55.576 vagas em 72 instituições públicas; para participar do Sisu, o candidato precisa ter feito o Enem de 2014 e não ter tirado 0 na redação
iG Minas Gerais | Agência Brasil | 08/06/2015 07:14:23
undefinedRoosewelt Pinheiro/ABr 05.12.2009
Começam nesta segunda-feira (8) as inscrições no Sistema de Seleção Unificada. O Sisu seleciona estudantes para vagas no ensino superior público com base nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Esta edição vai oferecer 55.576 vagas em 72 instituições públicas.
Para participar do Sisu, o candidato precisa ter feito o Enem de 2014 e não ter tirado 0 na redação. As inscrições estarão abertas até o dia 10. O resultado será divulgado no dia 15 de junho em uma única chamada e a matrícula deverá ser feita na instituição de ensino nos dias 19, 22 e 23 de junho.
Na hora da inscrição, o candidato deve escolher, por ordem de preferência, até duas opções entre as vagas ofertadas pelas instituições participantes do Sisu. Também deve definir se deseja concorrer às vagas de ampla concorrência, ou às vagas reservadas de acordo com a Lei de Cotas (Lei 12.711/2012).
As cotas são para estudantes que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas. Nesta edição do Sisu, pelo menos 37,5% das vagas serão para estudantes cotistas.
Durante o período de inscrição, uma vez por dia, o Sisu calcula a nota de corte, que é a menor nota para ficar entre os potencialmente selecionados para cada curso, com base no número de vagas disponíveis e no total dos candidatos inscritos naquele curso, por modalidade de concorrência. A nota é apenas uma referência e não uma garantia de que o estudante será selecionado. Até o fim do período de inscrição, o candidato pode mudar de opção de curso.
Algumas instituições participantes do Sisu adotam pesos diferenciados para as provas do Enem 2014. A nova nota será calculada automaticamente e infomada ao candidato que se inscrever em um desses cursos.
Quem não conseguiu uma vaga na chamada regular pode participar da lista de espera se inscrevendo na página do Sisu, na internet, entre os dias 15 e 26 de junho. Em 2014, cerca de 6,2 milhões de candidatos fizeram o Enem em todo o país.
Fonte IG
Ministro diz que classe privilegiada deve sanar problema que é injusto.
Discriminação requer ação afirmativa para negros, indígenas e pobres, diz.
Políticas de ação afirmativa, como as cotas raciais e sociais, serão necessárias “enquanto houver racismo”, afirmou o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro. Em entrevista exclusiva ao G1 na quinta-feira (30), em São Paulo, o ministro, que nesta semana completa um mês à frente do Ministério da Educação, disse que a desigualdade que resulta da discriminação de negros e indígenas “é uma realidade empírica”.
“Isso requer medidas. E a medida mais adequada se chama ação afirmativa, que pode incluir ou não cotas, mas que é muito importante”, afirmou o ministro.
O MEC adotou em agosto de 2012 a política de cotas sociais e raciais no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Em 2013, as universidades federais e institutos tecnológicos destinaram 12,5% das vagas para alunos de escolas públicas e, dentro deste universo, um percentual para estudantes autodeclarados pretos, pardos ou indígenas. Em 2014, 25%. Em 2015, 37,5%. Em 2016, 50% das vagas serão para cotistas (veja ao final dessa reportagem um exemplo da distribuição das vagas pela lei das cotas).
Levantamento feito pelo G1 em 2014 apontou que, em 90% dos cursos do Sisu, os negros tiveram nota de corte menor entre os cotistas, e os alunos de rede pública passariam sem cotas em 11% dos cursos ofertados.
Professor aposentado de filosofia e ética da Universidade de São Paulo, Janine Ribeiro não se posicionou oficialmente nem a favor nem contra a implantação de cotas raciais e sociais na USP, que atualmente passa por um momento de pressão dos movimentos negros, estudantis e sindicais para ampliar sua política de ação afirmativa.
Atualmente, a USP dá bônus para estudantes da rede pública, e um bônus extra caso o estudante se encaixe na categoria PPI (preto, pardo ou indígena). “A USP se convenceu da importância de você favorecer o aluno egresso do ensino público. Mas até hoje, em termos de cotas raciais, ela foi tímida. Mas isso, de qualquer forma, está sendo colocado em discussão”, disse o ministro.
Leia a seguir trecho da entrevista de Renato Janine Ribeiro ao G1:
Qual é a sua opinião sobre as cotas?
Vamos falar no geral primeiro. Cotas são uma medida que é para ser provisória. Haverá cotas enquanto houver racismo. Quando você tiver realmente uma igualdade étnica, quer dizer, quando ninguém for discriminado por ser negro, ou descendente de negro, ou indígena, ou outros casos… Quando isso tiver sido superado, você não vai precisar de cotas. Agora, é uma realidade empírica que quando você vai, nos ambientes, vamos dizer, mais destacados, seja do dinheiro, seja da cultura, seja do poder, você encontra relativamente muito poucos negros ou descendentes de indígenas. Então, isso requer medidas. E a medida mais adequada se chama ação afirmativa, que pode incluir ou não cotas, mas que é muito importante.
O governo federal adotou como política que você tem uma certa reserva por grupo sobre metade das vagas. No caso da USP, Unesp, Unicamp, que são autônomas, que não são obrigadas a seguir a lei federal, elas sofrem uma pressão, e elas estão um tempo incorporando algum sistema desses.
A USP se convenceu da importância de você favorecer o aluno egresso do ensino público. Mas até hoje, em termos de cotas raciais, ela foi tímida. Mas isso, de qualquer forma, está sendo colocado em discussão.
ministro da Educação
Qual é a sua opinião sobre as cotas especificamente na USP?
Eu, apesar de professor da USP, prefiro não tomar um partido veemente de um lado ou de outro. Mas é claro que, se nós tivéssemos para o negro, para o pobre, para o aluno de escola pública, para o indígena, um tratamento respeitoso, não seria necessário cota. E por outro lado, eu falei de grupos que, com frequência, sofrem muito. Realmente sofrem, de haver crimes contra eles, haver um preconceito intenso, gente que diz que são pobres porque são preguiçosos. Então, diante disso tudo, o fato de numa prova de admissão, num vestibular, um cotista ter nota 90, e um não-cotista ter nota 100, apenas quer dizer que os dois são iguais. Não são diferentes.
O cotista precisou estudar muito mais, precisou ser muito bom, para chegar ao nível de uma pessoa que pertença à população mais privilegiada. Que é grande. O número de brancos no Brasil é enorme. Mas para eles a vida é mais fácil do que para um negro, ou outro.
Então, o argumento de qualidade contra as cotas não vale.
Um bom aluno discriminado deve ser comparado com um aluno não discriminado muito bom. Porque ele teve que enfrentar toda uma agenda injusta, desnecessária, até mesmo infame, que nós que aqui estamos nunca tivemos que enfrentar.
Acho que essa questão, sabe, a gente tem que deslocar um pouco. Questão de cotas não é mais uma questão de favorecer tais ou quais populações. Questão de cotas é a responsabilidade dos favorecidos historicamente em sanar um problema que é injusto.
Como assim?
Nós que aqui estamos não somos culpados pelo racismo. Mas somos responsáveis. Ser culpado quer dizer, nós teríamos instaurado o racismo? Não. Isso vem de longe. Claro, quem é racista hoje é culpado. Mas nós temos uma vasta população hoje que não é racista, mas que às vezes não dá muita importância a isso, quando deveríamos dar.
Esse é um ponto básico de justiça social. Nós temos pessoas que estão bem e que às vezes não percebem que, numa sociedade desigual, injusta, você estar bem muitas vezes é algo que se fazer como num balanço de criança. Quer dizer, um sobe e outro desce. Nós temos que acabar com isso. Isso é um princípio ético.
O MEC (Ministério da Educação) divulgou nesta segunda-feira (9) as regras para a realização do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) em 2015. Segundo a publicação no “Diário Oficial da União”, o exame será no dia 22 de novembro a partir das 13h (horário de Brasília).
Serão submetidos à avaliação os estudantes de bacharelado em administração, administração pública, ciências contábeis, ciências econômicas, comunicação social (jornalismo e publicidade e propaganda), design, direito, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo, teologia e turismo. Também devem fazer o exame os alunos de cursos tecnológicos em comércio exterior, design de interiores, design de moda, design gráfico, gastronomia, gestão comercial, gestão de qualidade, gestão de recursos humanos, gestão financeira, gestão pública, logística, marketing e processos gerenciais.
Participam do Enade os estudantes dos cursos mencionados acima que ingressarem em 2015 ou que tenha previsão de conclusão até julho de 2016. Esses alunos devem fazer o exame para obter o diploma, no entanto, não existe um desempenho obrigatório.
As inscrições devem ser feitas pelas instituições de ensino superior. Entre os dias 21 de outubro e 22 de novembro os inscritos deverão preencher o questionário do estudante, que será disponibilizado no site do Inep (www.portal.inep.gov.br). No endereço eletrônico, os estudantes também poderão consultar o seu local de prova.
Os alunos inscritos que não realizarem o exame terão que justificar a ausência.
Fonte UOL